PRESIDENTE DA BOLÍVIA ANUNCIA O RECEBIMENTO DO PRIMEIRO COMPONENTE PARA O REATOR NUCLEAR DA ROSATOM
O presidente da Bolívia, Luis Arce Catacora, anunciou hoje (15) pelo seu Twitter a chegada da Vasija do Reator Nuclear de Pesquisa (RNP) ao país, vinda da Rússia. A vasija do reator de pesquisa é um recipiente especialmente projetado para abrigar o núcleo do reator. A Agência Boliviana de Energia Nuclear (ABEN), no âmbito do Programa Nuclear Boliviano, está implementando uma série de projetos que beneficiam o país, sendo a construção do Reator Nuclear de Pesquisa (RNP) um deles. Na terça-feira passada, chegou ao país a vasija deste reator, que é um de seus principais componentes. “Estamos avançando pelo caminho do desenvolvimento, da ciência e da tecnologia como um povo digno e soberano. Chegaram à Bolívia a vasija e o primeiro componente do Reator Nuclear de Pesquisa, que estará no Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Nuclear de El Alto”, disse o presidente.
Este reator nuclear boliviano é único, pois está localizado a mais de 4.000 metros acima do nível do mar. Ele está situado na cidade de El Alto, nas instalações do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Tecnologia Nuclear (CIDTN). Possui uma potência térmica de 200 quilowatts, é do tipo moderado por piscina e refrigerado por água leve e é o primeiro desse tipo a operar nesta altitude. A chegada da vasija ao país é um marco importante na implementação do Reator Nuclear de Pesquisa do país, pois significa a transição entre a fase de construção e a fase de montagem do equipamento. Ou seja, o início da instalação dos componentes que fazem parte do núcleo do reator, onde são realizados os principais processos.
Os reatores nucleares de pesquisa são instalações projetadas para estudar e desenvolver aplicações nucleares com fins científicos e tecnológicos. “Ao contrário dos reatores de potência usados para gerar eletricidade, os reatores de pesquisa concentram-se na pesquisa e desenvolvimento de tecnologias relacionadas à energia nuclear. Esses reatores são usados por cientistas, engenheiros e acadêmicos para realizar experimentos, gerar dados científicos e formar futuros profissionais no campo da energia nuclear“, disse o especialista da Associação Boliviana de Energia Nuclear, Erlan Vasquez. Um reator nuclear de pesquisa tem uma ampla gama de aplicações, que vão desde as áreas ambientais, industriais, mineradoras até a área forense. “Esse tipo de instalação nos permite a produção de radioisótopos que podem ser usados para melhorar a gestão de nossos recursos hídricos. Outro exemplo é a aplicação da análise por ativação neutrônica na mineração, o que nos ajudará a identificar minerais de interesse nacional e estratégico para o país e, portanto, identificar áreas com potencial para exploração”, acrescentou o especialista.
A vasija do reator boliviano foi construída na Rússia pela ROSATOM. Antes de seu embarque, foram realizadas inspeções com o objetivo de verificar se a fabricação foi realizada de acordo com os padrões internacionais e se todos os controles de qualidade foram realizados. A vasija de um reator de pesquisa tem a função principal de conter com segurança as reações nucleares e evitar a liberação de material radioativo, além de facilitar a transferência de calor do núcleo para o sistema de refrigeração, mas principalmente ela é destinada à instalação e montagem do núcleo do reator. “Esses elementos possibilitam a operação segura do reator de pesquisa em seus diferentes modos de operação“, detalhou Vasquez.
Agora é esperar as sabotagens dos americanos.