CRISE DO “MADURISMO” DISSOLVE A VENEZUELA COM GRAVES REFLEXOS NA PETROLEIRA PDVSA
A Venezuela está derretendo, se dissolvendo por uma administração liderada pelo ditador Nicolás Maduro, uma cópia em garrancho do ex-presidente Hugo Chaves. A crise do país se agrava ainda mais ao chegar na principal fonte do país: o petróleo. Agora, a estatal Venezuela PDVSA está sendo saqueada pelos próprios funcionários. Milhares de trabalhadores também vêm fugindo da PDVSA, abandonando seus empregos, antes cobiçados, que hoje não têm valor. Os salários já não conseguem comprar sequer produtos alimentícios para suas famílias, em função da hiperinflação descontrolada. Criminosos roubam equipamentos, veículos, bombas, fios de cobre, levando tudo para conseguir dinheiro. A sangria paralisa ainda mais a companhia e agrava a crise e o “madurismo”. Na reunião do Mercosul, realizada no Paraguai, os líderes chamaram a atenção para o problema humanitário que vive a Venezuela. Milhares de pessoas, as principais cabeças pensantes, estão abandonando o país. A sua recuperação, mesmo que aconteça agora, demorará décadas para a estabilidade política e econômica seja restabelecida e o país volte a patamares de alguns atrás.
O momento não poderia ser pior para o ditador Nicolás Maduro, reeleito em maio em uma eleição contestada. Embora ele ainda mantenha um controle sobre o país, graças ao setor militar da Venezuela, vive uma situação desesperadora, com fome generalizada, luta política, escassez de remédios e êxodo de milhares de pessoas. Para encontrar uma saída, a chave é o petróleo, única fonte de moeda forte. Mas, cada vez mais, a Venezuela produz menos. A direção da estatal vem esvaziando, a mão de obra está pela metade e materiais essenciais desapareceram. Tudo isso se soma a escândalos de corrupção e dívidas exorbitantes. A inflação na Venezuela deve chegar a 13.800% este ano, segundo o FMI. No final do mês passado o salário mensal de um trabalhador mal dava para comprar um frango inteiro ou um quilo de carne. Com os preços subindo, atualmente nem isso se consegue comprar. A situação é caótica.
A produção da estatal está no seu menor patamar em 30 anos. A PDVSA e o governo deixaram de pagar títulos de dívida e não amortizam os juros desde o fim do ano passado. A China recusou-se e realizar mais empréstimos em troca de pagamentos futuros em petróleo. Nas últimas semanas, os tribunais decidiram que a ConocoPhillips, empresa de petróleo americana, poderá confiscar carregamentos venezuelanos em refinarias e terminais do Caribe. A medida foi decorrente da decisão da Venezuela de nacionalizar todos os ativos estrangeiros no setor do petróleo. No plano interno, o país enfrenta tantos problemas nas refinarias que precisa importar gasolina, gastando dólares que não tem. Maduro ordenou a prisão de dezenas de executivos da estatal, incluindo o ex-presidente da PDVSA, alegando um combate contra a corrupção.
As medidas têm as marcas de uma batalha pelo controle do acesso às receitas do petróleo. O general da Guarda Nacional, Manuel Quevedo, comanda a PDVSA sem ter tido qualquer experiência no setor. Maduro afirmou que a produção deste ano precisa crescer em um milhão de barris diários, o que é praticamente impossível, diante do canibalismo que a estatal vem sofrendo cada vez mais. Executivos da PDVSA apontam para a dificuldade de trabalhar na Venezuela. As pessoas estão passando fome. A estatal vem decaindo há anos, mas a deterioração acelerou.
Na PDVSA, os trabalhadores já não tem seguro saúde porque a companhia deixou de pagar as clínicas particulares. Às vezes não há almoço porque os fornecedores não são pagos. E agora há o roubo de equipamentos. Em várias estações de bombeamento e tanques de armazenamento os ladrões destruíram instalações elétricas para retirar cabos de cobre. Em um local, nove transformadores foram retirados de postes, inutilizando sistemas vitais. Cercas são derrubadas e portões abertos e deixam as instalações sem proteção. Os trabalhadores não sabem quem está por trás dos roubos. Poderiam ser gangues, mas para desmantelar sistemas elétricos é preciso ter o conhecimento que operários e ex-funcionários possuem. A produção caiu e novas perfurações estão paralisadas por falta de equipamento. Muitos abandonam o emprego sem avisar. Na maior parte das vezes, não são substituídos. E, quando são, os novos empregados têm pouca ou nenhuma experiência.
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