GAS ENERGY VAI CRIAR EMPRESA DE HEADHUNTING ESPECIALIZADA NO SETOR DE ÓLEO E GÁS

Com a descoberta do pré-sal no Brasil, anunciada pela Petrobrás em 2006, o setor de petróleo e gás floresceu no país, o que levou à criação de novas empresas e atraiu o interesse de muitas companhias estrangeiras para cá. Neste meio nasceu a Gas Energy, empresa de consultoria focada na área de gás, que em sete anos se tornou referência em sua área de atuação. Com representações nas principais cidades do Brasil, além de escritórios em outras capitais da América do Sul e no Canadá, a empresa diversificou sua atuação, atendendo como consultora em projetos de petroquímica e outros setores similares. O próximo desafio da Gas Energy será a criação de uma empresa de headhunting (descobrimento de talentos) voltada para petróleo e gás, o que seria algo inédito no Brasil. Para saber mais sobre este novo desafio e sobre a história da Gas Energy, o repórter André Dutra entrevistou o diretor-presidente da Gas Energy, Douglas Abreu.

Por que criar uma empresa de headhunters no setor de petróleo e gás?

Um dos maiores gargalos enfrentados hoje pelo Brasil no setor de petróleo e gás é a falta de mão de obra qualificada. Com a demanda por essa mão de obra aumentando cada vez mais com o início da exploração do pré-sal, a Gas Energy achou que este tipo de empresa seria interessante. Para que possamos montar uma empresa sólida, fechamos uma parceria com uma empresa de headhunters da Argentina, que possui expertise no setor de óleo e gás. Além da empresa, nós também promovemos há três anos um curso de um dia, em parceria com a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), que procura dar uma noção geral do setor de petroquímica para os participantes.

Após o início das atividades da Gas Energy em outros setores, o setor do gás continua sendo o carro-chefe da empresa?

Com certeza. O setor do gás ainda responde por 85% do faturamento da empresa e é a nossa especialidade. Também é bom frisar que o foco da empresa, que já foi o resto da América Latina, hoje é o Brasil, graças ao grande crescimento que o país obteve na exploração e produção do gás natural dos últimos anos.

Vocês possuem algum outro tipo de atividade?

Nós temos um grupo de empresas que presta serviços diferentes. Além da Gas Energy Consultoria, que foi onde tudo começou, temos um holding, uma empresa para fomento e viabilização de projetos no setor de óleo e gás e para a promoção de negócios de uma forma geral, que é a South Energy, e também criamos um braço para a comercialização de óleo e gás.

A Gas Energy presta que tipos de serviço de consultoria?

Nós atuamos em toda a cadeia produtiva do gás, desde upstream até o cliente industrial. Fazemos trabalhos em distribuição, agências reguladoras, etc. Também fomos recomendados como advisers de gás para vários IPOs (Ofertas Públicas Iniciais de ações) de importantes empresas, o que mostra nossa eficiência e qualidade de serviço.

A lei de conteúdo local é um dos nichos explorados pela Gas Energy?

Até agora não. No caso da regulação e da consultoria, a lei do conteúdo nacional ainda não afeta muito as empresas que lidam com serviços, especialmente de consultoria e similares. Porém é um nicho interessante a ser explorado porque existe um movimento que visa agregar cada vez mais itens ao conceito de conteúdo nacional.

A falta de mão de obra qualificada é um dos maiores gargalos no setor de petróleo e gás no Brasil. Como você vê o futuro do setor levando em conta este fato?

Esta questão da falta de mão de obra é uma realidade que se aplica a todos os novos players de gás, que ainda estão finalizando os testes em seus campos, porém não chega a ser um grande impedimento. Acredito que o governo esteja se movimentando de forma correta em relação a este problema, especialmente por meio do Prominp, com o aumento na oferta de capacitação. Mas mesmo assim este gargalo é uma preocupação, porque pode ser um grande problema quando estes novos players começarem de fato a produzir gás natural.