ELETROBRÁS REBATE ESTUDO QUE AFIRMA QUE GERAÇÃO NUCLEAR É MAIS CARA QUE A SOLAR
Até parece campanha. O Instituto Escolhas e a consultoria PSR voltaram à mídia para criticar novamente a conclusão de Angra 3. Desta vez, ao menos, o estudo elaborado pelas instituições está devidamente finalizado. Há um mês, para lembrar, o documento foi tema de reportagem do jornal “Folha de São Paulo”. Mas, como o Petronotícias revelou, a pesquisa estava ainda em fase de conclusão. Agora, o mesmo estudo, com alguns outros dados, virou pauta nesta semana em outro grande veículo paulista, o Estado de São Paulo. Uma das conclusões do relatório é que a melhor decisão seria não prosseguir com Angra 3 e substituir a produção de energia nuclear por solar. A resposta não demorou: a Eletronuclear, que opera as usinas nucleares, rebateu fortemente os argumentos usados no levantamento. “Cada fonte de energia tem seus atributos, vantagens e desvantagens. Comparar fontes tão diversas com base apenas em custos projetados não contribui para uma discussão séria sobre a diversidade da matriz elétrica brasileira”, afirmou a companhia. A empresa também é categórica ao dizer que o estudo distorce os fatos “para fazer prevalecer a agenda dos proponentes de uma fonte específica”, no caso a solar.
A Eletronuclear afirma que não procede o argumento de que seria melhor substituir Angra 3 por usinas fotovoltaicas. Isso porque a fonte solar é intermitente, funcionando 25,68% do tempo (segundo dados de outubro do Operador Nacional do Sistema – ONS). Por isso, as usinas solares implicam, necessariamente, em custos com usinas térmicas que suprem o Sistema Interligado Nacional (SIN) quando as plantas fotovoltaicas não estão produzindo (o que ocorre em 75% do tempo). A empresa relembra ainda que as usinas térmicas, em especial as movidas a óleo diesel, tem preços de energia muito superiores aos de Angra 3 chegando a valores que ultrapassam R$ 1.500 MWh, de acordo com o ONS.
Outro ponto defendido pela Eletronuclear é que, hoje, os custos da energia solar fotovoltaica são subsidiados pelo governo, o que dificulta qualquer tipo de comparação com outras fontes. A empresa lembra também que usinas nucleares podem ser construídas próximas ao grandes centros urbanos, o que acarreta em diminuição com custos de linhas de transmissão. Ou seja, como os maiores potenciais de aproveitamento solar no Brasil estão distantes do Sudeste, isso implicaria na necessidade de novas linhas para levar a essa energia até seu destino.
O presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães, também veio a público defender a conclusão de Angra 3, levando em conta a preservação do domínio da tecnologia nuclear e de mão de obra qualificada no país. “A contratação de energia nuclear se mostra oportuna por preservar o domínio desta tecnologia, bem como de mão-de-obra qualificada no país, o que pode ser crítico no futuro próximo”, afirmou. “Finalmente, em um momento em que as discussões ambientais se amplificam, cabe destacar, também, que a fonte nuclear não é emissora de gases de efeito estufa”, acrescentou o executivo.
Deixe seu comentário