ATENÇÃO DO GOVERNO BOLSONARO À INFRAESTRUTURA ANIMA O MERCADO DE GERAÇÃO NUCLEAR E DE ÓLEO E GÁS
O Presidente Eleito Jair Bolsonaro está se reunindo diariamente com a equipe base da transição que fará com o governo Temer. Enquanto espera conhecer os detalhes e os números dos projetos que estão sendo conduzidos, ele segue em reuniões para a escolha de seu ministério. O mercado segue a sua expectativa, que tenha sido, em grande parte, muito positiva. O Petronotícias tem ouvido empresários de vários setores que acreditam num governo forte e empreendedor. Nós colhemos algumas opiniões e queremos agora dividir com os nossos leitores. A indicação do General Heleno Nunes para o GSI, guarda-chuva do Programa Nuclear Brasileiro, foi visto com muita simpatia pelo setor. A retomada das obras de Angra 3 e todas as consequências para geração de emprego em várias atividades da engenharia, é bastante aguardada.
O Almirante Álvaro Luís de Souza Alves Pinto (foto), Diretor Técnico de Enriquecimento Isotópico da INB – Indústrias Nucleares do Brasil -, acredita que é natural que haja mudanças em uma nova administração:
– Como o senhor vê a chegada de um novo governo?
– Toda mudança de Governo trás expectativas. É natural. A que estamos prestes a vivenciar a partir de agora, é acompanhada por expectativas ainda maiores. Afinal, o país atravessa uma situação econômica muito grave, o nível de desemprego é inaceitável e há grandes e urgentes questões relacionadas à segurança pública, sem desmerecer outros assuntos, como a necessidade de investimentos em educação, saúde e infraestrutura, de uma maneira geral. Isso sem falar na extremada bipolaridade estabelecida durante o processo eleitoral.
– O senhor acredita em ações imediatas?
– Não há, segundo meu entendimento, solução mágica para as dificuldades enfrentadas. Tal crença poderá levar à decepção e, até, à desesperança. O Governo tem que demonstrar habilidade na explanação de suas ações, evitar atropelos e agir sempre de modo coerente e probo, conforme afirmou na campanha eleitora. Deve-se buscar uma união nacional. O antagonismo político é saudável, mas ele não pode se transformar num vale-tudo.
– O presidente eleito está fazendo gestos para unir o país…
– O Governo deve acenar com tal proposta e a oposição deve aceitar um papel crítico construtivo, e não o usual princípio do “quanto pior, melhor”. O Brasil é um só. Divididos, não superaremos os problemas e poderemos até agravá-los.
– Qual a perspectiva que vê para o setor nuclear?
– Em relação ao Setor Nuclear, considerando que o Governo deverá fundamentar suas ações em aspectos técnicos e observar as necessidades do país, há expectativa de ser retomada a obra de Angra 3 e de ser continuado o bem sucedido empreendimento de implantação da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio, na INB, ambos estreitamento alinhados com prioridades estratégicas para o Brasil.
Ouvimos também, o Diretor Superintendente da EBSE, Marcelo Bonilha (foto à esquerda), que comanda a maior caldeiraria pesada do Rio de Janeiro, uma empresa com mais de 100 anos. Tradicional e muito importante para construções pesadas, especialmente para os mercados nuclear e de óleo e gás.
– Como o senhor avalia a eleição de Bolsonaro para o país?
– Considerando que não mais poderá ser discutida a legitimidade do novo governo, acho que o mesmo terá mais tranquilidade e autoridade para implantar as reformas que precisamos: tributária, previdenciária, judiciária e ampliar a reforma trabalhista ocorrida recentemente. Pelas primeiras escolhas de seus ministros, demonstrou que está se cercando de pessoas sérias que podem ajuda-lo a fazer um governo consistente. Não será muito fácil desamarrar todos entraves imediatamente, mas terá todas as condições de executar uma política de desenvolvimento, que o país tanto precisa.
– Em relação ao setor de óleo e gás, quais são as perspectivas?
– Estamos bastante otimistas. Espero que sejam mantidas as rodadas de licitação do pré-sal e os leilões da cessão onerosa. Isso poderá trazer boas perspectivas para as empresas brasileiras. Gosto da visão do futuro ministro da Economia, quando diz que quer instrumentalizar as empresas brasileiras para que elas sejam competitivas com as empresas internacionais. Isso seria extremamente benéfico. A competição seria mais equilibrada. As grandes empresas do setor petrolífero, tenho certeza, fariam suas encomendas aqui. Temos qualidade e cumprimos os prazos.
– Angra 3 também está no foco da EBSE?
– Com toda certeza. Uma empresa como EBSE, com mais de cem anos, já demonstrou sua competência. E apesar da idade, somos uma empresa moderna, jovem por dentro. Precisamos estar sempre nos modernizando. As obras de Angra 3 serão muito importantes. Não só para o setor de geração de energia, mas como um todo. Com a geração de milhares de empregos e a retomada das empresas da cadeia nuclear.
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