ECONOMIA FRACA E GREVE DE CAMINHONEIROS FAZ CAIR 7,9% O CONSUMO DE PRODUTOS QUÍMICOS INDUSTRIAIS
Com a estagnação da economia e as consequências terríveis para o país da greve dos caminhoneiros, a queda do consumo de produtos químicos já era esperada. O consumo aparente nacional (CAN), que mede a produção mais importação menos exportação dos produtos químicos de uso industrial, recuou 7,9% no primeiro semestre, em relação a igual período do ano passado. São informações preliminares da Associação Brasileira da Indústria Química, a Abiquim. O resultado reflete o desempenho ruim de diversas cadeias industriais atendidas pela química.
A queda na demanda se deve ao péssimo desempenho da atividade econômica, especialmente a partir de março, em relação ao final do ano passado. Sobretudo pelos impactos da paralisação dos caminhoneiros sobre a atividade do setor e da economia como um todo. Pela natureza dos produtos químicos, alguns altamente perigosos, e pela produção em processo contínuo, há limite estreito para o armazenamento de produtos. A diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, diz que “Por essa razão e por não ter como escoar produtos no período de paralisação dos caminhoneiros, muitas empresas tiveram que adotar planos de contingência em relação à produção. Estimativas apontam que o faturamento do setor pode ter ultrapassado os 50% de recuo em relação a um período normal de vendas. Todos os componentes que integram o cálculo do CAN tiveram recuos, em volume, no período: índice de produção -4,74%, importações -19,3% e exportações -23,2%”.
No acumulado do 1º semestre de 2018, o índice de preços subiu 18,56%, tendo sido registradas seis altas mensais consecutivas entre janeiro e junho, reflexo das flutuações do mercado internacional. A alta de preços dos produtos químicos no mercado internacional foi puxada pelo petróleo, +37,3% de janeiro a junho, no que se refere ao barril do óleo Brent; E pela nafta petroquímica, +25,6% de janeiro a junho. Além disso, também a valorização do dólar no mundo e, em particular, no Brasil, em relação ao Real, +16,6% nos primeiros seis meses do ano.
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