ABERTA A OTC BRASIL NO RIOCENTRO COM PETROLEIRAS DE OLHO NO LEILÃO DA PRÓXIMA SEXTA-FEIRA

Começou a OTC Brasil. A abertura no Riocentro foi na manhã desta terça-feira (24), com a presença das principais autoridades brasileiras ligadas ao petróleo. Como de praxe, os discursos formais, mas convergindo mesmo para a próxima sexta-feira (27) quando será realizado, também no Rio de Janeiro, as 2ª e a 3ª rodadas de petróleo com leilão em áreas do pré-sal. A exposição, bem menor em relação às últimas edições, em apenas um pavilhão, reflete bem o estado de espírito das empresas do setor, que amargam problemas quase intransponíveis. No término da solenidade e a caminho de conhecer a área de exposição das empresas que ainda resistem à crise do setor e apostam no reaquecimento do mercado,  o presidente da Petrobrás, Pedro Parente,  falou com os jornalistas:

– A Petrobrás vai entrar no leilão também em parceria com a Exxon ?

– Isso é de natureza estratégica e naturalmente a gente não releva nada antes do certame. Vocês viram como aconteceu no leilão passado, onde a parceria da Petrobrás com a Exxon só foi revelada no momento do lance. Então, não esperem de mim que eu faça qualquer comentário, só posso dizer que parceria é a maneira usual de se trabalhar nessa indústria e nós vamos de parcerias.

– Qual é a elasticidade financeira que a Petrobrás tem para este leilão ?

– Bom, nós temos que ser seletivos. Significa dizer realmente, dado ao conjuntos de boas áreas ofertadas, certamente seria uma ideia, possivelmente pensar exclusivamente sobre a qualidade das áreas uma participação mais ampla, mas a seletividade e a situação da empresa exige realmente que a gente faça lances somente naquelas áreas que possam ter um potencial maior. Dentro de uma condição favorável, que só serão conhecidas dentro do leilão, temos o direito de participar destas áreas.

– O senhor acha que são grandes as chances de levar algumas áreas, dado o conhecimento, a manifestação prévia ?

– Olha, claramente dada a nossa visão, do potencial de todas as áreas, dados que fizemos a pré-manifestação por três áreas, do direito de preferência por essas três, será exclusivamente uma matéria de decisão econômica. Dada a qualidade de conhecemos. Ou seja, se não formos os vencedores, óbvio que queremos ser os vencedores, mas se houver um lance maior do que o nosso, se ele lance for dentro daquilo quer nos considerarmos que seja um lance justificado do ponto de vista econômico, nós podemos nos associarmos nesse leilão.

– Poderia justificar a presença de um parceiro para dar este gás, um parceiro econômico ?

– Não. Nesse momento isso não existe. A gente tem o direito de entrar  no consórcio que, eventualmente, venha a apresentar uma proposta maior. Mas não podemos nesse momento  definir nenhuma parceria. No momento é a Petrobras que mantém o direito, de ter a preferência  e, portanto, de ser operador.

–  Vocês assinaram o contrato de Sépia, sem conhecer os índices de conteúdo local. Pode explicar isso ?

– Estamos trabalhando na discussão desse contrato. Trabalhando na discussão do conteúdo local, sob a liderança da ANP, portanto prefiro não fazer nenhum comentário sobre esse assunto agora. As discussões estão bem encaminhadas e qualquer comentário poderia prejudicar o andamento essas discussões.

– E a Braskem, saiu do plano de desinvestimento ?

– Havia uma pequena parcela do capital da Braskem no PND e vocês sabem que o PND  tem uma rotina toda especial  e o que aconteceu na realidade facilita o processo, mas não era impeditivo para que a gente vendesse essa pequena parcela.

– Mas saiu por quê?

– Saiu porque não faz sentido ficar no plano uma parcela, sendo que o principal processo, vai ser um processo dentro do nosso programa de desinvestimento.

– Mas já estão chegando um acordo com a Odebrecht ?

– As conversas caminham bem. Não temos um acordo fechado ainda, mas queremos ter o mais cedo possível. Mais do que isso não posso comentar com vocês.

– Tem vários negócios, várias vendas de ativos que estão com problemas na Justiça. Isso já preocupa a Petrobrás de alcançar a meta de US$ 21 bilhões?

– Não. Nós claramente mantemos a nossa meta de desinvestimentos, conforme anunciados, até 21 bilhões de dólares até o final do ano que vem. Há essas liminares  que são naturais num processo  de desinvestimento no Brasil, como vocês acompanham . Todos os processos de desinvestimentos sofrem este tipo de processo, mas o que a gente verifica  é que, respeitando inteiramente o regime legal brasileiro,  nós conseguimos reverter a maior parte delas. Isso significa um atraso, mas não a impossibilidade de fazer esses desinvestimentos.

– E a venda da BR ?

– Não podemos definir uma data ainda, porque esta é uma decisão do Conselho de Administração da Petrobrás, que vai levar em contra as condições  de mercado, mas como já comentei, é o mais cedo possível. Estamos trabalhando, já anunciamos algumas etapas importantes  Estamos trabalhando muito forte para faze-lo  tão logo quanto possível.