PORTO DO AÇU REGISTRA ALTA DE 184% NA MOVIMENTAÇÃO DE PETRÓLEO EM 2018 E RECEBERÁ NOVA FÁBRICA DE DUTOS RÍGIDOS

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

O ano de 2018 trouxe bons resultados para a Prumo Logística, operadora do Porto do Açu, em São João da Barra (RJ). Em balanço feito pelo presidente da companhia, José Magela (foto), durante encontro com jornalistas, no Rio de Janeiro, foram anunciados números expressivos de crescimento obtidos ao longo do ano. Um deles é o volume de movimentação no terminal de petróleo do porto (T-OIL). Somente este ano, foram cerca de 37 milhões de barris – um crescimento considerável de 184% em relação a 2017. O T-OIL é dirigido pela Açu Petróleo – fruto de parceria entre a Prumo Logística e a Oiltanking – que já planeja os próximos passos de desenvolvimento. A ideia é a instalação de um parque de tancagem.

O presidente da Açu Petróleo, Victor Bomfim, também participou da apresentação e detalhou a importância da implantação do projeto para o desenvolvimento do porto. “É absolutamente essencial. Você não consegue movimentar esse volume grande sem algum tipo de estocagem. Este parque de tancagem já está licenciado e só está aguardando o pontapé inicial”, afirmou o executivo.

No mesmo embalo de crescimento que o T-OIL conquistou em 2018, o Porto do Açu também conseguiu alavancar seus números em outras áreas. O empreendimento recebeu cerca de 2700 navios ao longo do ano, um crescimento de 12% em relação a 2017. Hoje, segundo a empresa, o porto já é um dos oito maiores em termos de movimentação e acesso de embarcações. O Terminal Multicargas, por exemplo, já passou da marca de 750 mil toneladas movimentadas em 2018, uma alta de 32,5% usando a mesma base de comparação.

Atualmente, existem importantes empresas ligadas ao óleo e gás instaladas no Porto do Açu e que recebem variados tipos de cargas. Mas há também uma movimentação relevante de desembarques para os empreendimentos das subsidiárias do grupo Prumo. Na semana passada, por exemplo, chegaram ao local as primeiras cargas de equipamentos para a termelétrica que está em construção no porto e que pertence à Gás Natural Açu (formada por Prumo, BP e Siemens).

Obras na Usina GNA 1

Para lembrar, estão sendo construídas duas usinas do tipo no local, a GNA 1 e a GNA 2. A primeira delas começou sua construção em março e deve entrar em operação no ano de 2021. A unidade terá capacidade para gerar 1.325 MW de energia. As obras no canteiro empregam hoje, de acordo com Magela, cerca de 1.700 pessoas. A segunda usina começará a ser construída somente no ano que vem e o início da geração está previsto para 2023.

As usinas compõem o chamado hub de gás do Açu. A ideia do Porto do Açu é se tornar um destino para o gás associado ao petróleo extraído no pré-sal. Além das duas térmicas, a Prumo também prevê implantar um terminal de regaseificação para integrar esse hub. A atividade será desempenhada pelo navio do tipo FSRU BW Magma, com capacidade de 21 milhões de m³ por dia. Segundo o presidente da Prumo, o navio estará no Brasil no ano de 2020, para fazer o comissionamento da primeira térmica.

“Nosso sonho é maior. É fazer com que o Açu se transforme num receptor de gás natural e dar uma solução para o gás associado. Queremos processar e transformar o gás em produtos, queremos ter uma fábrica de fertilizantes e petroquímica no porto. Queremos chegar a 6 mil MW gerados [com as usinas térmicas]. Isso se faz através da chegada do gás natural no Porto do Açu”, acrescentou Magela. O executivo explicou ainda que o Brasil ainda é dependente das importações de gás, mas o cenário será outro daqui a alguns anos. “Nós próximos 10 anos, teremos gás suficiente no Complexo do Açu para que possamos ter petroquímica e fábricas de fertilizantes como parte da solução”, afirmou, se referindo à escalada de produção prevista para os campos do pré-sal.

EXPECTATIVAS COM ÓLEO E GÁS E NOVA FÁBRICA DE DUTOS RÍGIDOS

Especificamente sobre o mercado de óleo e gás, as expectativas para este setor são positivas. A Prumo prevê que a indústria petrolífera comece a se mover em um ritmo muito mais acelerado já em 2019 – fato que, por tabela, beneficiará os planos de expansão do Porto do Açu. “Temos estratégias em curso. Uma delas é expandir a área ocupada pelas empresas já instaladas no Açu. Algumas coisas neste sentido já estão avançando. A TechnipFMC, por exemplo, anunciou recentemente a expansão da sua área ocupada no porto para construir uma base de desenvolvimento de dutos rígidos”, disse o CEO da Porto do Açu Operações, Tadeu Fraga.

Ele ainda afirmou que existem várias conversas em andamento, tanto para a expansão das companhias localizadas no empreendimento como também para atração de novas empresas. Fraga lembrou também que a norueguesa Equinor já manifestou o desejo firme em operar no porto, por meio da base da Edison Chouest. E acrescentou, por fim, que outras operadoras de óleo e gás estão interessadas, mas que ainda não pode revelar nomes até que os contratos sejam assinados.