SCHNEIDER ELECTRIC SE APROXIMA DE ENTREGAR MÓDULO ELÉTRICO DO FPSO DE SÉPIA E MIRA NO SETOR DE REFINO
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
A Schneider Electric está se aproximando do fim dos trabalhos relacionados ao contrato de fornecimento da E-house (módulo elétrico) do FPSO Carioca, que irá operar em Sépia, no pré-sal da Bacia de Santos. De acordo com o vice-presidente da empresa na América do Sul e Caribe, Luis Felipe Kessler, o projeto já está em fase de conclusão para posterior integração do módulo à plataforma – que está sendo desenvolvida pela japonesa Modec. Enquanto isso, a Schneider mira também em outros negócios, focando no mercado de refino e também em outros FPSOs previstos para o Brasil. “Para 2019, temos alguns projetos aguardando confirmação, principalmente os do Comperj e em outras refinarias. Aguardamos ainda a decisão sobre os futuros FPSOs, como Marlim 1 e 2, Parque das Baleias, Mero 2 e Búzios V”, afirmou o executivo. Especificamente sobre a área de refino, Kessler diz que a estratégia será o fornecimento de soluções de eficiência energética, gestão de rotina de manutenção, software de simulação e automação de processos. Por fim, o vice-presidente também comentou a respeito da atuação da Schneider na área de digitalização.
Como foram as operações da Schneider em óleo e gás no Brasil durante 2018?
Em termos de óleo e gás, a Schneider teve um bom ano em 2018 no Brasil. Hoje, temos cinco fábricas e mais ou menos 3 mil colaboradores no país. Temos uma organização local que cobre as principais contas de óleo e gás e petroquímica, suportado pelo time global de óleo e gás, a qual eu pertenço. No ano passado, nós tivemos alguns bons negócios. O mais interessante deles foi o de Sépia, com o fornecimento da E-house completa para o FPSO.
Sobre este projeto de Sépia, em que fase ele se encontra?
Está em fase de conclusão. Não tenho a data exata, mas devemos entregar nos próximos meses para posterior integração.
E daqui em diante? Quais são os planos da empresa para o mercado de óleo e gás?
Como dito anteriormente, temos uma organização global que dá suporte aos países. Nosso principal foco é trabalhar com os clientes, ofertando soluções de eficiência energética e otimização de processos. O foco da nossa estratégia global está nas grandes IOCs [companhias internacionais de petróleo], como Shell, Total, Exxon, Chevron, BP… e a Petrobrás está nesta lista. Temos 15 grandes contas globalmente e a Petrobrás é uma delas.
Falando sobre o Brasil e a Petrobrás, nós iniciamos um projeto, no ano passado, para a plataforma de Ubarana [localizada na Bacia Potiguar]. E também estamos desenvolvendo com a estatal projetos para refinarias, junto com a Aveva – adquirida pela Schneider no ano passado.
Ainda para 2019, temos alguns projetos aguardando confirmação, principalmente no Comperj e em outras refinarias. Aguardamos ainda a decisão sobre os futuros FPSOs, como Marlim 1 e 2, Parque das Baleias, Mero 2 e Búzios V.
Falando especificamente sobre esses projetos em refinarias, o senhor poderia detalhar a atuação da Schneider nestes empreendimentos?
Nós atendemos tudo o que é ligado a eficiência energética, gestão de rotina de manutenção, software de simulação e automação de processos. Por exemplo, toda a automação da RNEST (Refinaria Abreu e Lima) é da Schneider. E grande parte do sistema elétrico também. Além disso, estamos implantando na unidade um software de treinamento de operadores em 3D.
E na parte de digitalização? Qual tem sido o foco?
Nós temos uma plataforma chamada EcoStruxure, que é a conexão dos instrumentos em campo que estão conectados via wireless a um centro de controle – que faz a monitoração e automação de todo o processo.
Tudo isso é ligado a uma camada superior, que é a digitalização. Trata-se de uma camada de software que dá toda a informação em tempo real do processo. E através de analytics, inteligência artificial e machine learning, recebem as informações, analisa e entrega os dados para os operadores.
Assim, as empresas tem uma informação mais detalhada sobre a performance dos processos e equipamentos, permitindo a tomada de decisão mais detalhada. Além de antecipar eventuais falhas e evitar paradas.
E como está o desenvolvimento de novas soluções?
Temos um ambiente que vai se movimentando, com foco muito grande em gestão de energia e automação de processos. Temos trabalhado muito com startups para desenvolver soluções.
Como a Schneider pretende expandir seus negócios na área de óleo e gás nos próximos anos?
A estratégia da Schneider em óleo e gás é muito parecida com a estratégia global da empresa. Nós continuamos investindo nas soluções EcoStruxure e desenvolvendo times especialistas por aplicação em óleo e gás. Por exemplo, estamos avançando muito em soluções de digital e cyber security. Fazemos consultoria de cyber security dentro do mercado de óleo e gás. E complementamos muito esse conhecimento com parcerias.
A visão para frente, falando de Brasil, temos a expectativa de recuperação do mercado. As empresas estão avançando muito nessa parte de digitalização e também em soluções para FPSOs – que será um mercado que vai crescer mais rapidamente no país. O nosso foco é sempre melhorar o processo do nosso cliente, com segurança, sustentabilidade, rentabilidade e alta tecnologia. Investimentos muito em parcerias, novas aquisições e desenvolvimentos para termos sempre tecnologia de ponta.
Poderia fazer um balanço das operações da empresa na América do Sul?
Estamos crescendo bem na região Andina, principalmente na Colômbia e no Equador, que se recuperam mais rapidamente do que os demais países. A Argentina está passando por um ano um pouco mais restritivo, mas teremos um bom ano igual naquele país. Os nossos grandes clientes na região são a Ecopetrol, YPF e Petroamazonas. São os nossos três maiores clientes, depois da Petrobrás.
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