OIL STATES AMPLIA PRESENÇA NO MERCADO DE INSPEÇÃO DE RISERS E VAI INAUGURAR NOVA FÁBRICA NO RIO DE JANEIRO

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) – 

A empresa Oil States decidiu ampliar sua presença no segmento de inspeção de risers de perfuração e, para isso, adquiriu a empresa MR Inspection, passando a agregar a expertise da companhia nesta atividade. Agora, o serviço poderá ser feito em terra e também a bordo. O CEO da divisão brasileira da Oil States, Marcio Robles, também revelou que a empresa planeja no futuro atuar não apenas em risers de perfuração, mas também nos de produção. O executivo detalhou ainda o funcionamento da nova fábrica que a Oil States irá colocar em operação no próximo ano, no Rio de Janeiro. “A nossa intenção é começar a fabricar conectores de revestimento de poço e equipamentos subsea como Pipeline End Manifold (PLEM) e Pipeline End Termination (PLET)”, disse.

O que motivou a aquisição da MR Inspection?

A Oil States tem uma divisão especializada em inspeção e manutenção de equipamentos de perfuração, dentre eles os risers de perfuração. No processo de reparo desses equipamentos, é necessária a inspeção prévia, que é recomendada por normas e pelos fabricantes do risers.

Com o passar do tempo, se percebeu que poderia se economizar com a logística do equipamento. Ao invés de inspecionar em terra, essa atividade seria realizada a bordo, dentro da plataforma de perfuração. Nós percebemos esse movimento de mercado e vimos que deveríamos ter esse serviço também a nível mundial. Estávamos em busca desta tecnologia por meio de aquisição ou desenvolvimento interno.

A partir desse cenário, vimos que a MR Inspection era a única empresa do mundo capaz de atender ao escopo completo, requerido pelos fabricantes de risers e também pelas normas, com a inspeção podendo ser realizada offshore. Nenhuma empresa é capaz de fazer o escopo completo como nós. Também temos capacidade de desenvolver todos os robôs necessários para fazer essa inspeção. 

Além de deter essa tecnologia, a MR é a única que possui todas as certificações ABS e DNV. Demoramos até a achá-la, mas a MR realmente trouxe,  junto com os nossos outros serviços, valor agregado e diferencial tecnológico grande.

Quais as vantagens a empresa terá a partir de agora?

A principal vantagem é que hoje nós podemos oferecer o serviço completo de inspeção offshore e onshore; e de reparo. Somos também a única empresa capaz de fazer, no offshore, a inspeção mais completa de um risers de perfuração, feita a cada cinco anos. Dentro deste intervalo, um riser precisa passar por uma inspeção completa. Hoje, nós somos a única empresa capaz de fazer isso no offshore.

E como andam as negociações para novos contratos?

Estamos percebendo uma procura muito grande em Cingapura e possibilidades aqui no Brasil. Já estamos recebendo pedidos de cotação de algumas empresas. As perspectivas são excelentes. 

Como a empresa avalia o desafio imposto pela natureza no pré-sal, onde alguns risers colapsaram? Como a Oil States planeja ajudar a contornar esse problema?

A nossa inspeção funciona para os risers de perfuração e não para esses risers de produção do pré-sal. São áreas diferentes, porém estamos avaliando. Como a MR Inspection tem muito conhecimento em inspeção, estamos colocando alguns desafios para futuro, em como nós podemos atuar nessas outras segmentos, como os de risers de produção. É um projeto para o futuro. 

Hoje quais são os principais projetos e clientes da companhia?

Hoje, um dos principais clientes é a All Seas, com quem temos um contrato de fornecimento de MCV (Módulo de Conexão Vertical) e conectores para pipeline. Estamos entregando equipamentos e vamos entrar no processo de instalação offshore.

Qual o objetivo com a nova fábrica da empresa?

No próximo ano, a fábrica em Santa Cruz, no Rio de Janeiro, já começa a ficar operacional e a nossa intenção é começar a fabricar conectores de revestimento de poço e equipamentos subsea como Pipeline End Manifold (PLEM) e Pipeline End Termination (PLET). Olhando mais para o futuro e para os desafios do pré-sal, vamos começar o processo de qualificação para fabricação de flex joint – componente usado em sistemas de risers rígidos e híbridos.

E como a empresa planeja crescer dentro do mercado brasileiro?

Nós não temos dúvidas de que o mercado brasileiro irá crescer. Todos nós estamos bastante entusiasmados com as próximas rodadas. Acreditamos muito que haverá um mix entre a Petrobrás e as empresas internacionais no País, o que irá favorecer toda a indústria. Confiamos muito numa Petrobrás fortalecida com os desafios no pré-sal. Vamos continuar investindo no Brasil para apoiar o crescimento no futuro próximo.