HAVIK PREVÊ QUE ÁREA DE DIGITALIZAÇÃO TERÁ GRANDE DEMANDA POR EXECUTIVOS NO SETOR DE ÓLEO E GÁS | Petronotícias




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HAVIK PREVÊ QUE ÁREA DE DIGITALIZAÇÃO TERÁ GRANDE DEMANDA POR EXECUTIVOS NO SETOR DE ÓLEO E GÁS

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) – 

Foto_Daniel De Paiva_Havik_jul18O termo digitalização tem se tornado cada vez mais frequente no setor de óleo e gás. As empresas do segmento estão caminhando com mais velocidade em direção a um ambiente mais digitalizado e conectado, aumentando, e muito, a necessidade de profissionais capacitados a atuar nessa realidade. O sênior partner da consultoria Havik Innovate Executive Search, Daniel de Paiva, já enxerga uma retomada nas contratações para as áreas tradicionais na indústria de petróleo, mas ressalta o grande salto na procura por executivos capazes de lidar com o tema de digitalização. “Para o óleo e gás tradicional, temos uma demanda que está retomando em posições de negócios, e também em vagas específicas e técnicas ou mesmo em posições financeiras e de RH”, afirmou Paiva. “As empresas contrataram profissionais que tinham conhecimento de gestão de contrato de terceiros para a área de digital. E foi aí onde tivemos a maior demanda”, revela. O executivo ainda diz que o ambiente de digitalização será uma grande nova fronteira de contratações, mas que há ainda um risco de haver falta de pessoas habilitadas a atuar neste setor. “Com a retomada da economia, todos os segmentos tendem a aumentar sua voracidade por profissionais capacitados no ambiente digital. Com isso, a possibilidade de termos um apagão de talentos é muito grande”.

Poderia começar falando da atuação da Havik no setor de óleo e gás atualmente?

Somos uma consultoria com nove anos de mercado. A Havik é considerada uma boutique de executive search. Trabalhamos em posição de liderança, desde gerência sênior, passando por diretores, vice-presidentes e as posições de board e conselho. Temos trabalhado em diversos segmentos, alguns com mais ênfase por conta da crise. O setor de óleo e gás ficou um pouco deficitário porque sofreu bastante não só com a crise econômica, mas também com a política. A crise de óleo e gás no Rio de Janeiro aplacou uma série de circunstâncias. Basta olharmos para a cidade de Macaé, que recebeu altos investimentos e como aquela região está hoje. 

Nós também sofremos com isso. Tínhamos uma área exclusiva para esse setor, que no ano passado ficou praticamente parada durante dois meses. Do ano passado para cá, sentimos uma retomada. Por isso, reorganizamos nossa estrutura para atender esse segmento. Temos equipes especializadas para tratar o setor de óleo e gás. Este é um mercado com regulação, legislação, exigências e uma situação crítica e sensível, que precisa ser muito bem tratada.

Como está a procura das empresas de óleo e gás pelas soluções e serviços da Havik?

Para o óleo e gás tradicional, temos uma demanda que está retomando em posições de negócios, e também em vagas específicas e técnicas ou mesmo em posições financeiras e de RH. Depois de março, sentimos um crescimento muito voltado para a troca de posições. Então, talvez nada novo, não há investimentos em novos projetos, mas existem investimentos em substituir pessoas que migraram de empresas ou que se aposentaram. Muitas empresas nacionais e internacionais, por conta da crise, anteciparam a aposentadoria de alguns profissionais. Isso possibilitou que profissionais de outras escalas subissem a cargos superiores, de liderança. Mas foi a parte de digital que demandou para nós. 

Poderia detalhar um pouco mais sobre essa demanda na área de digital?

Eu sou o responsável por tecnologia e energia no grupo Havik. Nesta área, temos o ambiente de infraestrutura tradicional de Tecnologia da Informação (TI), e também a TI do digital – que engloba big data, cloud services, Internet das Coisas e soluções integradas. O ambiente de óleo e gás demandou a criação de áreas, contratação de profissionais especializados ou de serviços. As empresas contrataram profissionais que tinham conhecimento de gestão de contrato de terceiros para a área de digital. E foi aí onde tivemos a maior demanda. Não só na posição executiva, como nas posições de liderança. Ajudamos também as empresas a desenhar a estrutura de operação dessas áreas voltadas a TI, infraestrutura tecnológica e digital. Crescemos muito nos últimos 18 meses com a frente de digital, não apenas com as empresas grandes de telecom, mas também com startups ou companhias que estavam sendo criadas. 

A área de digitalização então será a nova grande fronteira de contratação para o setor de óleo e gás?

Sim, mas não por uma deficiência do setor de óleo e gás, e sim por uma deficiência do ambiente digital. A área de digital demandou profissionais muito novos de mercado. Muitos deles que nasceram nesse ambiente já foram demandados e provavelmente teremos um apagão de talentos. Isso porque se a economia retomar nos níveis que esperamos, o crescimento está muito pautado em cima do ambiente digital. Não havendo profissionais, haverá um crash. Na performance de qualquer empresa, a única variável que pode zerar a equação é a de pessoas. Então, com a retomada da economia, todos os segmentos tendem a aumentar sua voracidade por profissionais capacitados no ambiente digital. Com isso, a possibilidade de termos um apagão de talentos é muito grande.

O setor de óleo e gás tem investimentos muito altos, prazos de retorno curtos e o impacto do digital será muito forte. As empresas terão que demandar consultorias especializadas em encontrar os profissionais.

O que mais as empresas têm procurado nos executivos?

Se falarmos especificamente do perfil executivo, os pontos são gestão de tempo, utilitário econômico (o profissional que com pouco consegue fazer muito), resiliência e capacidade de aprendizado rápido. Especificamente para a área de óleo e gás, esses profissionais estão conectados com a linha de negócio, ou seja, que conseguem inovar. São pessoas que não pensam simplesmente no modelo de negócio, mas que conseguem criar áreas de inovação. As empresas tem criado laboratórios de inovação com o objetivo de desenvolver o futuro da companhia, criando células de inovação que vão servir para fomentar novas formas de trabalho, produto e serviço. 

Como a Havik pretende ampliar sua presença no mercado de óleo e gás?

Nós temos uma estrutura especializada em óleo e gás, com capacidade de fazer uma leitura do momento regulatório, legislativo político e econômico. O primeiro passo é nós ajudarmos as empresas na reorganização daquilo que precisam para sobreviver.

A Havik tem uma parceria com uma consultoria de desenvolvimento organizacional, chamada Traduzindo o Futuro, que trabalha com as linhas de transição da modernidade para pós-modernidade. A base desse estudo é uma temática desenvolvida por um psicanalista chamado Jorge Forbes. Somos não apenas precursores, mas usuários do sistema deles para fazer uma análise de perfil do profissional, identificando se ele é moderno ou pós-moderno. Estamos também desenvolvendo uma proximidade com entidades organizacionais para ajudar a mapear quais são os gaps e se estes podem ser tratados. 

O que é importante para os profissionais do setor de óleo e gás?

Uma sugestão que eu daria, independente da área onde ele atua, é passar a entender como que o modelo de negócios está amparada pelo ambiente digital. É preciso que os profissionais revisitem o que é o setor de óleo e gás, como ele está se comportando. Recentemente, o presidente da Shell [André Araújo] comentou que percebe a entrada de novos players do mercado desde as mudanças da regulação nos últimos dois anos. E que tudo isso trará uma demanda maior de empresas e pessoas interessadas para aproveitar a retomada do setor, principalmente no Rio de Janeiro. 

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