SEEPIL VÁLVULAS MIRA EM NOVOS CONTRATOS EM PETROQUÍMICA E FPSOS
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
O ano de 2018 já vai chegando à metade e há ainda muitas expectativas de novos negócios nos meses restantes. O mercado já deu alguns sinais de retomada de projetos importantes e a cadeia nacional de fornecedores está atenta às novas possibilidades de contratos. É o caso da Seepil Válvulas, que atualmente já possui contratos com a Petrobrás e Statoil e se prepara para ampliar sua presença em óleo e gás. “Hoje, em termos de prospecção, entendemos que o Brasil não vai ficar da forma que está. Então, buscamos reaproximação com os EPCistas que irão assumir a retomada de empreendimentos de infraestrutura”, afirmou o diretor técnico da companhia, Fábio Peres. O executivo afirma que já existem conversas com as empresas que vão assumir as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) e da UFN 3. Além disso, Peres afirma que a Seepil está olhando também para possíveis negócios relacionados aos FPSOs de Libra e Sépia.
Comente sobre a origem da companhia.
A nossa empresa está completando 41 anos em 2018. Ela nasceu, inicialmente, para comercializar válvulas e acessórios para válvulas, focados na disciplina de tubulação. Iniciou as atividades operando no mercado de terminais de óleo e gás e usinas de álcool. O fundador da empresa, na época, conseguiu se destacar no mercado. Naquele tempo, era muito difícil importar equipamentos, porque ainda existia a questão dos bloqueios da época do governo militar. Então, o fundador da Seepil tinha habilidade de fazer manutenção de equipamentos que, a princípio, eram vistos como não recuperáveis. Desta forma, a companhia acabou entrando no nicho de serviços. A empresa criou também um vínculo muito forte com a Petrobrás e, ao longo dos anos 80, se desenvolveu para outras áreas, como perfuração, produção, transporte e refino. Isto tudo dentro da parte de válvulas de segurança.
Em um segundo momento, a empresa ganhou um vulto maior e começou a fazer atividades de assistência técnica direto no site do cliente. A Seepil foi chamada ainda para operar um mercado distinto, de válvulas de bloqueio – uma disciplina radicalmente diferente da de válvulas de segurança. Assim, a empresa foi crescendo e ganhando amplitude nacional.
E qual tem sido o foco atual?
Hoje, o foco na indústria de óleo e gás vai desde a perfuração, passando por produção, transporte e refino. Mas não operamos só nesta cadeia, também estamos presentes em indústria química, fármacos, termelétricas, siderúrgicas, entre outras.
Quais são os principais contratos com a Petrobrás?
Atualmente, temos três contratos com a empresa. Um deles é no estado da Bahia e abrange ainda os estados de Alagoas, Sergipe e Rio Grande do Norte, somente para a instalação de terrestres, ou seja, refinarias, terminais e coisas deste tipo. Temos contratos com outras petroleiras também, como a Statoil. É um contrato bastante longo e não há perspectiva de encerramento. Muito pelo contrário. Na parte de serviços, temos contratos com Braskem, Ocyan, algumas termelétricas no Rio de Janeiro, indústrias químicas no Rio e em São Paulo e indústrias da borracha, também no Rio.
Apesar da crise, como está a prospecção de novos contratos?
Até 2014, nossa empresa estava em um ritmo de crescimento fantástico. Tínhamos uma aproximação de volume de negócios com vários EPCistas – consórcios para construção da Rnest, Comperj, UFN 3 e demais empreendimentos. Entre 2007 e 2014, operamos nos principais empreendimentos de infraestrutura do país ligados a óleo e gás. Mas, vieram a crise do preço do barril de petróleo, a crise financeira brasileira e o “petrolão”, que impactaram o volume de negócios. A partir disso, fomos obrigados a enxergar a nossa empresa de uma forma diferente. Buscamos o estreitamento com as petroleiras estrangeiras. Até 2013, não tínhamos vínculo com elas. A partir daquele momento, precisamos avançar para o mercado offshore com as estrangeiras.
Hoje, em termos de prospecção, entendemos que o Brasil não vai ficar da forma que está. Então, buscamos reaproximação com os EPCistas que irão assumir a retomada de empreendimentos de infraestrutura. Então, vamos atuar nestes projetos dentro da área de comissionamento de válvulas. Podemos dizer que, como ampliamos muito nosso foco de atuação, a crise para nós já passou. E teremos uma condição de crescimento muito boa quando a infraestrutura do país for retomada de verdade. Estamos em conversas com as empresas que vão assumir as obras do Comperj, Rnest e UFN 3.
Quais serão os próximos investimentos?
Antes do momento de crise, nossa ideia era ter uma filial em cada polo industrial do país. Mas a nossa visão de mercado mudou. Então, entendemos que precisamos manter nossa presença em São Paulo, onde temos grandes clientes na Baixada Santista. O nosso objetivo é reabrir a filial da Baixada Santista, que foi fechada por conta da crise. E queremos ainda reabrir a filial de Macaé (RJ), que está com um início de retomada. Vamos ainda fortalecer a nossa base de Duque de Caxias (RJ) e operar com foco dentro do cliente.
Como a empresa enxerga as oportunidades de negócios para o restante do ano de 2018?
Dentro deste ano, já sabemos que vai acontecer a retomada destes três grandes empreendimentos da Petróbras (Comperj, Rnest e UFN 3). Mas, estamos olhando também para os novos contratos para os campos de Libra e Sépia, que foram vencidos por uma empresa japonesa, que é cliente nossa. A tendência é que estejamos próximos a eles, para participar do desenvolvimento desde a etapa do projeto.
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