14ª RODADA DE LICITAÇÕES MOVIMENTA A INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ÓLEO E GÁS. VEJA O RAIO-X COMPLETO DO LEILÃO
Chegou um dos momentos mais aguardados da indústria nacional de petróleo e gás neste ano. Na manhã desta quarta-feira (27) será realizada a 14ª rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo (ANP), no Rio de Janeiro. O evento, como sempre, terá cobertura total do Petronotícias, com entrevistas com executivos e todas as informações e detalhes sobre os blocos que serão negociados no leilão, que terá sua abertura às 9h, no Windsor Barra Hotel, na Barra da Tijuca.
Serão ofertados 287 blocos em 29 setores de nove bacias sedimentares, totalizando área de 122.615,71 Km2. Nas contas do diretor-geral da ANP, Décio Oddone, a arrecadação com o certame deve ficar na casa dos R$ 500 milhões. Enquanto isso, o secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, declarou que a arrecadação de R$ 1 bilhão seria “um número simpático”. Nossa equipe de reportagem está desde as primeiras horas no local da rodada, para detalhar todos os fatos. E para começar, preparamos um Raio X completo sobre o que está em jogo neste leilão.
BACIA DE SANTOS
Hoje, é a segunda maior produtora de petróleo do Brasil e logo deve o assumir o primeiro lugar, com a decadência natural da Bacia de Campos. A Bacia de Santos terá 76 áreas no mar oferecidas no leilão, localizadas no litoral de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Vale destacar que as áreas em oferta na 14ª Rodada estão fora do polígono do pré-sal, em região ainda pouco explorada da bacia mas, que segundo a ANP, possuem grande potencial. Os blocos oferecidos estão espalhados pelos Setores SS-AP4, SS-AR3 e SS-AR4, como mostra o mapa abaixo (clique para ampliar):
BACIA DE CAMPOS
Na Bacia de Campos, serão oferecidos dez blocos marítimos na Bacia de Campos, localizados no litoral do Estado do Rio de Janeiro e no Espírito Santo. Eles estão localizados nos Setores SC-AP1 e SC-AP3. Diferentemente de Santos, os blocos de Campos localizados total ou parcialmente no litoral do Rio de Janeiro possuem potencial para descobertas no pré-sal. Contudo, vale lembrar que a 14ª rodada está sob o regime de concessão e as áreas neste leilão estão fora do polígono estabelecido na Lei nº 12.351/2010 (que trata do regime de partilha do pré-sal).
BACIA DO PARNAÍBA
A Bacia do Parnaíba é classificada pela ANP como uma nova fronteira, pelo fato de possuir áreas pouco conhecidas geologicamente e ter barreiras tecnológicas a serem vencidas. A 14ª Rodada vai oferecer 12 blocos terrestres na região, sendo seis localizados total ou parcialmente no Estado do Maranhão e sete localizados total ou parcialmente no Estado do Piauí. Os blocos estão nos Setores SPN-N e SPN-SE. De acordo com a ANP, a bacia tem potencial para gás natural e em julho, produziu 7,8 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia.
BACIA DE PELOTAS
No Sul do Brasil, a Bacia de Pelotas terá a oferta de seis blocos marítimos, todos localizados no litoral do Estado do Rio Grande do Sul. Ela está localizada no extremo sul do Brasil, na fronteira com o Uruguai. Os blocos estão nos Setores SP-AP4 e SP-AUP4. Trata-se de uma nova fronteira, e resta saber se atrairá investidores. Os bônus de assinatura mínimos variam de R$ 8,6 milhões a R$ 11,2 milhões, aproximadamente.
BACIA POTIGUAR
Nesta região, serão negociados 62 blocos terrestres na Bacia Potiguar, localizados no Estado do Rio Grande do Norte, nos Setores SPOT-T1B, SPOT-T2, SPOT-T4 e SPOT-T5. Os bônus de assinatura mínimos variam entre R$ 30,8 mil e R$ 207 mil. Segundo a ANP, a porção terrestre da bacia é classificada como madura. Em julho de 2017, os 80 campos de Potiguar produziram em torno 48 mil barris de petróleo e mais de 1 milhão de metros cúbicos diários de gás natural por dia.
BACIA DO RECÔNCAVO
Na Bacia do Recôncavo, serão oferecidas 27 áreas no Estado da Bahia, nos Setores SREC-T1, SREC-T2, SREC-T3 e SREC-T4. Esta também é uma bacia madura e hoje é a a quarta maior produtora de petróleo do país. A ANP destaca que a região dispõe de infraestrutura completa para exploração e produção de petróleo e gás, o que serviria para despertar o interesse de empresas de todos os portes. Os bônus de assinatura mínimos variam entre R$ 44,5 mil e R$ 141 mil.
BACIA DO PARANÁ
Na Bacia do Paraná, estão em oferta 11 blocos terrestres, localizados no Estado do Mato Grosso do Sul, dentro do setor SPAR-CN. A região é uma nova fronteira também e ainda não possui campos produtores de petróleo ou gás natural. Os bônus de assinatura mínimos variam entre R$ 381 mil e R$ 429 mil.
BACIA DO ESPÍRITO SANTO
Na Bacia do Espírito Santo, serão oferecidos sete blocos na parte marítima (Setores SES-AP1 e SES-AP2) e 19 na parte terrestre (Setores SES-T4 e SES-T6), todos localizados no Estado do Espírito Santo. Os bônus de assinatura mínimos variam de R$ 12,2 milhões a R$ 16,7 milhões nos blocos marítimos e de R$ 47,8 mil a R$ 173,5 mil nos blocos localizados na porção terrestre da bacia. Em julho, a Bacia do Espírito Santo produziu 30.470 barris de petróleo e 3.227 metros cúbicos de gás natural por dia.
BACIA SERGIPE-ALAGOAS
Por fim, temos a Bacia Sergipe-Alagoas, com 46 blocos em terra (Setores SSEAL-T1, SSEAL-T2, SSEAL-T4 e SSEAL-T5) e 11 no mar (Setores SSEAL-AP1, SSEAL-AP2 e SSEAL-AUP2), em águas profundas, na Bacia de Sergipe-Alagoas. É outra região tradicional produtora de petróleo e gás natural, em terra e no mar, em águas rasas. Em julho, produziu mais de 26 mil barris de petróleo e mais de três milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. Os bônus mínimos de assinatura variam de R$ 63 mil a R$ 176 mil para os blocos terrestres e de R$ 6,15 milhões a R$ 31,47 milhões para os blocos marítimos. Veja abaixo o mapa das áreas marítimas que serão ofertadas:
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