EVOLUÇÕES HIDROGÁS BUSCA CLIENTES PARA SEU PROCESSO DE PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO A PARTIR DA ÁGUA
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
A empresa brasileira Evoluções Hidrogás desenvolveu há alguns anos uma nova forma de produzir hidrogênio, a partir da água, sem o consumo de energia elétrica. Com a recente crise econômica que afetou o Brasil e também com o desconhecimento do mercado sobre a tecnologia, a companhia ainda busca uma oportunidade de aplicação industrial de seu produto. Um dos fundadores da empresa, o pesquisador Nilson Barbosa (foto), frisa que o hidrogênio possui diversas aplicações. Na indústria de refino, por exemplo, Barbosa ressalta a importância do elemento para transformar óleos crus pesados em óleos refinados e ajudar a atender às rígidas especificações de combustíveis para transporte. Com a meta de avançar, a Evoluções Hidrogás fechou uma parceria a Genpro Engenharia e um dos objetivos do acordo é construir a primeira planta. “O que temos feito, quando aparece oportunidade, é conversar com [potenciais] clientes para ver se há interesse. Temos vários projetos em negociação, mas nenhuma unidade em operação”, explicou o presidente da Genpro, Sérgio Miyamoto.
O processo pode ser usado para quais finalidades?
Nilson – O processo pode ser usado tanto como meio de produção de energia (gás H2), podendo ser armazenado ou consumido simultaneamente após ser obtido, ou para ser utilizado como insumo na fabricação ou beneficiamento de produtos industrializados. O mercado de hidrogênio é extremamente diversificado e heterogêneo. O elemento é utilizado extensivamente nos mais variados mercados. Podemos elencar os seguintes segmentos de negócios como alguns dos que utilizam o hidrogênio em altas quantidades: alimentação, química, refinarias de petróleo, células combustíveis, geradores, entre outros. O hidrogênio é essencial na indústria de refino atual para transformar óleos crus pesados em óleos refinados e ajudar a atender às rígidas especificações de combustíveis para transporte.
Esta nova tecnologia poderá ser usada para alimentar os dispositivos de geração de energia elétrica através de turbo-geradores, geração de calor e principalmente fornecer H2, células a combustível móveis e estacionárias, sistemas de armazenamento de hidrogênio, como insumo para a fabricação de diversos produtos, entre eles, o gás amônia, combustíveis, produção de alimentos e produtos industrializados (elevado índice de viabilidade financeira).
Pode explicar, resumidamente, como funciona o processo?
Nilson – Em resumo, o processo patenteado pela Evoluções Hidrogás resulta na obtenção de hidrogênio através de um método patenteado de hidrólise alcalina com baixo custo de operação e implantação da planta industrial, usando insumos de fácil disponibilidade, aproveitando as reservas do mar como fonte de matérias-primas, sem emissão de poluentes. Como resultado da reação química são obtido como resíduo subprodutos (sais e líquido), entre eles o hidróxido de alumínio e um composto iônico líquido, poderoso antioxidante inorgânico e fortemente alcalino, com pH acima de 12, não corrosivo, ambos com aplicação em grande escala no mercado mundial. Desse modo, não há descarte de poluentes no meio ambiente, pois os subprodutos da reação são totalmente aproveitáveis na fabricação de diversos outros produtos industrializados ou em atividades industriais, como o tratamento de águas.
Quais são os equipamentos usados no processo?
Nilson – Os equipamentos necessários para montagem da planta industrial são basicamente compostos por conjuntos de vasos de pressão, reservatórios de matéria-prima e subprodutos, tubulações, válvulas, bombas, sensores, equipamentos elétricos e outros dispositivos de controle e automação de processos. O consumo de energia elétrica ocorre apenas para alimentar o circuito de funcionamento operacional, automação e controle do processo industrial. A planta industrial automatizada Hidrolisadora H2 poderá ser projetada pelo nosso parceiro comercial Genpro Engenharia.
Como está o processo de oferta da tecnologia para o mercado?
Sergio – Quando surgir algum negócio no Brasil, devemos desenvolver os projetos para implantação da unidade no país. O que temos feito, quando aparece oportunidade, é conversar com [potenciais] clientes para ver se há interesse. Temos vários projetos em negociação, mas nenhuma unidade em operação.
Em relação a parte de engenharia do produto, o que ainda precisa ser desenvolvido?
Sergio – Existe certa limitação de tamanho. A forma de operar a tecnologia, pelo jeito que foi montada, tem um certo tamanho. E isso limita o tipo de cliente que podemos oferecer. Por isso, a tecnologia precisa passar por um reajuste. A tecnologia desenvolvida pelo Nilson é Batch – neste caso, você coloca os insumos, a unidade processa e obtemos o produto. Ela não é de processo contínuo.
Qual a solução para isso?
Sergio – E isso que nós da Genpro Engenharia estamos desenvolvendo: transformar o que é em batch em forma contínua. Se isso ocorrer, o tamanho do produto vai ficar ilimitado. Então, poderemos produzir combustível para uso em grande escala. No momento, ele só serve para unidades pequenas.
Nilson – O processo pode ser modificado para forma contínua. Para isso, basta desenvolver o equipamento para produzir essa reação continuamente. Toda a parte de equipamento para isso já existe. A questão agora é projetar e a Genpro tem tecnologia para isso.
Quando esse desenvolvimento deve ser concluído?
Sergio – Nós acreditamos que até o final deste ano teremos a tecnologia já transformada para processo contínuo. Depois, faremos um piloto para ver se funcionará de forma contínua.
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