AIE DIZ QUE NOVAS FONTES DE PETRÓLEO NÃO SIGNIFICAM UMA ERA DE ABUNDÂNCIA

Tecnologias inovadoras e preços elevados têm aberto novas fontes de petróleo, mas o mundo pode não estar próximo de uma era de abundância, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE). Segundo o seu relatório World Energy Outlook (WEO), divulgado em Londres, o crescimento da produção de petróleo na América do Norte e no Brasil reduzirá o papel dos países da OPEP na próxima década, mas o Oriente Médio, única grande fonte de petróleo a baixo preço, voltará a ter seu papel como uma fonte chave de crescimento da oferta de petróleo a partir de meados da década de 2020.

O documento apresenta um cenário central no qual a demanda mundial de energia crescerá em um terço no período de 2035. Segundo ele, a mudança global na demanda de energia para a Ásia ganhará velocidade, mas a China perderá posições de consumo na década de 2020, enquanto a Índia e países do Sudeste Asiático assumirão a liderança. Além disso, o Oriente Médio vai caminhar rumo a um patamar central como um consumidor de energia, tornando-se o segundo maior consumidor de gás no mundo até 2020 e o terceiro maior consumidor de petróleo até 2030. Com isso, a região modifica o seu papel no mercado mundial de energia.

O Brasil, especialmente destacado no relatório, manterá, segundo a AIE, um dos menores setores carbono-intensivos no mundo, embora experimente um crescimento de 80% na energia consumida até 2035 e se mova para o topo dos produtores de petróleo.

Segundo Maria van der Hoeven (foto), diretora executiva da AIE, as maiores alterações estão surgindo no mercado energético em resposta ao crescimento econômico, esforços de descarbonização e avanços tecnológicos. “Temos as ferramentas para lidar com essas mudanças no mercado profundo. Aqueles que se anteciparem no desenvolvimento energético com sucesso podem adquirir uma vantagem”, afirmou ela.