PPSA PREVÊ NOVA VENDA DE PETRÓLEO DA UNIÃO NO SEGUNDO SEMESTRE E NEGOCIA GÁS COM A PETROBRÁS
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
No último final de semana, a Pré-Sal Petróleo (PPSA) concluiu uma importante etapa, o primeiro carregamento de petróleo da União oriundo de Mero, na parte noroeste do campo de Libra. Foram cerca de 250 mil barris, que foram vendidos para a Petrobrás. Esta tarde(4), mais uma vez, a comissão mista da Medida Provisória que permite à empresa pública Pré-Sal Petróleo (PPSA) comercializar diretamente o petróleo de propriedade da União extraído da camada pré-sal, fará a segunda audiência pública às 15 horas, na sala 13 da Ala Senador Alexandre Costa, no anexo 2 do Senado Federal. Outro carregamento de mesmo volume também será destinado à estatal, no começo de maio. Depois disto, será iniciado um modelo de comercialização de óleo, com um leilão na B3, em São Paulo. A licitação está prevista para o segundo semestre, conforme revela o presidente da PPSA, Ibsen Flores Lima. “Nossa ideia é fazer um leilão com três lotes, um para o petróleo de Mero, outro para o petróleo de Sapinhoá e o último para o petróleo de Lula”, afirmou.
Falando ainda de Sapinhoá e Lula, o executivo explicou que os acordos de individualização destas áreas estão em diferentes etapas, sendo que Lula está mais próximo de ser concluído. Além disso, a PSSA entrou em negociações com a Petrobrás para vender o gás destes dois campos para a estatal. “Estamos em fase final de conversas, nossa expectativa é ter ao longo deste mês esse fato consolidado”, contou.
Além do carregamento deste mês e de maio, a PPSA tem novos previstos?
Temos sim. A parte da PPSA no campo de Mero dá a cada mês e meio um carregamento da ordem de 250 mil barris. Então, temos previsões de carregamentos a cada um mês e meio. Isso varia muito com o volume de produção. Por exemplo, se a produção diminuir um pouco, o prazo se estende; caso ela aumente, esse prazo diminui. Como [a produção em Mero] ainda é teste, a regularidade da vazão ainda não está determinada. A ideia é que a gente faça mais uma venda ainda no primeiro semestre neste sistema que fizemos a primeira. E a partir do segundo semestre, estamos programando fazer um leilão, por meio da B3, para comercializar a produção de um período maior, a produção de um ano das áreas onde a União tem direito.
Poderia detalhar um pouco como será o leilão?
Ele vai vender a produção de um ano, contado a partir de julho. Nossa ideia é fazer um leilão com três lotes, um para o petróleo de Mero, outro para o petróleo de Sapinhoá e o último para o petróleo de Lula (onde temos uma participação pequena na área unitizada).
O senhor mantém a previsão de R$ 300 milhões com negociação de petróleo em 2018?
O número permanece na comercialização pura. Mas nós temos a previsão de ter receita da União referente à toda atividade da PPSA da ordem de R$ 1 bilhão. Porque além da comercialização, temos também uma receita que é referente à produção passada na área de Sapinhoá, que era aquela área unitizada da União e que gerou um contrato novo de partilha. Então, toda produção da União até o final de janeiro deste ano deve ser em torno de R$ 650 milhões e R$ 750 milhões. Então, no valor redondo seria em torno de R$ 1 bilhão.
Existe uma estimativa de quanto será comercializado no próximo ano?
Estamos estimando valores no ano que vem da ordem de R$ 500 milhões de reais referente a comercialização do petróleo.
Quais são suas expectativas em relação ao preço do barril de petróleo?
A PPSA acompanha as previsões internacionais, não fazemos previsões internas. O que vemos é que o petróleo em tempos de paz acaba tendo uma certa estabilidade. Sendo que esta estabilidade pode ser quebrada a qualquer momento por algum evento político internacional que faça a demanda do petróleo aumentar ou diminuir. As previsões internacionais apontam para uma estabilidade de preço, com esse teto em torno de US$ 60 e US$ 70 por barril, em função da regulação do shale americano.
Os acordos de individualização da produção de Lula e Sapinhoá ainda dependem de aprovação da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para se tornarem efetivos. Existe perspectivas de quando esta questão será resolvida?
O consórcio de Sapinhoá já protocolou na ANP o pedido de revisão do Acordo de Individualização da Produção (AIP) para adequar às normas do contrato de partilha. Isso foi bem recente, então agora a ANP tem todo um trabalho interno de aprovação. Assim é com o caso do campo de Lula, que tem algumas questões colocadas pela ANP. E o consórcio, junto com PPSA, fez as revisões solicitadas que foram encaminhadas para a agência. Eu acredito que ela está finalizando as análises para aprovação. Não posso dar uma expectativa, mas tenho um desejo que seja dentro do prazo mais curto o possível, mas depende da análise da ANP e respeitamos todos os trâmites e os esclarecimentos que a agência solicita.
Em que fase está cada uma destas análises?
Eu diria que a expectativa é que Lula esteja na etapa final. Já o caso de Sapinhoá, foi encaminhado pela primeira vez o pedido de revisão, junto ao contrato de partilha – o que chamamos de aditivo ao AIP. Isto é, para adequar o AIP que já existia entre União e consórcio. Agora, este AIP será entre um contrato de partilha e o consórcio de concessão. Desta forma, é preciso mudar o nome dos partícipes, em princípio, e outros tópicos que foram alteradas em função do contrato de partilha. Por isso, Sapinhoá pode demorar um pouco mais.
A PPSA também já iniciou a negociação para a venda direta da produção de gás dos campos de Lula e Sapinhoá. O senhor poderia detalhar um pouco como seria esse processo?
Todo o gás produzido em mar no Brasil hoje é vendido para a Petrobrás. Todos os sócios da estatal vendem o gás para ela, pelo fato da empresa ser detentora de toda a infraestrutura (gasodutos e plantas de tratamento de gás). Assim será feito pela União também. A PPSA está negociando um contrato de venda para a Petrobrás, a preço de mercado. Estamos em fase final de conversas, nossa expectativa é ter ao longo deste mês esse fato consolidado.
Qual é o planejamento da PPSA para o médio e longo prazos?
Com a análise do leilão realizado no final do ano passado [2ª e 3ª rodadas de partilha] mais a licitação deste ano [4ª rodada de partilha] e, eventualmente, o leilão da cessão onerosa e a outra rodada de 2019, estamos com expectativa de crescimento bastante acentuada da nossa atividade, de uma forma geral. Então, fizemos uma padronização de todas as nossas atividades e isso está dando bastante estabilidade aos trabalhos. A PPSA já fez uma licitação que está em fase final para contratação de sistema automatizado de gestão dos projetos de partilha e isso vai dar bastante celeridade e eficiência para nossa atividade. Eu diria que este é o planejamento.
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