MEDO DA RECESSÃO POR CAUSA DA CRISE ENTRE CHINA, ESTADOS UNIDOS E IRÃ, FAZ PETRÓLEO CAIR QUASE 7%, MAS A TENDÊNCIA É DE ALTA
A Tensão imposta por Donald Trump com a China e o medo de uma recessão internacional fez o petróleo despencar quase 7 % no mercado internacional nesta quinta-feira(12). Mesmo assim, a Agência Internacional de Energia acredita que o medo de potenciais problemas de fornecimento de petróleo, que estava aumentando o preço barril, vai permanecer, apesar das promessas, principalmente de Arábia Saudita e da Rússia, de colocarem mais petróleo no mercado. No relatório mensal do mercado petrolífero publicado hoje, a Agência Internacional de Energia (AIE) atribui o medo à redução da ‘almofada’ de produção e calcula que as da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Kuwait eram de 2,1 milhões de barris por dia em junho. Isto coloca mais pressão em relação ao último trimestre do ano, quando se espera que as sanções dos Estados Unidos ao Irã reduzam ainda mais as exportações iranianas, ao que se poderia juntar a espiral de queda da Venezuela. Em junho, as exportações iranianas diminuíram cerca de 230.000 barris por dia devido a uma descida de 50% das compras dos europeus, que fez com que a maior parte destas para a Ásia. A China e a Índia ficam com 600.000 barris diários de petróleo iraniano, cada uma.
Para os autores do estudo, as sanções de Washington poderiam cortar as vendas de petróleo iraniano num número significativamente maior do que os 1,2 milhões de barris diários que se verificaram na anterior ronda de embargo. A Venezuela continuou em junho a queda de produção (para 1,30 milhões de barris diários), ou seja, num ano perdeu cerca de 800.000 barris diários, mais do que o conjunto da OPEP naqueles doze meses (700.000). Outro país que traz inquietações é a Líbia, devido à instabilidade política. Em junho, a maior queda de produção ocorreu na Líbia, designadamente menos 260.000 barris por dia em média para um total de 760.000 barris por dia. A estes cortes somam-se outros fora do cartel petrolífero, no Canadá, com uma redução de 360.000 barris diários do projeto Syncrude desde 20 de junho e no Mar do Norte. Além disto, o acréscimo da produção do Brasil este ano será inferior ao que se esperava. Pelo lado do consumo, a AIE mantém as previsões do mês passado.
A AIE continua a prever que a procura global de petróleo vai aumentar em 1,4 milhões de barris este ano e outro tanto em 2019. No quarto trimestre deste ano espera-se que o consumo chegue à barreira dos 100 milhões de barris. Assim, a AIE considera “muito bem-vinda” a determinação mostrada pela OPEP e, em particular, pela Arábia Saudita, em associação com a Rússia, para pôr mais petróleo no mercado tendo em conta os numerosos desafios de fornecimento que se apresentam.
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