MRS ENXERGA POTENCIAL EM PETROQUÍMICA E FARÁ NOVOS INVESTIMENTOS EM ROTAS
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
Depois de movimentar 171 milhões de toneladas e fazer investimentos diretos de R$ 750 milhões em 2017, a operadora logística MRS se prepara para os próximos passos. Dentre as oportunidades, a indústria petroquímica é uma das áreas onde a companhia quer expandir sua atuação. “Enxergamos um bom potencial de crescimento nesse nicho, sem dúvida”, disse o gerente de Industrializados e Granéis da MRS, Rodrigo Napoleão. Para 2018, o segmento de cargas conteinirizadas, que inclui o mercado petroquímico, receberá atenção da empresa, com investimentos nas rotas que ligam as principais regiões produtoras e os portos, com as conexões Rio-Belo Horizonte, Rio-São Paulo, Vale do Paraíba-Santos e Campinas Santos, entre outras.
Qual tem sido o foco de atuação da empresa? Qual segmento da economia tem rendido mais negócios?
A MRS atende essencialmente a dois tipos de clientes, com necessidades distintas. Primeiro, servimos segmentos de produção de commodities, em larga escala, com orientação para exportação. É o caso de produtos como o minério de ferro e a soja — dois dos principais produtos da pauta de exportação nacional — e a ferrovia é, de longe, o meio mais eficiente e econômico para essa logística. São segmentos com intensa participação no PIB e volume de produção. Para que tenha ideia, a MRS transporta aproximadamente 20% de tudo o que o país exporta em um ano. Em 2017, nós movimentamos 171 milhões de toneladas.
O segundo grupo que atendemos é o de indústrias de transformação, tanto as que buscam uma solução ótima para distribuição de seus produtos no mercado interno, quanto as que lidam com importação de insumos e/ou exportação de bens acabados ou beneficiados. Aqui, estamos falando do transporte em contêineres. É um segmento com um número maior de clientes (mais pulverizado) e de carga mais fracionada, isto é, em menor escala. Durante anos, acreditou-se que esse tipo de transporte seria mais eficiente se feito por caminhões, mas, nos últimos 4 anos, temos demonstrado ao mercado que não.
A ferrovia é mais segura (menos acidentes, praticamente inexistem os casos de roubo de carga), mais confiável e regular, mais competitiva economicamente e mais limpa. Nesse período, aproximadamente, crescemos em mais de 60% nosso volume de negócios com clientes que possuem carga conteinirizada. É o caso do segmento petroquímico, inclusive. Nem todos sabem, mas a MRS é uma das maiores transportadoras terrestres de contêineres do país.
Em relação, especificamente, ao mercado Químico & Petroquímico, como tem sido o volume de negócios e quais os planos da companhia para este segmento?
É um segmento que já atendemos, com clientes como a Braskem, com o serviço de transporte na região do Porto de Santos conhecido como ‘Entremargens’, a Basf e a Styropek, para citar os principais. Estes dois últimos se valem da rota de contêineres do Vale do Paraíba para Santos e vice-versa. São operações interessantes e customizadas, pois usamos, entre outros tipos, também os contêineres isotanques, especializados nesse tipo de carga. Enxergamos um bom potencial de crescimento nesse nicho, sem dúvida.
Quais os maiores impasses na logística de distribuição no Brasil atualmente? E como superá-los?
Existe, como mencionei acima, uma tendência ainda bastante rodoviarista no país, quando, na verdade, sistemas logísticos abrangentes e eficientes são, por definição, multimodais. Felizmente, a ferrovia, a navegação de cabotagem e a navegação fluvial têm ganhado cada vez mais espaço e utilização. Olhando para a ferrovia, o caminho de evolução é o que temos trilhado nesses últimos 20 anos: investimentos em segurança e eficiência operacional, além de infraestrutura ferroviária (como terminais intermodais, expansão de pátios, sistemas cada vez mais modernos de sinalização e controle etc.)
Quais serão os próximos investimentos da companhia?
Nossos investimentos sempre estão nas áreas de infraestrutura ferroviária (a via permanente, como chamamos a linha férrea), em material rodante (locomotivas, vagões), em segurança e em projetos de eficiência, estes baseados essencialmente em tecnologia. Em linhas gerais, são essas as principais aplicações. A ferrovia é capital intensiva. Em 2017, os nossos investimentos diretos superaram a marca de R$ 750 milhões.
Quais são as perspectivas da empresa para 2018?
São bastante positivas, especialmente para os segmentos agrícola, setor que vem impulsionando o PIB nacional há anos e já amplamente atendido pela ferrovia, e para o de industrializados e cargas em contêineres. Com algum aquecimento econômico, como é esperado, temos certeza de que vários segmentos que ainda não experimentaram a ferrovia irão fazê-lo. Nosso índice de fidelização de clientes é absurdamente alto. Quem experimenta transportar pela ferrovia, não muda de planos. É realmente mais eficiente, seguro e barato.
E no médio e longo prazos, qual o planejamento estratégico da MRS para conquistar novos negócios e crescimento?
Nosso planejamento é todo centrado nesses pontos mencionados acima. Investimos e trabalhamos para fazer da MRS uma ferrovia cada vez mais eficiente. Hoje, já estamos entre as melhores ferrovias norte-americanas e europeias neste sentido, mas é uma evolução constante. Os atributos naturais da ferrovia constituem vantagens competitivas muito fortes, então nosso foco é na excelência do serviço. A entrega de grande valor para nossos clientes será inevitável. Em 2018, no segmento de cargas conteinirizadas, continuaremos investindo nas rotas que ligam as principais regiões produtoras em que estamos presentes e os portos, com as conexões Rio-Belo Horizonte, Rio-São Paulo, Vale do Paraíba-Santos e Campinas Santos, entre outras rotas.
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