99 LIDERA ALIANÇA EMPRESARIAL PARA AJUDAR A POPULARIZAR VEÍCULOS ELÉTRICOS NO BRASIL

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

Thiago Hipólito -A 99 está liderando uma parceria com outras oito empresas para ajudar a democratizar os carros elétricos no Brasil. A iniciativa foi chamada de Aliança pela Mobilidade Sustentável e tem metas bem arrojadas. Alguns dos objetivos são aumentar para 10% das vendas a participação de carros elétricos e criar 10 mil estações públicas de carregamento. Para conhecer mais sobre o projeto, o Petronotícias conversa hoje (5) com o diretor do DriverLAB (centro de inovação para motoristas parceiros da 99), Thiago Hipólito. “Neste momento inicial, estamos criando estratégias conjuntas para financiar projetos para alavancar o desenvolvimento de todo o ecossistema que possa ampliar o uso dos veículos elétricos”, explicou. O executivo lembra ainda que a 99 opera em 1.600 cidades do país e tem 750 mil motoristas parceiros cadastrados no Brasil. Para ele, essa escalabilidade oferece condições para negociar financiamentos e melhores custos de produção. “Temos ainda a experiência no mercado chinês, onde operamos mais de 30% de todas as estações públicas de carregamento, por uma rede de parcerias. Esse conhecimento é vital para planejar a infraestrutura no Brasil”, acrescentou. Hipólito afirma ainda que a 99 pretende converter 100% dos veículos dos motoristas parceiros para modelos elétricos até 2030. “Com os aprendizados dessa primeira fase, a empresa estudará a melhor forma de disponibilizar 10 mil veículos elétricos aos motoristas até 2025, até chegar a 100% da frota em 2030”, revelou.

Como surgiu a ideia de lançar essa coalizão em prol da mobilidade elétrica no Brasil? Ao que se deve esse movimento da 99?

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Executivos em reunião de assinatura do acordo, na Casa99, em São Paulo

A Aliança surgiu por uma iniciativa da 99, empresa de tecnologia voltada à mobilidade urbana e conveniência, que completa 10 anos de Brasil em 2022, e possui um compromisso de longo prazo com a economia e sociedade brasileira. Atualmente, 48% das emissões de CO2 são provenientes do setor de transporte no país, e a 99 vai zerar isso. Os players que fazem parte da Aliança pela Mobilidade Sustentável estão engajados no compromisso da construção de cidades mais verdes. Isso faz coro com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, dentre os quais o uso de energia limpa é uma meta a ser alcançada.

As parcerias foram construídas com a ideia de unir a indústria – incluindo setores de abastecimento, manufatura, locação e transporte por aplicativo – para combinar especialidades de diferentes mercados e alavancar o desenvolvimento de todo o ecossistema. E estamos buscando outros parceiros para construir o futuro da mobilidade junto conosco.

A 99 e seus parceiros na Aliança divulgaram metas relevantes, como a aumentar a participação de carros elétricos para 10% das vendas e criar 10 mil estações públicas de carregamento. Poderia detalhar um pouco como pretendem atingir esses objetivos?

Atualmente, já é possível observar um crescimento na participação de veículos elétricos e híbridos nas vendas – valor que mais que dobrou desde 2020, saltando de 1% para 2,2% em janeiro deste ano, de acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA). A condição atual do mercado, juntamente com a Aliança, que une investimentos cruzados dos principais setores da mobilidade, oferecem condições para que a 99 possa traçar metas de curto, médio e longo prazos.

Além disso, a 99 é uma empresa que conecta pessoas e possui uma capilaridade robusta no Brasil. Operamos em 1.600 cidades, temos em nossa plataforma 20 milhões de usuários ativos e 750 mil motoristas parceiros cadastrados. Essa escalabilidade oferece condições para negociar financiamentos e melhores custos de produção. Temos ainda a experiência no mercado chinês, onde operamos mais de 30% de todas as estações públicas de carregamento, por uma rede de parcerias. Esse conhecimento é vital para planejar a infraestrutura no Brasil.

Em linhas gerais, poderia falar sobre as atuais barreiras para aquisição de carros elétricos no Brasil? E como a aliança poderá contribuir para superar esses desafios?

27211226006598Há duas pontas que sustentam uma barreira para democratização dos veículos elétricos no Brasil. Os atuais modelos disponíveis no mercado ainda são mais caros do que os convencionais e não há infraestrutura necessária para estes veículos no país. A união de empresas de diferentes setores é capaz de diversificar os esforços de como cada uma pode contribuir para impulsionar o crescimento de uma frota eletrificada. Neste momento inicial, estamos criando estratégias conjuntas para financiar projetos para alavancar o desenvolvimento de todo o ecossistema que possa ampliar o uso dos veículos elétricos.

Esse é um processo de aprendizado que visa construir um ciclo virtuoso, em que um aumento nas vendas puxe um aumento na infraestrutura, e vice versa. Os benefícios valem para todos os participantes, e estamos atuando em parceria de modo a alcançar o melhor resultado para a aliança e para a sociedade.

Falando especificamente da frota da 99, como pretendem converter 100% dos veículos dos motoristas parceiros para modelos elétricos até 2030? Qual vai ser o caminho para alcançar essa meta?

Assim que houve o lançamento da Aliança, dois veículos modelo Arrizo, da Caoa Chery, foram colocados em circulação para análise. Ainda neste ano, a 99 vai trazer outros 300 carros elétricos para serem testados na plataforma. Eles serão adquiridos parte por parcerias com locadoras e montadoras, parte com recursos próprios. Com os aprendizados dessa primeira fase, a empresa estudará a melhor forma de disponibilizar 10 mil veículos elétricos aos motoristas até 2025, até chegar a 100% da frota em 2030.

Pode detalhar, de maneira geral, como serão aplicados os R$ 250 milhões do DriverLAB nos próximos 3 anos? Parte desses recursos será usado na aliança de mobilidade elétrica?

posto-de-recarga-de-carro-eletrico-na-china-1498084614187_v2_450x337Na 99, a Aliança está inserida em uma área que chamamos de DriverLAB e que terá R$ 250 milhões de investimentos em três anos, sendo R$ 100 milhões, somente neste ano, em iniciativas, projetos e soluções 100% focadas nos motoristas parceiros e na melhoria da sua qualidade de vida e faturamento, como a acessibilidade de veículos elétricos para os parceiros.

Acreditamos que democratizar o acesso de veículos de matriz energética mais limpa reduz entre 80% a 70% os custos operacionais, colocando mais dinheiro no bolso dos motoristas parceiros, para que eles e suas famílias tenham um futuro melhor. Ou seja, queremos melhoria da saúde pública, com redução da poluição gerada pelo trânsito, custo mais barato para a atividade de motorista e um transporte mais acessível para todos.

Por fim, gostaria que falasse também da importância dos parceiros escolhidos pela 99 para esta aliança.

Todos os parceiros reunidos estão inseridos na cadeia de valor que pode atuar de forma síncrona para impulsionar a infraestrutura necessária para a eletrificação da frota brasileira, eliminando as barreiras hoje existentes como, a falta de postos de abastecimento e o alto custo dos veículos elétricos. Nenhum player isolado é capaz de promover as mudanças necessárias sozinho, por isso a Aliança pela Mobilidade Sustentável une setores de abastecimento, manufatura, locação e transporte por aplicativo para criar ações, estratégias, e financiar projetos em uma grande rede, com vista para o futuro do país. O futuro da mobilidade urbana precisa ser discutido e construído em conjunto, e se quisermos preservar nosso planeta, não temos mais tempo a perder.

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Pedro Tavares

China aplicando seus interesses no mercado de VE através de suas outras empresas. Só rico pode sustentar esse tipo de veículo. O custo R$/km pode até ser barato comparado com outras fontes de energia, mas investimento e manutenção são caríssimos. O golpe está aí,
cai quem quer.