ABDAN DIZ QUE PLANO DE CONSTRUIR NOVAS USINAS NUCLEARES VAI GERAR MILHARES DE EMPREGOS E REDUZIR TARIFA DE ENERGIA
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
O Brasil, após três anos seguidos acumulando mais demissões do que contratações, encerrou 2018 com o saldo positivo de 539 mil vagas abertas. E o país pode continuar nesta escalada crescente, após o recente anúncio do Ministério de Minas e Energia, que confirmou os planos de construir entre quatro e oito usinas nucleares até 2050. O presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), Celso Cunha, explica que a cada nova planta nuclear construída são gerados até 9 mil empregos diretos e indiretos. “É um potencial gigantesco. Temos um ciclo virtuoso que não se restringe só a energia. Nós podemos produzir mais urânio, ter a cadeia produtiva maior e muitos empregos gerados de forma contínua”, afirmou. Além disso, ao contrário do que vem se noticiando em alguns veículos de comunicação, Cunha ressalta que a entrada de novas usinas nucleares na matriz energética brasileira deve reduzir os valores da eletricidade para os consumidores do país. “Acreditamos que vai contribuir muito para baixar a tarifa de energia. Tarifas que hoje, no horário de ponta no período seco, chegam a R$ 700/MWh. Uma usina nuclear produz 92 % do tempo. No caso de uma térmica a gás ou a óleo diesel, a taxa é em torno de 40%”, detalhou. O presidente da Abdan ainda acrescenta que as novas plantas nucleares terão a possibilidade de prorrogação de vida útil, chegando à expressiva marca de 100 anos.
Como o mercado reagiu às recentes declarações do MME?
A Assessoria de Comunicação do ministério publicou uma nota esclarecendo uma reportagem da jornalista Miriam Leitão, que foi subsidiada com informações totalmente equivocadas. E ao final desta nota, o próprio ministro relembrou que o PNE 2030 já prevê a construção de quatro a oito usinas nucleares. E diz que em breve deve estar publicar o PNE 2050 e que esta posição deve ser reafirmada.
Qual o impacto deste anúncio?
Para os investidores, isto significa que não estamos mais falando apenas em concluir Angra 3. Terminar as obras de Angra 3 é nossa prioridade número um, mas os investidores querem saber como ficará daqui para frente. Angra 3 está com quase 60% pronto, com a maior parte dos equipamentos comprada. Ou seja, para estes investidores e para essas empresas, é muito interessante saber como ficarão as próximas usinas. Eles querem participar de um conjunto de obras e não de uma ação única. Então, esse anúncio já sinaliza ao mercado uma intenção de fazer valer o que já estava previsto no PNE 2030. Isso é importante de ser reafirmado.
Quais são serão os principais benefícios?
O ministério disse que em breve deve publicar o PNE 2050, provavelmente reafirmando essa posição de construir novas usinas. Isso significa que os planejamentos feitos no passado estavam corretos e começa a sinalizar para o mercado a intenção de manter este objetivo. Cada planta dessa vai demandar US$ 9 bilhões em investimentos e deve gerar entre 7 mil e 9 mil empregos diretos e indiretos. Quando você constrói usinas em escala, os custos caem. O que não podemos é começar e parar, como aconteceu no passado.
Além de ser uma boa notícia para os investidores, qual será o impacto para os consumidores?
Isto é uma sinalização que vemos com muito bons olhos. E acreditamos que vai contribuir muito para baixar a tarifa de energia. Tarifas que hoje, no horário de ponta no período seco chegam a R$ 700/MWh. Uma usina nuclear produz 92% do tempo. No caso de uma térmica a gás ou a óleo diesel, a taxa é em torno de 40%. As novas usinas nucleares também tem a possibilidade de prorrogação de vida útil, chegando a 100 anos. Então, é um salto imenso no futuro, o que é muito importante.
Apesar disso, algumas camadas da mídia possuem certo ceticismo em relação à fonte. Ao que atribui isso?
Primeiro, por desconhecimento. E também por uma questão histórica, porque no passado a energia atômica foi apresentada ao mundo através da bomba de Hiroshima. Então, as pessoas guardam isso na memória. Há ainda um trabalho de desinformação e de venda de ideias de que outras fontes são muito melhores que a nuclear.
O que se houve no meio nuclear é que a fonte não é a única solução, mas sim parte dela…
Todas as fontes são bem-vindas. Temos algo que poucos países do mundo têm: uma matriz energética diversificada. Nós somos a sexta maior reserva de urânio do mundo e isto porque só temos um terço do território estudado. Quando este estudo for concluído, provavelmente seremos a segunda maior reserva de urânio. E junto com ele, vem vários outros metais preciosos. Isso dá uma possibilidade enorme. É um potencial gigantesco. Temos um ciclo virtuoso que não se restringe só a energia. Nós podemos produzir mais urânio, ter a cadeia produtiva maior e muitos empregos gerados de forma contínua. Uma usina dessas leva cerca de 10 anos para ficar pronta, podendo levar até menos, dependendo da disponibilidade de recursos.
Com os mesmos R$ 9 bi, hoje se pode instalar cerca de 1,8 GW de Potencia Nominal através de Aerogeradores.
Qual seria a vantagem comparativa favorável à Energia Nuclear?
A ÁREA USADA PARA SE GERAR ESSA CAPACIDADE E TAMBÉM A DIFEFENÇA DE UMA GERAÇÃO FIRME E PERMANENTE DE ENERGIA