GRAVE CRISE DA VENEZUELA PÕE EM RISCO DE FECHAMENTO DE MAIS DE 600 POSTOS DE GASOLINA NA ARGENTINA
A grave crise da Venezuela do ditador Nicolás Maduro está mesmo fora de controle e compromete a PDVSA até mesmo na Argentina. As operações dos Postos de Gasolina Conosur, sua controlada na Argentina, corre sérios riscos de fechar e desempregar centenas de trabalhadores. A petroleira Venezuela decidiu cortar os pagamentos de apoio a sua controlada no final do ano passado. Entre 2013 e 2017 as transferências de socorro totalizaram quase US$ 100 milhões. No fundo, a rentabilidade provavelmente nunca foi o verdadeiro objetivo da incursão da Venezuela na Argentina. Em 2006, o falecido presidente Hugo Chávez revelou um plano para transformar a PDVSA de uma empresa comercial em uma ferramenta política doméstica. Antes que os preços do petróleo caíssem em 2014, o governo da Venezuela usou a PDVSA para financiar programas sociais em casa e fornecer aos países da região combustível barato para promover seu modelo socialista e empurrar para trás a influência dos Estados Unidos.
O exemplo mais conhecido é o Programa Petrocaribe, onde a Venezuela envia petróleo e combustível para os países do Caribe com generosos termos de crédito ou através de acordos de permuta. Chávez e Maduro também assinaram acordos com governos de outras partes da região, incluindo Argentina e Uruguai, para vender combustível e investir em infraestrutura energética. A ideia de ter uma série de postos de gasolina na Argentina se encaixaria nesse contexto. É para mostrar que a revolução bolivariana beneficia as pessoas das classes C e D. A surpresa é que eles não duraram tanto tempo, porque a PDVSA está quebrada, e o país está falido mergulhado numa crise sem precedentes.
Em 2006, a PDVSA comprou uma participação de 46 % na Conosur e da ANCAP do Uruguai. Em 2010, o controle já era de 94 %. São mais de 600 postos na Argentina e apenas 12 % do mercado. Desde 2013, o Conosur registrou centenas de milhões de pesos em prejuízos anuais. As vendas de combustível em suas estações da marca PDV Sur e Sol despencaram 86 % por cento, enquanto lutavam para competir com rivais como a estatal YPF, que produzem seu próprio petróleo bruto e refinam seu próprio combustível. Desde dezembro do ano passado, a Conosur não notificou o órgão de fiscalização de ações da Argentina sobre pagamentos da PDVSA. A opção por cortar o apoio equivale a um abandono formal das metas de upstream em favor do fortalecimento da rede existente como parte de uma reestruturação da empresa. A empresa agora está em negociações para uma aliança estratégica com um fornecedor de combustível para acessar produtos refinados mais baratos, em vez de depender do mercado spot. É a única salvação no momento.
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