ESTUDO DA CNI APONTA QUE GÁS NATURAL NO BRASIL É TRÊS VEZES MAIS CARO DO QUE NOS EUA

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) elaborou um estudo sobre o mercado de gás natural no Brasil e identificou que o preço do combustível no país chega a ser três vezes maior do que nos Estados Unidos. O documento também traz uma série de sugestões de mudanças na legislação para criar um ambiente de negócios atrativo aos investimentos privados e ao aumento da concorrência no setor.

Segundo o estudo, preço médio do gás natural para a indústria alcançou US$ 14 por milhão de BTUs em julho de 2017, mais do que o triplo dos US$ 4 por milhão de BTUs cobrados nos Estados Unidos, que é o maior produtor e o maior consumidor do combustível no mundo. De acordo com o levantamento, isso ocorre por conta da baixa oferta no mercado brasileiro. Os preços elevados  seriam responsáveis por inibir a demanda do combustível, que alcançou 85,6 milhões de metros cúbicos ao dia em 2017.

Os dados da CNI apontam que, entre 2014 e 2017, a produção offshore, que responde por 80% do total nacional,  cresceu 23%, mas a oferta teve uma expansão de apenas 12%. No mesmo período o nível de reinjeção aumentou 75% e passou de 15 milhões de metros cúbicos ao dia, em 2014, para 27 milhões de metros cúbicos ao dia, em outubro de 2017. O estudo indica também que o nível de aproveitamento da produção nacional caiu de 63%, em 2013, para 54%, em 2017, porque os custos de transporte dos campos em alto mar para a costa são elevados.

Algumas das medidas que a CNI propõe para aumentar a oferta e reduzir os custos do gás natural são: remover barreiras à entrada de novos ofertantes, estimular a produção de gás em terra, por meio da efetiva implementação do Programa Reate, criar um sistema de transporte de gás robusto e competitivo, dentre outras. A entidade diz que boa parte dessas ideias  já está consolidada no Projeto de Lei 6.407/2013, em tramitação no Congresso Nacional. “A aprovação do projeto de lei, que é resultado do consenso entre a indústria, os produtores, os comercializadores e o governo federal, será um grande avanço para o setor e ajudará a aumentar a oferta e reduzir os preços do gás natural“, afirmou o especialista em energia da CNI Rodrigo Garcia.