CONTINENTAL APOSTA EM CRESCIMENTO NA DEMANDA POR SERVIÇOS OFFSHORE
Por Rafael Godinho (rafael@petroticias.com.br)
A carioca Continental, que presta serviços de manutenção em tubulações, está perto de completar 25 anos de existência. Segundo Luis Antonio Drumond, coordenador comercial, a empresa surgiu no segmento de locação, mas há oito anos decidiu se reposicionar no mercado, ao notar a relativa carência de serviços especializados no país e a fraca tecnologia aplicada no setor. Diante da oportunidade, a empresa importou tecnologias, desenvolveu outras e hoje atua maciçamente no setor de Óleo&Gás. Segundo o executivo, entre os atuais contratos, a empresa está participando de uma grande obra envolvendo a substituição de um trecho de tubulação da Petrobrás no Rio Grande do Norte, e acredita que o setor offshore deve apresentar uma demanda crescente por serviços nos próximos anos.
Em linhas gerais, como é o trabalho da Continental?
Nós somos focados em manutenção de tubulação industrial e atuamos há cerca de 25 anos no mercado. Começamos no segmento de locação de equipamentos especializados, mas hoje a maior parte do nosso contingente está focada em serviços bem específicos, como a trepanação, que é furação de tubulação em operação, com temperatura e pressão variadas, envolvendo fluidos inflamáveis e não inflamáveis.
Além de trepanação, vocês realizam outros serviços?
A gente faz serviços de limpeza de tubulação, uma limpeza especial por meio de produtos químicos e de retrolavagem (uma maneira mecânica de se lavar, mediante outras partículas); usinagem de campo, que é corte e soldagem. Temos uma tecnologia capaz de realizar corte a frio, sem risco de explosão. Também alugamos equipamentos como bombas, e fazemos testes hidrostáticos e pneumáticos.
Vocês atuam mais fortemente no setor de petróleo e gás?
Sim, nosso foco está no offshore, em plataformas e FPSOs, e nas refinarias. Basicamente 90% do nosso mercado é esse. Trabalhamos também para estaleiros, plantas industriais, além de cosméticos, mas bem pouco.
Quais estaleiros são clientes de vocês?
Estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis (RJ); Estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca (PE); Estaleiro Renave, em Niterói (RJ), e para todos aqueles que ficam no entorno da Baía de Guanabara a gente já fez trabalhos.
O que motivou a empresa a mudar da área de locação para serviços? Há quanto tempo atuam com prestação de serviços?
Trabalhamos com serviços há oito anos. O segmento de manutenção de tubulação industrial ainda estava muito cru, com pouca tecnologia aplicada. A gente buscou tecnologia no exterior, implantou aqui no Brasil e funcionou. A partir daí, a gente passou a desenvolver a nossa tecnologia também, além de importar. Trata-se de um ramo que cresce muito, devido à alta demanda e da oferta de petróleo ainda pouco explorado. A demanda de serviços tende a aumentar, com a construção de novas plataformas, refinarias e tudo mais. No primeiro semestre deste ano tivemos um faturamento significativo, mas não posso citar números.
Onde está a sede de vocês?
No Rio de Janeiro. Não temos filiais, mas atuamos em todo Brasil. Inclusive a maior parte dos nossos serviços é feita fora do estado do Rio. Como falei, principalmente estaleiros, portos, refinarias e na área offshore.
Sem filiais, vocês atuam no restante do Brasil por meio de representantes ou escritórios próprios?
Não, agimos de acordo com a necessidade. A gente vê uma obra em Recife, mobiliza uma equipe para lá, arma toda a estrutura necessária e a mantém enquanto a obra estiver em operação.
E qual foi o último grande serviço feito por vocês?
A gente acabou de encerrar uma obra em Recife, na Rnest. A gente ficou lá mais ou menos um ano e meio realizando a limpeza de tubulações através de pigs, e decapagem também. Foi uma obra grande, que a gente concluiu há pouco tempo.
Vocês possuem algum novo contrato em foco?
Estamos sempre assinando novos contratos, mas uma obra importante que está sendo realizada é o bloqueio duplo no Alto do Rodrigues (RN), de um trecho de tubulação de 24 polegadas da Petrobrás. Os dutos naturalmente se desgastam e precisam de manutenção, e o extremo disso é a troca do trecho danificado. Primeiramente faz-se o bloqueio do fluxo na área onde haverá a troca e depois solda-se outra tubulação temporária, em curva. Enquanto isso, é possível retirar o trecho danificado e soldar outro. O objetivo principal é manter a linha em operação, minimizando o prejuízo. Já estamos lá há 40 dias e o trabalho deve ser concluído nos próximos 20 dias, já que o trecho a ser substituído é de alguns quilômetros. Nós não fazemos a troca, e sim o bloqueio da linha. A nossa parceira nesse trabalho é a empresa Elos, que nos subcontratou.
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