PLANOS DA ESPANHA DE DESLIGAR USINAS NUCLEARES PODEM SER FRUSTADOS DIANTE DA CRISE POLÍTICA
Com planos de ter toda sua geração de energia a partir de fontes renováveis até 2050, a Espanha anunciou que quer desligar as suas setes usinas nucleares entre os anos de 2025 e 2035. A medida é uma promessa de campanha do governo que assumiu o comando do país em junho de 2018, liderado pelo primeiro-ministro socialista Pedro Sánchez. Porém, o governo espanhol enfrenta uma crise política. O Parlamento do país rejeitou nesta quarta-feira (13) a proposta para o orçamento deste ano. No cenário internacional, a avaliação é que o caminho natural seja a convocação de eleições gerais antecipadas, já o governo conta apenas com o apoio de um quarto dos deputados.
Hoje, a energia nuclear responde por cerca de 20% do consumo da Espanha. As usinas do país começaram a operar na década de 1980 e pertencem a quatro grandes grupos: Iberdrola, Endesa, Naturgy e EDP. Nos planos iniciais do governo socialista, apresentados ano passado, a ideia também incluía banir vendas de carros a diesel, petróleo e híbridos em 2040 e incentivar a instalação de ao menos 3.000 megawatts ao ano em capacidade renovável, como usinas eólicas e solares.
A proposta de acabar com a energia nuclear fica incerta diante do complicado tabuleiro de xadrez na política da Espanha. Os mesmos partidos que ajudaram Sánchez a chegar no poder, hoje estão votando contra o presidente. É o caso das siglas da Catalunha, que viraram as costas para o governo já que as negociações envolvendo a independência da região não avançaram.
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