PRODUÇÃO DA ARÁBIA SAUDITA E CONSUMO DOS ESTADOS UNIDOS DEVEM MANTER TENDÊNCIA DE ALTA NOS PREÇOS DO PETRÓLEO
Enquanto o apetite mundial pelo petróleo continuar crescendo, a tendência dos preços será de alta. Pelo menos estas são as previsões internacionais até o final de 2019, segundo avaliação da Agência Internacional de Energia (AIE). Em seu relatório mensal publicado a AIE apresentou pela primeira vez sua previsão de demanda para 2019, estimando que o aumento na procura por petróleo será semelhante ao deste ano. Parte significativa do avanço se deverá à demanda do setor petroquímico, diz a agência. “Combinado com o forte crescimento econômico, o desenvolvimento da indústria petroquímica mundial irá sustentar o aumento na demanda por petróleo”, afirma o documento. A AIE, no entanto, alertou que há riscos que podem comprometer suas projeções. “Esses riscos incluem a possibilidade de preços mais altos, enfraquecimento da confiança na economia, protecionismo comercial e uma possível valorização adicional do dólar americano”, diz a agência.
Ainda no relatório, a AIE estima que o avanço da oferta fora da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) diminuirá de 2 milhões de bpd este ano para 1,7 milhão de bpd em 2019. Os EUA têm exibido o maior ganho e deverá responder por cerca de 75% do aumento na oferta fora da Opep neste e no próximo ano, calcula a agência. O documento, porém, destaca que gargalos logísticos e de infraestrutura devem limitar parte do crescimento da produção americana, que é impulsionada pelo óleo de xisto. A AIE afirma que a produção da Opep subiu 50 mil bpd em maio, a 31,69 milhões de bpd. O resultado é atribuído principalmente à Arábia Saudita, considerada líder informal do cartel. Em relatório divulgado ontem, a Opep estimou o acréscimo na sua produção do mês passado em 35 mil bpd, também graças à oferta saudita. A alta na produção da Arábia Saudita, o maior exportador mundial de petróleo, vem antes de uma importante reunião da Opep marcada para o próximo dia 22, em Viena. No encontro, Opep e outros grandes produtores que não pertencem ao cartel, incluindo a Rússia, deverão discutir a possível ampliação da oferta do grupo.
Por um acordo que está em vigor desde o começo do ano passado, Opep e aliados têm reduzido sua produção combinada em cerca de 1,8 milhão de bpd, numa tentativa de conter um excesso de oferta que vinha pesando nas cotações do petróleo desde 2014. O pacto, que ajudou a impulsionar os preços do petróleo em mais de 40%, deverá expirar no fim de 2018. No entanto, riscos geopolíticos que ameaçam a oferta do Irã e da Venezuela – ambos membros da Opep – ajudaram o petróleo tipo Brent a superar temporariamente a marca de US$ 80 por barril no mês passado, levando sauditas e russos a expressarem o desejo de encerrar o acordo antes do previsto.
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