DEBATE NA FENASUCRO & AGROCANA DEFENDE UM LIVRE MERCADO PARA VENDA DE BIOENERGIA

cogenA 28ª Fenasucro & Agrocana, que termina amanhã (19), no interior de São Paulo, debateu como o mercado da bioenergia se atualizou ao longo das décadas, mas ainda encontra desafios a serem sanados para amparar o setor. O assunto foi tema central do Seminário CEISE Br./UNICA, que debateu os 35 anos da bioeletricidade no Brasil. Newton Duarte (foto principal), presidente da Associação da Indústria de Cogeração de Energia (COGEN), explicou que ao longo dos anos, o país aprimorou a capacidade para gerar eletricidade por meio dos subprodutos da cana-de-açúcar, mas ainda enfrenta um desafio antigo: o de operar livremente no mercado: “É inexorável que tenhamos um novo mercado nos próximos anos, com modernização e versatilidade, mas para isso precisamos de leis que garantam o livre mercado. O governo limita a venda de bioenergia, mas se apropria da geração de lucro, deixando de repassar aos fornecedores, que são impedidos de vender no mercado livre”.

Segundo ele, trata-se de uma apropriação indébita, já que a produção acima do limite fixado pelo Ministério de Minas e Energia não pode ser negociada livremente pelasfenasucro debae usinas de biomassa. O pensamento também é compartilhado pelo gerente comercial de Energia BP Bunge Bioenergia, José Pineiro, que reforça a necessidade de uma abertura do mercado, sem a intervenção do governo: “Essa discussão deve vir acompanhada da valoração dos produtos que serão negociados em um mercado cada vez mais livre. Queremos jogar de igual para igual com todos os setores. E mesmo com todas as limitações nós seguimos avançando”.

De acordo com dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Brasil tem grande potencial na geração de energia a partir de fontes renováveis. Até 2031, a produção de biogás deve chegar a 7,1 bilhões de Nm?. E para o biometano, de 3,8 samuelbilhões de Nm?. Essa é a previsão para um mercado que processa a cana e produz subprodutos, ou seja, há uma matéria prima farta que pode, inclusive, suprir a carência externa, como pontua, Samuel Custódio (foto à esquerda), Gerente comercial de energia elétrica da Tereos – Açúcar & Energia Brasil. “Podemos ser provedores de energia e de combustível para outros países”, disse. Ele cita, ainda, o plano da Tereos, de até 2030, ter 100% da frota de caminhões rodando exclusivamente com biometano, eliminando, assim, a dependência do diesel. “O Brasil já vive um déficit de diesel, então imagine suprir isso com uma fonte nacional e quefenasucro 1 é renovável? O mercado produtor precisa de garantias para se desenvolver e acessar novos mercados“, disse.

A Feira Internacional de Bionergia recebeu autoridades, que destacaram o potencial da bioeletricidade, do hidrogênio verde e, também, da sustentabilidade gerada pelo setor. O ex-ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações do Brasil, Marcos Pontes (foto à esquerda), enalteceu o potencial de energia renovável do marcos pontesBrasil, que é de 74%, comparado ao de outros países (26%). “Isso não nos deixa tranquilos, pois ainda precisamos investir bastante no desenvolvimento de tecnologias, trabalhando também em toda cadeia produtiva. É preciso sustentabilidade em todo circuito”. Para ele, o hidrogênio verde é a grande aposta para o futuro. E que para isso é preciso haver, primeiramente, a transição do combustível fóssil para o uso de biocombustíveis com elétrico. “Temos a tecnologia para essa transformação e o Brasil tem tudo para ter muito sucesso como um dos maiores produtores de hidrogênio verde”.

Deixe seu comentário

avatar
  Subscribe  
Notify of