SISTEMA CRIADO POR PESQUISADORES DA COPPE SERÁ UTILIZADO EM AVANÇADAS PESQUISAS DO CERN
A qualidade de pesquisadores brasileiros é reconhecida no exterior. O Atlas, maior detector de partículas da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern) vai adotar, ainda este ano, um sistema atualizado de filtragem online de elétrons desenvolvido por pesquisadores do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O Cern é o maior laboratório de física de partículas do mundo e investiga a origem do universo. O sistema da Coppe possibilitará ao Cern fazer novas descobertas com menor custo financeiro. A estimativa é que o Cern deixe de comprar até 10 mil computadores com quatro núcleos de processadores cada, o que significa economia em torno de US$ 80 mil
O sistema brasileiro já era usado. Versão anterior do sistema denominado Neuralringer, da Coppe, foi aprovado pelo Cern em 2016 e utilizado no ano passado. A solução foi desenvolvida por um grupo de cientistas, sob a supervisão do professor do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe, José Manoel de Seixas, que coordena a equipe brasileira no Atlas. Ele disse que “foi feita uma nova atualização do sistema, e a gente vai começar a colidir durante 2018, antes que o Atlas pare para novos avanços e para retomar com a máquina colidindo mais forte do que está colidindo agora”.
Em dezembro do ano passado, um projeto de pesquisa visando ao aperfeiçoamento do algoritmo do Neuralringer foi aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pelo Comitê Francês de Avaliação da Cooperação Universitária com o Brasil (Cofecub). O edital prevê o intercâmbio de pesquisadores da Coppe, da Université Paris VI (Pierre e Marie Curie) e da Université Clermont-Ferrand (Blaise Pascal), com duração de quatro anos, até 2021. A parceria entre a Coppe e o Cern começou há cerca de 30 anos. Em 1988, um grupo formado por professores da Coppe visitou pela primeira vez as instalações do Cern, na Suíça. A partir de então, ficou estabelecida parceria que é mantida até hoje com vários projetos comuns.
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