FERNANDO HADDAD RECEBE SUGESTÕES DA ABDAN PARA RETOMAR PROGRAMA DE GERAÇÃO NUCLEAR BRASILEIRO

Faltando poucos dias para as eleições,  e a Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nuclares (ABDAN) entregou na manhã de hoje (2) as suas propostas para a retomada do Programa Nuclear Brasileiro para o candidato do PT, Fernando Haddad, que está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto. A entrega foi feita pelo presidente da associação, Celso Cunha, no Rio de Janeiro, onde o candidato fez campanha. O caderno que a Associação Brasileira de Desenvolvimento das Atividades Nucleares  preparou para ser encaminhado a todos os candidatos mostra sugestões para a retomada do programa de geração de energia nuclear, com foco na retomada das obras de Angra 3 e a expansão do programa calçado na construção de novas usinas no Brasil, em parceria com empresas privadas.

Celso Cunha, conversou com o Petronotícias depois do encontro com o candidato Haddad: “Foi a receptividade que esperávamos. O trabalho foi muito bem recebido. Tivemos a oportunidade de detalhar as fases que o trabalho que as empresas que participam da ABDAN elaboraram em conjunto e ele viu a seriedade com que trabalhamos. São ótimas sugestões de criação de nove mil empregos quase que imediatamente. É isso que o Brasil precisa e é isso que a equipe do candidato pretende fazer. Ele também ficou entusiasmado  com o avanço do Programa Reator Multi propósito que está sendo desenvolvido e que dará ao Brasil autossuficiência na produção de radioisótopos usados na fabricação de radiofármacos para diagnóstico e tratamento de doenças como câncer. Atualmente, o Brasil importa os insumos da Argentina, Rússia e África do Sul.”

As medidas propostas incluem a conclusão de Angra 3, a construção de quatro novas usinas e a criação de um programa de Estado para o setor. Essas ideias não beneficiariam apenas o mercado nuclear, mas trariam também ganhos para todo o Brasil: “Cada uma dessas usinas gera, no pico, até 9 mil empregos diretos. Olhando para a cadeia indireta, e multiplicando por aquele fator consagrado de 3.6, estamos falando de 36 mil empregos diretos e cerca de 140 mil indiretos. E isso apenas na área de geração.

Apesar de todas as dificuldades, Celso Cunha afirma que é plenamente possível a construção das quatro novas usinas propostas. “Com isso, podemos dar estabilidade ao sistema, com espaço para todas as fontes de energia. Há espaço para todo mundo na matriz energética. A nuclear traria muita credibilidade ao nosso sistema elétrico, porque tem um fator de capacidade de 90% – ou seja, durante 90% do tempo ela está gerando. No caso da energia solar, esse fator é de 20%. Mas, claro, nem por isso que a solar deixa de ser atrativa. Mas ela sozinha não resolve o problema do Brasil. Precisamos de energia de base”.