ATÉ A MINA DE URÂNIO DE SANTA QUITÉRIA FICARIA SOB O COMANDO DA FACÇÃO CRIMINOSA PCC QUE ELEGEU O PREFEITO DA CIDADE

A produção Urânio no Brasil talvez esteja precisando ir aos barbudinhos para ganhar “um passe”. Um projeto que iniciou há 20 anos, ainda em 2022, a Mina de Santa Quitéria, no Ceará, nem tinha começado oficialmente o empreendimento, mas já enfrentava problemas  com a comunidade. Agora, a coisa é ainda mais séria. O prefeito reeleito do município,  José Braga Barrozo(foto), foi preso pela Polícia Federal e pela Polícia Civil do Ceará pouco antes de tomar posse para seu segundo mandato. Braguinha, como é conhecido no município, está sendo investigado por suspeita de envolvimento com a facção criminosa PCC, que atuou em favor da sua chapa nas eleições municipais. Na eleição, os bandidos impediam os eleitores da oposição de votarem, ameaçavam matar quem não votasse em José Braga, e distribuíam dinheiro em quem votasse nele. O vice-prefeito do município, Francisco Gardel Mesquita Ribeiro, conhecido como Gardel Padeiro, também é investigado no mesmo processo por envolvimento com uma facção criminosa. Ele não chegou a ser preso, mas foi impedido de tomar posse no lugar de Braguinha. Quem assumiu, foi o presidente da Câmara de vereadores, Joel Barroso, filho do prefeito eleito que foi Brasil. A cidade ficaria sob o domínio de uma das organizações criminosas mais atuantes no território brasileiro. Até a exploração do estratégico Urânio, ficaria sob o guarda chuva da bandidagem.

Para lembrar,  exploração do urânio já era alvo de denúncias de violação de direitos humanos e de risco de contaminação. O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) e a Plataforma Dhesca, também de direitos humanos, visitaram o município de Santa Quitéria, a 200 quilômetros de Fortaleza e perto de Sobral, no Ceará, com o objetivo de ouvir a comunidade local sobre eventuais violações decorrentes do projeto e realizar audiências públicas. O problema era mais por desconhecimento do que outra coisa. Em 2024, a Comissão Nacional de Energia Nuclear deu aval à instalação da maior usina de urânio do Brasil. O avanço nas etapas formais do empreendimento, porém, voltou a impor medo aos moradores, que temem os impactos da mineração.

Com a decisão, o consórcio Santa Quitéria – formado pelas empresas Indústrias Nucleares do Brasil e Galvani Fertilizantes pode iniciar os preparativos para a construção da unidade. A licença ainda não garante o início imediato da produção, mas é considerada um marco importante no projeto, debatido há mais de dez anos. Os estudos para conferir a segurança nuclear e radiológica do empreendimento continuam. A iniciativa também depende da palavra do Ibama, sempre ele, órgão federal a quem cabe avaliar o relatório de impacto ambiental do projeto e decidir se concede (ou não) o alvará para exploração no local e talvez o maior atrasador do progresso do país.  Desde 2004  (INCRÍVEL), o consórcio responsável pela usina tem recebido negativas do Instituto por supostamente não cumprir as exigências para receber o licenciamento necessário à construção do empreendimento. Mas se tem alguém que acha que este assunto não tem pressa, são os profissionais do IBAMA. Com autorização da Ministra Marina Silva, os profissionais (?) estão de féria durante as férias escolares. Em março, eles retomam. Parece brincadeira, mas a brincadeira não aparece.