MESMO PRESSIONADO E BLOQUEADO POR VIZINHOS ÁRABES, QATAR QUER AUMENTAR A PRODUÇÃO DE GÁS NO PAÍS.

Bloqueado em um confronto com seus vizinhos, o Qatar, o maior produtor mundial de gás natural,  anunciou nesta terça-feira(4) que aumentaria dramaticamente sua produção de gás natural.  Saad Sherida al-Kaabi, presidente-executivo da empresa petrolífera nacional, Qatar Petroleum, disse que a produção de gás natural liquefeito aumentaria 30% nos próximos cinco a sete anos. O anúncio confirma que o Qatar está determinado a voltar para uma fase de expansão rápida da produção, após anos de crescimento pouco. “Este projeto fortalecerá nossa posição como o maior produtor de gás natural. Produtor e exportador “, disse o Al-Kaabi. O aumento seria o equivalente a adicionar cerca de 8% aos suprimentos atuais do gás no mundo.

O Qatar congelou o desenvolvimento de um campo que compartilha com o Irã,   que tem a  maior quantidade de gás do mundo, há mais de uma década.  A decisão é provavelmente impulsionada pelas preocupações do Qatar com a perda de participação de mercado para concorrentes emergentes como os Estados Unidos, cuja indústria de gás de xisto vem crescendo rapidamente e a Austrália. Um aumento nas exportações do emirado poderia desencorajar o investimento pelos possíveis rivais.

O aumento dos estoques do Qatar também poderia agitar o mercado, enfraquecendo ainda mais os preços do gás, que já são relativamente baixos. O Qatar, entre os produtores,  tem os custos de produção mais baixos do mundo. Mesmo assim, o país é mais capaz de enfrentar a queda dos preços.

O Qatar tem os recursos para levantar a produção.  Ele já  líder mundial nas exportações GNL líquido transportado em navio e, desse modo, alcança  mais clientes potenciais do que aqueles oferecidos exclusivamente por pipelines – graças a parcerias com gigantes energéticos como Exxon Mobil e Total , da França.

O Qatar está agora bloqueado em um confronto com a Arábia Saudita e outras nações árabes, como o Egito,  que impuseram um bloqueio aéreo e marítimo no emirado. Se isso persistir ou aumentar a escalada de pressão,  os países que se opõem a Doha podem pressionar as empresas, que têm interesses comerciais em todo o golfo, para evitar lidar com o Qatar. A pressão para não exportação está significando  que Doha  já está enfrentando uma deterioração das finanças e um aumento das despesas devido ao bloqueio Isso pode ser fazer o país  mergulhar em seus próprios bilhões para novas instalações de perfuração e refrigeração do gás.

Os Preços de mercado do  GNL Exportado para o Japão, um grande mercado, caíram cerca de dois terços nos últimos três anos, de acordo com as estatísticas do governo japonês. A Demanda cresceu mais rapidamente do que para outros combustíveis, como o petróleo, mas o mercado agora tem um excesso de produção de gás para entrar nos próximos anos.

As economias de rápido crescimento, como as da China e da Índia, têm um incentivo para substituir o gás pelo carvão na indústria e na geração de energia porque esse movimento reduziria a poluição do ar, bem como as emissões atribuídas pelas mudanças climáticas. A Europa, onde a demanda de gás tem sido fraca nos últimos anos, também pode precisar de mais combustível, apesar de ser mais caro e mais poluidor do que as usinas nucleares. Alguns países querem diminuir o uso nuclear para gerar energia, mas ainda não encontraram  uma solução mais eficiente e mais barata.