LEGADO DE PARENTE NA PETROBRÁS: GASOLINA SOBE AINDA MAIS DEPOIS DE QUATRO QUEDAS SEGUIDAS NOS PREÇOS DAS REFINARIAS

Alguém tinha dúvidas que seria um legado macabro da administração Parente e que o atual presidente da Petrobrás, Ivan Monteiro, insiste em defender? O preço da gasolina nas bombas subiu após seis semanas consecutivas de queda. Simples assim. É o que apontam dados divulgados na sexta-feira (20) pela Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP), que se omitiu e tirou o corpo fora, Mesmo depois de uma audiência pública via e-mail sobre as dúvidas da política de preços da Petrobrás. A administração Décio Odonne na ANP jamais foi contrária às petroleiras. Indicado pelo IBP, Odonne, atual diretor geral da agência reguladora, jamais arbitrou a favor das empresas brasileiras no quesito de conteúdo local, ou mesmo em benefício ao consumidor, no caso da variação diária dos preços dos combustíveis.

Essa política de reajustes diários, o Petronotícias vem atacando desde o primeiro dia do anúncio da Petrobrás de Parente. As consequências: greve de caminhoneiros e desordem no mercado de preços direto ao consumidor nos preços da gasolina e do álcool.  Segundo a ANP, o preço da gasolina subiu 0,13% na semana, para R$ 4,50 por litro (há postos cobrando mais de R$ 5,20 o litro), em média. Já o custo do diesel nas bombas teve queda de 0,23% na semana, para R$ 3,38, com preços subsidiados pelo governo: Eu, tu, ele, nós, vós, eles.  Esperar que as distribuidoras ou os postos reajustem os preços diariamente aos consumidores é de uma obtusidade sem par. Beira a má fé acreditar nisso. Jamais aconteceu, desde o anuncio da nova política, que a Petrobrás, mesmo vendo e sabendo das consequências, insiste em manter. Qual será o resultado? provavelmente Ivan Monteiro irá trabalhar em alguma grande empresa quando não puder mais resistir ao cargo.

Esse legado se deve a competência de Pedro Parente, que também liderou a venda de ativos estratégicos da companhia, até mesmo depois de estar compromissado com a BRF para ser o presidente do conselho de administração da empresa. Resultado: atualmente, a BRF de Parente  luta pela anistia das multas causadas pela greve de caminhoneiros que a política de Parente causou. Parace uma loucura, mas é isso mesmo. De acordo com a empresa, as decisões de subir ou baixar os preços nas refinarias dependem de fatores como o câmbio e o preço do barril de petróleo. O repasse ou não para o consumidor final depende dos postos. E passe a mão no toco. Se entendeu e aceitou é desse jeito. Se não entendeu e não aceitou, é do mesmo jeito.

Já o valor do diesel permanece congelado nas refinarias, conforme o acordo feito pelo governo para acabar a greve dos caminhoneiros. Desde o dia anterior ao início dos protestos, o preço médio do diesel calculado pela ANP recuou R$ 0,21 até agora – ainda abaixo dos R$ 0,46 previsto pelo governo no acordo feito com os caminhoneiros para encerrar a greve. No ano, o preço médio da gasolina calculado pela ANP já acumula alta de 9,7%,   uma variação bem maior que a inflação esperada para o ano: 4,15%. Já o diesel tem alta acumulada de 1,6%.

A ANP divulga semanalmente o preço médio por litro do diesel nos postos, com dados coletados em 459 municípios pesquisados. Os valores representam uma média calculada pela ANP. Os preços, portanto, variam de acordo com a região pesquisada.

Na semana passada, o preço do etanol caiu 1,17% e foi para R$ 2,775, em média. Foi a sexta semana seguida de queda. Em 2018, o preço médio do etanol já caiu 4,7%. Da mesma maneira como ocorre com a gasolina e o diesel, o valor representa uma média calculada pela ANP com os dados coletados nos postos, e, portanto, os preços podem variar de acordo com a região. Já o preço do botijão de gás de cozinha ficou quase estável, com recuo de 0,01% na semana, para a média de R$ 68,68. No ano, há alta acumulada de 1,9%.