OTIMISMO E A BUSCA DE UMA NOVA FORMA DE NEGÓCIOS NO SETOR DE ÓLEO E GÁS DEVEM MARCAR O MERCADO NESTE NOVO ANO
Na primeira edição do Projeto Perspectivas 2020 no ano, já neste primeiro dia útil, reunimos as opiniões de dois profissionais experientes e reconhecidos no mercado de óleo e gás: o engenheiro Sebastião Braz, hoje atuando como consultor de empresas, e a Presidente da Indústria de Tintas Corcovado, no Rio de Janeiro, Ivanira Araújo. Sebastião Braz, trazem uma nova abordagem para a compreensão das empresas fornecedoras com os investimentos que estão sendo feitos pelas companhias privadas do setor de óleo e gás. Há muitas delas investindo e a busca é por entender e localizar essas oportunidades. A Presidente das Indústrias Corcovado se mostra mais otimista para 2020, em função da reação de seu segmento no último trimestre de 2019. Vamos saber as suas opiniões, começando por Sebastião Braz.
– Como viu o setor no ano de 2019?
Em experimentação. Na verdade acho que o setor de óleo e gás ainda carece de alinhamento, diante da nova configuração. Com a chegada, de fato, de novos players no mercado e a perspectiva de investimentos de empresas, que não a Petrobrás, como é o caso de Equinor, Chevron, Shell e outras, o mercado de fornecimento para essas empresas entrou em uma fase de experiências para entender este novo modelo. A forma de contratação dessas empresas ainda não é muito clara para o mercado, até porque não se trata de empresas públicas, que por obrigação legal tem a contratação atrelada a editais e concorrências. A alteração do mercado provocou a entrada de novos players em campos maduros, que foram objeto de leilão pela Petrobrás. Entra outra fase de experimentação, ou seja, não há clara e conhecida política interna de contratação dessas empresas.
– Qual é a sua expectativa para 2020?
Otimista. Considero que estamos realmente em rampa de crescimento. Teremos oportunidades desde o desenvolvimento de novos campos até a revitalização e estimulação de campos maduros, mas como digo, será preciso conhecer, entender e participar ativamente do processo de contratação de empresas privadas. Nos campos maduros, empresas como 3R e Perenco começam a se movimentar ativamente. Nos campos novos, as IOCs, como chamadas, anunciam investimentos nunca vistos no Brasil, otimizados pela iniciativa privada. Há também a participação ativa da própria Petrobrás nos últimos leilões, o que transparece boa perspectiva para 2020.
Em relação ao processo de contratação, realmente precisamos nos adaptar e entender como essas empresas vão contratar. Já a Petrobrás, que tem processo conhecido e muito disputado, acredito ser preciso renivelar esses prestadores de serviços, pois há um perfil muito heterogêneo na disputa.
– O que gostaria de sugerir para que seu segmento de negócio fosse mais ativo?
Essa regulação. Esse entendimento de como as empresas podem e devem contratar e um nivelamento de mercado. Isso pode ser capitaneado por alguma associação das empresas, ou mesmo um órgão neutro ou regulador, como a ONIP ou a própria ANP. Experiências positivas se mostraram interessantes, como o CADFOR. Temos também o aprendizado com a Petrobrás através do próprio CRCC, mas entendo que isso precisa ser fortemente ampliado e difundido. O mercado fornecedor precisa de organização e regulação, que permita uma competição saudável e que dê retorno ao contratante e ao contratado.
Ouvimos também as opiniões de Ivanira Araújo (foto), Presidente das Indústrias Químicas Corcovado, uma fábrica de tintas que opera no Rio de Janeiro, atendendo a grandes empreendimentos na construção civil, manutenção e na indústria de petróleo e gás. Vamos ver as suas opiniões.
– Como foi o ano de 2019 em seu setor ?
No meu setor verificamos um crescimento significativo. Comparando as vendas atuais com as do ano passado posso me arriscar em dizer que na nossa fabrica aumentamos em torno de 20% as vendas. O problema é conseguirmos um crescimento sustentável.
– Como está vendo o mercado para o ano que vem ?
A minha expectativa para 2020 é muito boa considerando a tendência de crescimento das vendas que observamos em 2019. Acredito que a economia brasileira deve retomar um crescimento gradual e contínuo como o que temos presenciado no ultimo trimestre deste ano. A queda da taxa básica de juros melhora e muito a expectativa de crescimento da economia e poderia facilitar o acesso ao crédito com taxas mais viáveis para o pequeno e médio empreendedores, porém, não é o que vemos na prática. O mundo está aos poucos voltando a acreditar no nosso país aumentado aqui seus investimentos, que contribuirá para o crescimento consolidado da nossa economia. Todavia, considerando a conjuntura atual, a micro e pequena empresa dificilmente terá uma boa participação no bolo do crescimento da economia.
– Qual a sua sugestão para um 2020 melhor ?
Como é do conhecimento geral, as micro e pequenas empresas são muito importantes para a economia brasileira, representando mais de 27 % do PIB, todavia, a sobrevivência destas é de cerca de 5 anos, segundo o IBGE. Isto de deve a fatores como a falta de planejamento, dificuldade de obtenção de crédito e a alta carga tributária.
Para aumentar a sobrevida das micro e pequenas empresas, bem como estimular o crescimento deste segmento da economia, que contribuiria muito para o aumento da economia e da geração de empregos, entendemos que o Governo deveria criar um grupo de trabalho multidisciplinar para estudar e propor soluções para os problemas relatados.
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