EBE ENTREGA PRIMEIROS MÓDULOS DA P-58 COM 92% DE CONTEÚDO LOCAL
Por Daniel Fraiha / Petronotícias
O mercado discute, as indústrias naval e de óleo e gás se movimentam, mas os trabalhos continuam e o dia a dia tem dado novo fôlego à política de conteúdo local da Petrobrás. Uma prova disso é a entrega dos dois primeiros módulos para a P-58, que viajam a partir de hoje em direção ao Rio Grande do Sul, e foram feitos com 92% de conteúdo nacional. O diretor da Empresa Brasileira de Engenharia (EBE), Paulo Massa, responsável pela montagem destes e de mais oito módulos – três para a mesma plataforma e cinco para a P-62 – comemorou a marca e reafirmou que é possível, sim, atender aos índices exigidos.
“Nós trabalhamos muito junto aos fornecedores locais para conseguirmos atingir preço e prazo, e no final tivemos um excelente resultado, com um conteúdo local muito acima da média. É a continuação da política do grupo MPE, do qual a EBE faz parte, que sempre deu preferência aos fornecedores nacionais”, explicou.
A EBE recorreu a fornecedores do Brasil inteiro para alcançar a marca e finalizar os dois primeiros módulos, um de armazenamento químico e um compressor de gás booster, passando por São Paulo, Bahia, Região Sul, entre outros lugares, e já conta com uma expertise importante para a montagem dos próximos.
“Já sabemos quais fornecedores são mais interessantes, onde teremos mais facilidade para trabalhar e como cada um deles funciona”, ressaltou o diretor da EBE.
Para Paulo Massa, o mercado brasileiro está vivendo um momento importante e é preciso que a indústria se movimente para atender às necessidades de desenvolvimento de uma cadeia nacional forte. Um dos pontos em que a EBE tem trabalhado intensamente para ajudar na formação deste novo cenário é a capacitação de mão de obra.
“Hoje temos 1.300 homens trabalhando na montagem dos módulos e fizemos muita capacitação de mão de obra para realizar as montagens. Principalmente em relação à soldagem, que necessita de mais gente capacitada para trabalhar com aços especiais”, contou.
Ele explica que os treinamentos são diários e continuam acontecendo no parque industrial da Nuclep, em Itaguaí, no Rio de Janeiro, onde a EBE está montando os módulos, mas já estão um passo à frente para a montagem de novas unidades. Na visão dele, empresas que vão começar a montar módulos fora do eixo Rio-São Paulo, principalmente no Nordeste, devem encontrar bastante problema de mão de obra, enquanto que o ponto escolhido pela EBE é beneficiado por já ser um polo de montagens industriais.
“Aqui na região tem o submarino da Marinha sendo feito na Nuclep, tem o Porto do Sudeste, entre outros projetos, então existe um polo na área de Itaguaí muito interessante”, disse.
Com uma grande quantidade de mão de obra qualificada e o know-how adquirido, a EBE está montando as últimas unidades do pacote já de olho no futuro, quando quer se tornar uma “fábrica de módulos”, fazendo montagens em série, tanto para a Petrobrás, quanto para outras empresas.
“Queremos continuar fazendo módulos, aproveitando a mão de obra e a expertise que adquirimos para realizar outros projetos. É uma área muito boa, que queremos desenvolver ainda mais com novas parcerias. Estamos conversando com outras empresas, com companhias que fazem arrendamento de plataformas, e queremos ampliar nossa atuação nesse mercado”, concluiu.
Não há como comparar o índice de conteúdo local. Cada módulo é cada módulo. Existem equipamentos que se encontra facilmente aqui no Brasil, outros, somente lá fora.
Pelo que sei, o módulo M-09 não tem equipamentos específicos.
Rafael,
Não concordo com suas palavras, uma vez que o limite de conteúdo nacional era de 75% e conseguimos 92%. Neste módulo M-09, em especial, o principal equipamento que a EBE forneceu foi comprado no Brasil, mesmo com opções fora do país.