ABDAN COMEMORA SUCESSO DE SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR E APRESENTA PRÓXIMAS METAS
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
O seminário internacional “The World Nuclear Industry Today”, organizado pela World Nuclear University (WNU) e pela Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), movimentou o setor nuclear com uma intensa agenda de palestras e visitas técnicas. Foi um sucesso não apenas de público, mas também no sentido de trazer boas notícias para a indústria. Com 369 inscritos, a edição deste ano alcançou um recorde absoluto de participantes. Além disso, trouxe para o debate uma série de questões cruciais para o segmento nuclear. “Eu acho importante destacar a qualidade dos palestrantes, não só do Brasil, mas também do exterior. Todos de alto nível e trazendo temas importantes, como modelagem econômica, depósito de combustíveis utilizados, normatização, entre outros assuntos”, afirmou o presidente da Abdan, Celso Cunha. Passado o evento, a entidade agora já planeja as suas próximas ações para fomentar o setor. “Neste momento, estamos discutindo os projetos de lei que estão em curso (privatização da Eletrobrás e regulamentação do setor). Estamos em contato com os deputados que trabalham na relatoria [destes projetos] e que podem decidir o futuro da Eletronuclear”, explicou.
Como o senhor avalia o grande número de inscritos no evento? O que isto representa?
Nós fechamos com 369 inscritos e tivemos quase 70 convidados adicionais, chegando perto de 450 pessoas participando. Isso foi um número recorde não apenas da edição brasileira, mas de todas as edições realizadas pelo mundo. Eu vejo que cada dia mais os temas do setor nuclear estão avançando. Embora existam dificuldades ainda, mas como falei no meu discurso de abertura do encontro, o segmento nuclear continua avançando, mesmo que a passos curtos.
Qual o balanço faz do evento?
Eu acho importante destacar a qualidade dos palestrantes, não só do Brasil, mas também do exterior. Todos de alto nível e trazendo temas importantes, como modelagem econômica, depósito de combustíveis utilizados, normatização, entre outros assuntos. Mesmo no final do último dia de palestras, tínhamos cerca de 200 pessoas na plateia. Conseguimos manter o interesse dos inscritos durante os três dias com uma intensa agenda de palestras.
Quais foram os principais legados e novidades durante o seminário?
Tivemos uma boa notícia de que a Amazul adiou por mais uma semana as inscrições [para contratar novos engenheiros e técnicos]. Os jovens que estão se formando, as primeiras turmas da Coppe/UFRJ, passam a ter oportunidade de trabalho. A Amazul também está permitindo que os estudantes que ainda não terminaram o curso possam fazer a prova. Caso sejam aprovados, serão chamados após a conclusão do curso. Isso já foi uma grande vitória.
A Eletronuclear ter falado sobre a modelagem na qual está trabalhando para conseguir concluir Angra 3 também foi uma vitória. Essa discussão em cima da questão da econômica é muito importante. Outra coisa que merece ser destacada é que a própria Abdan apoiou a vinda de cinco jovens de Minas Gerais que estão fazendo mestrado e doutorado na área de depósito de combustível utilizado. É um tema muito importante. Então, a associação conseguiu apoiar a pesquisa destes jovens, por meio da Westinghouse e da Framatome.
Como a Abdan avaliou tudo o que a Eletronuclear apresentou sobre a modelagem econômica de Angra 3?
O caminho que está sendo estudado, com a parceria privada, é muito correto. O governo está sem recursos para aplicar na obra, mas o mercado tem. A Eletronuclear não será privatizada, não estamos tratando disso. A Legislação exige que o controle seja exercido pela Eletronuclear. Então, acho que este é a trilha correta a ser percorrida.
Precisamos agora que o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, tome a decisão [de retomar as obras]. Esperamos que antes dele sair da pasta, as negociações sejam concluídas.
Quais outros grandes temas precisam de definições por parte do Governo e do Congresso?
O Congresso está discutindo a questão da privatização da Eletrobrás e o marco legal do setor (consulta pública 033) do Ministério de Minas e Energia. A Abdan foi chamada para poder conversar. O Fórum das Associações do Setor Elétrico vai discutir também. Ou seja, tudo isto traz repercussões. Falta agora saber se trará soluções também, que é o mais importante. É bom que os assuntos estejam sendo discutidos. Vamos acompanhar o desenrolar dos fatos.
A partir de agora, quais são as próximas ações da Abdan para 2018?
Neste momento, estamos discutindo os projetos de lei que estão em curso (privatização da Eletrobrás e regulamentação do setor). Estamos em contato com os deputados que trabalham na relatoria [destes projetos] e que podem decidir o futuro da Eletronuclear. Precisamos estar atentos e participando para contribuir nesta discussão. Ainda neste ano, a Abdan espera avançar, muito rapidamente, na área de energia nuclear social. Queremos contribuir de forma mais ativa. Estas são as nossas grandes metas.
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