OS FERTILIZANTES TIVERAM PESO SIGNIFICATIVO NO DÉFICIT DA BALANÇA COMERCIAL DE PRODUTOS QUÍMICOS
Um relatório da Abiquim sobre o nível da balança comercial de produtos químicos, pode expressar claramente a decisão equivocada da Petrobrás, cabível inclusive de uma investigação profunda sobre as razões, de fechar duas fábricas de produção de fertilizantes no país. Os números de importação confirmam isso. Os fertilizantes permanecem como principal item da pauta de importações com praticamente US$ 796,2 milhões no primeiro bimestre deste ano, mas tiveram queda de 32,3% em quantidades de toneladas adquiridas do mercado externo, que baixaram de 4,6 milhões para 3,1 milhões nos dois primeiros meses de 2018 em relação ao mesmo período do ano passado, mas com o fechamento das duas fábricas na Bahia e em Sergipe, esses números vão aumentar. Os prejuízos para o país, serão ainda maiores.
O déficit acumulado da balança comercial de produtos químicos atingiu US$ 3,8 bilhões nos dois primeiros meses do ano. O valor representa aumento de 18,1% em relação ao mesmo período do ano passado. No primeiro bimestre de 2018, as importações de produtos químicos, de praticamente US$ 6,1 bilhões, registraram uma elevação de 15% em relação ao mesmo período de 2017. Já as exportações, de US$ 2,3 bilhões, apresentaram crescimento de 10,1% na mesma comparação. Em fevereiro, as compras externas de produtos químicos chegaram a US$ 2,9 bilhões, uma elevação de 13,5% em relação ao mesmo mês no ano passado. Já as exportações, de US$ 1 bilhão, foram equivalentes a um aumento de 4,6% em igual comparação.
As resinas termoplásticas são os produtos químicos mais exportados pelo País, com vendas de US$ 348,1 milhões, apesar da redução de 11,9% em relação ao primeiro bimestre de 2017. Nos últimos 12 meses (março de 2017 a fevereiro de 2018), o déficit em produtos químicos é de US$ 24 bilhões, confirmando o prognóstico da Associação Brasileira da Indústria Química – Abiquim sobre a aceleração do crescimento desse indicador, no contexto da retomada do nível da atividade econômica nacional.
Denise Naranjo, diretora de Assuntos de Comércio Exterior da Abiquim, disse que “Pela primeira vez, desde 2014, o valor importado supera a marca dos US$ 6 bilhões no primeiro bimestre, apesar da forte queda em quantidades de fertilizantes e seus intermediários. Como temos alertado, com a retomada do crescimento econômico nacional, o déficit em produtos químicos está se intensificando com rapidez e para garantir que operações predatórias não coloquem em xeque a manutenção de várias produções existentes e a atração de novos investimentos é imperativo que o sistema brasileiro de defesa comercial seja preservado e, inclusive, fortalecido institucionalmente”.
O problema estrutural do Brasil é grande. O governo não se importa em ter déficits gigantescos desde que tenham apoio mediático das grandes multinacionais e dos órgão pseudos econômicos do Brasil, isto é , o crescimento do pais não interessa. Afinal Miami fica logo ali.