GASODUTO NORD STREAM 2 FICARÁ PRONTO EM NOVEMBRO, MAS AINDA CAUSA DISCÓRDIA ENTRE PAÍSES EUROPEUS
Quase um terço do novo gasoduto Nord Stream está sendo instalado no Mar Báltico e mesmo assim as tensões ainda não diminuíram. Há uma crescente oposição ao gasoduto e a União Europeia está tendo dificuldade em descobrir como lidar com a situação. Inicialmente, a Ucrânia e a Polônia se opuseram ao plano da Rússia para um segundo gasoduto cruzando o Báltico. O projeto deverá ficar pronto em novembro, mas o ministro das Relações Exteriores da Polônia, Jacek Czaputowicz, já disse que o gasoduto “matará a Ucrânia”. Uma vez lançada a Corrente Nord 2, a Rússia poderá fornecer muito mais gás natural para a Alemanha diretamente, e de lá para outros países ocidentais. E a Polônia acredita que, quando o gás russo não precisar mais ser exportado pela Ucrânia, o país não terá mais garantia de proteção contra novas agressões russas. De acordo com Kay-Olaf Lang, do Instituto Alemão de Assuntos Internacionais e de Segurança, Varsóvia também vê o gasoduto Nord Stream 2 como um símbolo da fragilidade da relação entgre a Alemanha e a Ucrânia.
Durante muito tempo, essa crítica foi simplesmente ignorada em Berlim, mas foi tomada em outra dimensão desde que os Estados Unidos também começaram a exercer pressão. Donald Trump alertou sobre a potencial dependência energética da Rússia. e do embaixador americano em Berlim, Richard Grenell. Washington diz que “Agora é a hora de negociar. Uma vez que o gasoduto tenha sido concluído, a Europa perderá sua margem de manobra com a Rússia”. Mas o governo alemão acredita que isso se trata realmente de interesses comerciais. Os americanos querem vender seu próprio gás líquido para a Alemanha. O ministro alemão para Assuntos Econômicos e Energia, Peter Altmaier, não descartou a importação dos Estados Unidos, mas apenas para suplementar o gás russo, e somente se o preço estiver correto.
Para a Rússia, por outro lado, o gasoduto é um projeto estratégico. O país tem pressionado contra as críticas, com Gerhard Schröder(foto a direita com Putin), o ex-chanceler, que faz grande parte desse trabalho. Moscou pode estar preparada para fazer concessões à Ucrânia se as críticas continuarem crescendo, mas apenas enquanto o projeto ainda estiver em construção. Quando o gasoduto estiver concluído, a Rússia estará em uma posição de força, o que lhe permitirá ignorar não apenas os interesses da Ucrânia, mas também os de outros países do leste europeu, acreditam os especialistas.
O Nord Stream 2 também é um problema para a União Europeia. Em 2016, o Comissário da Energia da UE, Miguel Arias Canete, afirmou que o Nord Stream não era do interesse da Europa como um todo. A Comissão não está a tentando abertamente bloquear o projeto de gasoduto, mas pretende sujeita-lo à regras estritas de concorrência da UE. Qualquer decisão desse tipo requer o acordo do Parlamento Europeu e do Conselho Europeu dos Estados membros. A Comissão tem a Polónia e os países bálticos do seu lado, bem como a Grã-Bretanha, a Dinamarca, a Eslováquia, a Irlanda, a Suécia, a Itália, o Luxemburgo e a Croácia. A Alemanha, a Áustria e os Países Baixos, por outro lado, pretendem prosseguir com o Nord Stream 2, de preferência na sua forma atual. Empresas desses países estão envolvidas em sua construção.
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