A ÍNDIA TERÁ A MAIOR CENTRAL NUCLEAR DO MUNDO DEPOIS DE UM ACORDO ESTRATÉGICO FEITO COM A FRANCESA EDF
França e Índia consolidam parcerias estratégicas na visita que o presidente francês Emmanuel Macron está fazendo a Índia. A viagem oficial, que dá sequência à da China, em janeiro deste ano, consolida a parceria francesa com este gigante asiático. O presidente francês inaugurou a Aliança Solar Internacional, uma iniciativa lançada conjuntamente pelos dois países durante a COP 21. Em um dos acordos acertados entre os dois países está o início da construção até o final deste da maior central nuclear do mundo, na Índia, com seis reatores. A empresa francesa EDF, e a indiana Nuclear Power Corporation of India (NPCIL) assinaram um acordo sentido, em Nova Deli, onde se encontra o Presidente francês, em visita até esta segunda-feira(12). Emmanuel Macron disse esperar que o acordo definitivo sobre a construção da central de Jaitapur, na costa sudoeste da Índia, seja assinado brevemente. Quando terminar, o projeto de Jaitapur será a maior central nuclear do mundo com uma capacidade total de 9,6 GW. O projeto foi negociado durante uma década.Na declaração conjunta, os responsáveis políticos disseram que além do abastecimento de energia renovável, a central permitirá à Índia atingir o seu objetivo de ter 40% de energia não fóssil até 2030. Com a segunda maior população do mundo, atingindo 1,25 mil milhões de habitantes, a Índia é o terceiro maior poluidor do planeta, com 4% das emissões de gases com efeito de estufa, responsáveis pelas alterações climáticas, e comprometeu-se a realizar um esforço para desenvolver energias renováveis.
Ao longo das últimas décadas, França e Índia desenvolveram uma parceria estreita e dinâmica nos campos da defesa, da energia nuclear, da tecnologia espacial e da segurança. Em setembro de 2016, os dois países assinaram um acordo intergovernamental para o fornecimento dos aviões franceses de combate Rafale, da empresa Dassault, cuja entrega deve começar em 2019, de acordo com o fabricante da aeronave. Em relação aos investimentos, Paris é um dos três maiores investidores estrangeiros na Índia, com um capital social investido de cerca de € 20 bilhões. O Palácio do Eliseu divulgou que mais de 500 empresas francesas estão agora estabelecidas no país asiático, empregando mais de 300 mil pessoas.
Nas décadas de 1950 e 1960, a Índia emergiu como o líder do movimento não-alinhado e, hoje conta com uma economia emergente vital, preparada para se tornar a quinta maior economia mundial, atrás dos Estados Unidos, Japão e Alemanha, mas à frente da França e da Grã-Bretanha. É nesse contexto que as relações entre a Índia e a França se desenvolveram e chegaram a uma nova etapa na década de 1990, com o lançamento da parceria estratégica. A visita de Emmanuel Macron faz parte de uma longa história. A ideia desta visita nasceu durante a passagem por Paris do primeiro-ministro indiano Narendra Modi, que foi um dos primeiros líderes estrangeiros a conhecer o presidente Emmanuel Macron, imediatamente após sua eleição em junho passado. Viajando pela Europa, ele passou por Paris para cumprimentar o sucessor de François Hollande. O gesto mostra a importância que a Índia atribui à sua relação com a França.
Foi durante esta viagem que o primeiro-ministro indiano convidou Macron a visitar a Índia para renovar as relações bilaterais e para inaugurar com o presidente francês a primeira cúpula fundadora da Aliança Solar Internacional ou ASI. A ASI, lançada como parte da COP 21 conjuntamente pela França e pela Índia, é uma plataforma de cooperação entre países em desenvolvimento com alto potencial da energia solar e países desenvolvidos com tecnologias que aperfeiçoam este tipo de geração. A inauguração da ASI, que atualmente reúne 64 países, será uma das motivações multilaterais da visita do presidente francês à Índia.
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