TENSÃO ENTRE GRÉCIA E TURQUIA PELA EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO NO MAR MEDITERRÂNEO AINDA SE MANTÉM ALTA

A Turquia anunciou que prolongará a missão de seu navio de prospecção Oruç Reis em uma zona de jazidas de gás no Mediterrâneo Oriental, reivindicada pela Grécia,  apesar do risco de agravar as tensões atuais entre os dois países. A Marinha turca informou que a missão vai se estender até 10 de setembro. A mobilização da embarcação ao sul da ilha grega de Kastellorizo, em 10 de agosto, irritou Atenas e reavivou uma escalada das tensões bilaterais. A descoberta de importantes jazidas de gás nos últimos anos agravou as antigas rivalidades entre Grécia e Turquia sobre suas fronteiras marítimas. O ministro turco da Defesa, Hulusi Akar, disse que  “Continuaremos nossas atividades de busca de hidrocarbonetos o tempo que for necessário. Não há data-limite.”  A Marinha turca informou ainda que fará exercícios de tiro nos dias 1 e 2 de setembro na costa de Iskenderun, ao nordeste da ilha do Chipre.

A Alemanha pedediu fim das manobras da marinha turca. Na reunião dos  países-membros da União Europeia, o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, disse que as manobras militares rivais no Mediterrâneo Oriental “devem cessar” para permitir o diálogo entre Grécia e Turquia. “Precisamos de uma solução diplomática para este conflito. Ninguém quer resolvê-lo com navios de guerra no Mediterrâneo Oriental.”

A Alemanha está envolvida na mediação para resolver essa crise ligada à exploração de zonas marítimas ricas em hidrocarbonetos. Navios de guerra turcos e americanos, por um lado, e embarcações gregas, cipriotas, francesas e italianas, por outro, fizeram manobras militares no Mediterrâneo Oriental. O ministro turco da Defesa acusou a França de contribuir para a escalada, ao enviar aviões de guerra para o Chipre, de modo a expressar seu apoio a Atenas. O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, em uma conversa por telefone com  Donald Trump, garantiu que “a Grécia está disposta a uma desescalada significativa, desde que a Turquia pare, imediatamente, suas ações de provocação”