ALTA DO PETRÓLEO FAZ AS USINAS PRIORIZAREM PRODUÇÃO DE ÁLCOOL AO INVÉS DE AÇÚCAR
A disparada do preço do barril de petróleo flutuando nas ondas da incerteza política, tornou financeiramente mais vantajosa para as usinas de produção de etanol priorizar a produção do combustíveis do que do açúcar. As usinas do centro-sul do país bateram recorde de produção na segunda quinzena de abril. A produção do combustível derivado da cana atingiu 1,3 bilhão de litros, superando até mesmo períodos do auge da safra canavieira, entre junho e agosto, de acordo com dados divulgados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar nesta quinta-feira (10). Foi a maior produção do combustível desde agosto de 2015, graças à priorização da fabricação do etanol em detrimento do açúcar. Na década, só três quinzenas tiveram produção nesse ritmo. A produção de hidratado é quase o dobro da safra passada.
A produção recorde é explicada pelo fato de apenas 35,78% da cana que chegou às usinas ter sido usada para produzir açúcar, enquanto o restante virou etanol anidro, usado na mistura à gasolina ou hidratado, vendido diretamente nas bombas. No mesmo período do ano passado, 43,06% da cana tinha sido usada para produzir açúcar. As usinas também aceleraram a produção, com 37,68 milhões de toneladas moídas na segunda quinzena de abril, 55,3% mais que em 2017, quando o volume alcançou 24,26 milhões de toneladas. Desde o início da safra, até o último dia 30, foram esmagadas 59,84 milhões de toneladas de cana, ante as 41,95 milhões da safra anterior. A safra 2017/18 alcançou 596,31 milhões de toneladas. Isso resultou em produção de 2,24 milhões de toneladas de açúcar, 2,15 bilhões de litros de etanol hidratado e outros 566,76 milhões de litros de anidro.
Deixe seu comentário