SGP AJUDA GOVERNO A CRIAR METAS PARA ENERGIA SOLAR E TEM PLANOS DE FABRICAR PAINÉIS SOLARES NO BRASIL | Petronotícias




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SGP AJUDA GOVERNO A CRIAR METAS PARA ENERGIA SOLAR E TEM PLANOS DE FABRICAR PAINÉIS SOLARES NO BRASIL

Quem pensa que a energia solar ainda está distante da matriz brasileira, pode se preparar que o futuro está chegando. A empresa SGP, criada no início de 2011, está empenhada em investir nesse novo mercado e diz que já é viável comercialmente. Dois fatores ajudaram a dar o impulso. O primeiro foi a entrada da China na fabricação de painéis solares em 2007, o que baixou em cerca de 40% os custos, enquanto o segundo incentivo foi a determinação da Aneel para que as distribuidoras se condicionem a receber a energia proveniente de minigeração. A diretora de desenvolvimento de mercado da SGP, Kristina Montgomery, contou ao repórter Daniel Fraiha que estão ajudando o governo a criar um programa de incentivos para o setor, o Prosolar, com meta de chegar a 3% de geração solar na matriz brasileira em cinco anos, além de ressaltar que cerca de 20 empresas internacionais já estão no país prontas para investir no novo negócio. A SGP tem planos também para começar a fabricar painéis solares no Brasil, em um prazo de três a cinco anos.

Como surgiu a SGP?

Somos muito ligados em sustentabilidade e achamos que é uma grande oportunidade para o Brasil investir em energia solar, já que temos uma demanda energética crescente. Então começamos a empresa no início de 2011, pensando exclusivamente em energia solar. Muitos países desenvolvidos estão empenhados nisso, e é viável. A Alemanha, por exemplo, consegue instalar e produzir uma quantidade de energia solar em um ano equivalente a toda a energia nova instalada no Brasil em três anos. Enquanto nós crescemos cerca de 400 MW de potência anualmente, eles aumentam em 1,3 GW de potência a matriz, só com energia solar.

Mas é comercialmente viável no Brasil?

É. Porque é a única fonte que você pode instalar direto no ponto de demanda. Hoje temos uma rede precária e sobrecarregada. A partir do momento em que você gera direto no ponto de demanda, você deixa de usar a rede de distribuição nacional, por isso o preço vai passar a ser competitivo. Além disso, a China entrou na produção de painéis solares em 2007 e dominou o mercado, o que baixou em cerca de 40% os custos de instalação.

Qual é a tecnologia mais eficaz para geração solar no Brasil?

É a fotovoltaica, que será a que vamos trabalhar. Tanto o Norte, quanto o Nordeste, São Paulo e Minas Gerais têm condições excelentes para geração fotovoltaica, pois são áreas com incidências de sol incríveis, com poucos dias nublados e poucos dias de chuva.

O Brasil tem condições de vir a produzir painéis solares?

Tem total condição de ser um produtor de tecnologia. Os painéis solares são feitos a base de silício, que é um derivado do quartzo, e nós temos muitas reservas minerais aqui para isso. Só que precisamos criar uma demanda antes, por isso estamos batalhando pela lei de incentivos.

Como está o projeto da lei de inventivos à energia solar?

Nós fizemos um trabalho para o governo federal, junto ao deputado Felipe Bornier, para a criação de uma lei de incentivos. Será o Programa de Incentivo ao Aproveitamento da Energia Solar (Prosolar), e autoriza a União a estabelecer metas nacionais de geração de energia solar para 1% do total da matriz elétrica brasileira nos próximos três anos e de 3% em cinco anos. Já foi aprovado pelo comitê que definiria os valores do orçamento de 2011, agora falta ser votado no Congresso.

Você acredita que é possível atingir essas metas em tão pouco tempo?

É totalmente possível. Só depende do empenho do governo em trazer incentivos e fazer financiamentos especiais. Hoje a energia eólica ocupa mais de 1% da matriz brasileira e ela entrou há três ou quatro anos no mercado. Inicialmente, a implantação da geração solar seria através de projetos de infraestrutura, como aeroportos, estádios etc. Se tivermos cerca de 500 projetos desse tipo no país inteiro, já alcançaríamos isso.

Quais são os principais incentivos necessários para esse impulso?

Isenção de imposto de importação, linhas de financiamento do BNDES, metas do governo federal de geração de energia solar, cursos técnicos de formação de profissional em instalação de painéis de geração solar, entre outros.

Há muitos interessados em investir em energia solar no Brasil?

Já existem cerca de 20 empresas internacionais de energia solar interessadas em fazer negócios no país. Já existe até uma associação delas aqui, a Abens (Associação Brasileira de Energia Solar). Elas têm capital e estão interessadas em investir, principalmente aguardando o tempo necessário para as concessionárias se adequarem às ordenações da Aneel.

Quais são as ordenações?

As distribuidoras deverão adequar seus sistemas comerciais e elaborar ou revisar normas técnicas para tratar do acesso de minigeração, de forma que a geração em residências, ou em locais onde a potência instalada seja superior a 100 kW e menor ou igual a 1 MW, passe a ser debitada da fatura no fim do mês. Então a conta será entre o que foi consumido e o que foi gerado. É o chamado Sistema de Compensação de Energia e as concessionárias têm até dezembro deste ano para se adequar às regras.

O mercado residencial também se enquadra nos projetos da SGP?

É interessante, mas para isso precisaríamos de uma estrutura muito mais avançada para fazer acontecer. Hoje já pode ser considerado um mercado interessante financeiramente, já que, segundo a Aneel, o valor do MWh em energia solar é de R$ 400 a R$ 450, enquanto as distribuidoras vendem o MWh por preços entre R$ 500 e R$ 700. Mas por enquanto pretendemos investir em projetos de porte maior, em que a geração possa ser feita no ponto de demanda, como em aeroportos e estádios.

Tem parcerias para esses projetos?

Fizemos um trabalho de desenvolvimento de negócios e marketing para a Sun Edison, que é a maior empresa de geração solar no mundo e está entrando no mercado brasileiro agora. Também estamos trazendo investidores estrangeiros interessados em obras públicas, como estádios, aeroportos, com foco na Copa do Mundo e nas Olimpíadas. A Borrego Solar, que fez grandes projetos solares nos EUA, como para os estúdios da Warner Brothers e para a empresa de logística New Age, é outra que está interessada em desenvolver uma parceria com a gente para projetos aqui. Eles têm um representante se reunindo com a gente semanalmente por conference call, e a partir do momento que venhamos a iniciar os projetos comerciais, teremos representantes deles aqui para nos auxiliar nos estudos de viabilidade.

Um estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgado recentemente afirma que a geração centralizada ainda não é viável no país. Como a SGP encara essa afirmação?

Essas plantas (de geração centralizada) não são viáveis, porque quando você coloca na rede, passam a ter uma série de custos em cima da geração que tiram a competitividade. Mas se você coloca direto no ponto de demanda, como faremos nos estádios, nos aeroportos etc, estes custos são cortados.

Quais são as expectativas da SGP para os próximos anos?

Esperamos começar a desenvolver projetos, a fazer as primeiras instalações de placas nas áreas de maior incidência solar no Brasil, e dentro de 3 a 5 anos iniciar a produção de placas no país. Porque somos muito ligados às mineradoras, então teríamos facilidade de conseguir a matéria prima, e temos esse interesse. Temos investidores interessados inclusive, mas temos que esperar o mercado amadurecer um pouco.

Qual seria o investimento necessário para isso?

Dependendo do nível de produção e da demanda, temos uma projeção que vai de 50 a 100 milhões de dólares, para atender a uma demanda de cerca de 400 MWp por ano. Inicialmente pretendemos começar a fabricação em Minas, porque queremos nos ligar às minas da Vale e da Anglo American.

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Priscilla NobregaAlexRedação PetronotíciasToshiwo Yoshikai Recent comment authors
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Toshiwo Yoshikai
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Gostaríamos de entender melhor o negócio de Energia Solar e a stuação comercial e técnica da SGP no Brasil. A SGP está na exposição da ExpoEnergy?

Atenciosamente,

Toshiwo Yoshikai
Diretor de Desenvolvimento de Tecnologia

Alex
Visitante
Alex

3 a 5 anos é muito tempo, deveriamos importar as celulas solares que correspondem a apenas 1/3 do sistema fotovoltaico e montar os paineis aqui no Brasil, visto que qualquer pessoa hoje pode montar um painel solar vejam esse video http://www.youtube.com/watch?v=7H0cjaFPD_U
e com o passar destes 3 a 5 anos construindo as plantas para obtenção de materia prima e as plantas de produção das celulas solares.

Priscilla Nobrega
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Priscilla Nobrega

Hello,

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Priscilla Nobrega

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