ARGENTINA QUER RENEGOCIAR CONTRATOS DE FORNECIMENTO DE GÁS NATURAL COM A BOLÍVIA
A Argentina quer mudar os termos de um contrato de importação de gás com a Bolívia para permitir reduzir ou mesmo eliminar importações de gás natural liquefeito (GNL), ao mesmo tempo em que impulsiona a sua própria produção. A Bolívia é o maior exportador de gás natural da América do Sul e depende do recurso para a maior parte da sua receita de exportação, mas o aumento de produção da Argentina e Brasil e renegociações de contratos com seus principais clientes ameaçam seu domínio no momento em que sua produção e reservas estão diminuindo. Daniel Redondo, Secretário de Planejamento de Energia da Argentina, disse que o governo quer modificar o contrato “take-or-pay” com o seu vizinho, que expira em 2026, para permitir mudanças sazonais que poderiam reduzir drasticamente caras importações de GNL durante o inverno: “Nós vamos precisar importar GNL durante o inverno a não ser que consigamos um acordo com a Bolívia no qual fornecimento, ao invés de se manter estável durante o ano, aumente no inverno. Isso é algo que queremos fazer com a Bolívia.”
Representantes do YPFB, a empresa estatal de petróleo da Bolívia, e o Ministério de Energia do país andino não quiseram comentar, mas acendeu uma luz amarela. A Argentina, que já foi um exportador líquido de energia, importa atualmente 20 % do gás natural que precisa. A maior parte vem da Bolívia, enquanto o resto vem alguns carregamentos regaseificados canalizados pela fronteira com o Chile. Incluem ainda a Shell, BP e Vitol. A produção crescente de gás natural de Vaca Muerta, uma área de exploração não convencional, é do tamanho da Bélgica, e poderá levar a Argentina a exportar gás excedente para o Chile no verão.
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