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RADIX PREVÊ QUE O MERCADO EXTERIOR RESPONDERÁ POR MAIS DA METADE DE SEU FATURAMENTO EM ÓLEO E GÁS AINDA EM 2019

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

Alex (6)A Radix abriu um escritório nos Estados Unidos no ano de 2014, buscando ampliar sua atuação globalmente. Desde então, a empresa conseguiu importantes avanços não só no mercado americano, mas também em outros 14 países. O diretor de óleo e gás da companhia, Alexander von Clausbruch, prevê que, até o final do ano, a Radix terá mais da metade do faturamento de O&G vindo de fora do país. “Hoje, no grupo de óleo e gás, quase 40% da nossa receita já vem dos EUA”, acrescentou. O executivo ainda revela planos de oferecer apoio também na Ásia, vislumbrando os projetos de novas plataformas que devem ser construídas naquela região. No Brasil, a Radix também tem atuado em alguns projetos de engenharia, mas o grande foco tem sido a oferta de soluções digitais. A empresa também acompanha as oportunidades que surgirão com o início da construção dos novos FPSOs que atenderão ao pré-sal. “Estamos tentando ser o parceiro de soluções digitais para as novas plataformas. Estamos nos aproximando dos operadores e das empresas de petróleo para influenciá-los ainda na etapa de BID, para que os projetos já saiam com esse arcabouço digital”, afirmou.

Qual tem sido o foco da empresa no setor de óleo e gás?

A Radix se reinventou um pouco no mercado. No início da nossa história, tínhamos o foco no mercado de engenharia. Sempre tivemos uma carteira muito grande de engenharia, desde os projetos básicos até os projetos executivos. Participamos da P-75, da P-77, do Pioneiro de Libra e dos projetos das plataformas replicantes.

Mas, com a queda do mercado de engenharia, em especial aqui no Brasil, tivemos que nos reinventar um pouco em termos de portfólio de serviços e também na questão geográfica.

Como ocorreu essa diversificação nos serviços?

Nos últimos anos, fomos para uma linha de suporte de capital: são projetos de engenharia onde damos suporte para operadoras ou empresas de petróleo. Temos contatos com Modec, SBM e Petrobrás, onde prestamos o suporte de engenharia de operação. É um trabalho no qual fazemos pequenos projetos de engenharia para operação de unidades. Fazemos isso em mais da metade das plataformas do Brasil. São, ao todo, 28 plataformas. Esta foi uma forma de manter ativo nosso grupo de engenharia, mesmo sem os grandes projetos de greenfield.

Outra ação que tivemos foi a entrada na área de digital. Temos feito muitos projetos de solução digital para empresas de petróleo, de uma forma geral. Temos contratos para medição, Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) e video analytics. Essa parte de soluções digitais tem muito a ver conosco. A Radix, desde seu nascimento, pensou na convergência entre engenharia e TI.

Hoje, estamos vendo uma retomada dos projetos de engenharia. Ainda não estamos sentindo um efeito real, mas já observamos a chamada de projetos e o interesse das empresas em querer conversar. Então, voltaremos a fazer alguns projetos tradicionais de engenharia que fazíamos antigamente.

E quanto a expansão geográfica da empresa? Como está hoje?

Nós abrimos um escritório em 2014 nos Estados Unidos. Hoje, no grupo de óleo e gás, quase 40% da nossa receita já vem dos EUA. Exportamos serviços para fora, em especial para a Exxon, ConocoPhillips e outras empresas na área de refino.

O senhor pode detalhar o funcionamento de uma das soluções digitais da empresa?

Como comentei, um dos projetos que estamos fazendo é o de video analytics. Instalamos câmeras dentro da plataforma para identificar cenários. Por exemplo: uma rota de fuga de uma plataforma que, eventualmente, esteja obstruída por um equipamento. Outra situação: um funcionário que não está usando seu capacete ou outro item de segurança. Identificando esses pontos, somos capazes de criar análises de cenário de risco. Ou seja, a ideia é identificar condições inseguras que podem gerar acidentes.

Hoje, uma pessoa é responsável por monitorar uma dezena de câmeras estáticas. Mas sabemos que a capacidade humana de prestar atenção é mínima. No entanto, utilizando a tecnologia de video analytics, destacamos os pontos que realmente precisam receber atenção. Este é um projeto que estamos fazendo junto com a Microsoft.

E quais são os planos de expansão da Radix no exterior?

Nós começamos esse investimento em 2014, como disse anteriormente. Começamos trabalhando naquela época, basicamente, com a Exxon. Agora, já estamos com um conjunto de clientes bem maior. Efetivamente, o mercado americano é dez vezes maior na comparação com o brasileiro. Então, estamos muito focados em óleo e gás nos Estados Unidos e também em clientes globais.

Além dos Estados Unidos, a Radix tem projetos em 14 países diferentes. Agora mesmo, estamos com equipes em Singapura, Malásia, México e outros. A operação da Radix fica em Houston, mas atuamos mundialmente com clientes globais. Fizemos uma estratégia de focar nesse tipo de cliente, que tenha grandes operações ao redor do mundo. E boa parte dessas empresas tomam suas decisões estratégicas no Texas.

Quais tipos de projetos a Radix tem realizado no exterior?

Nos Estados Unidos, estamos muito com o portfólio digital. Fazemos poucos projetos de engenharia. Desde o ano passado, estamos com um grande crescimento. Temos uma previsão de, até o final do ano, ter mais da metade do faturamento de óleo vindo de fora do país, basicamente dos EUA.

E qual será a estratégia adotada pela empresa para crescer tanto no Brasil como no exterior?

A nossa estratégia está muito direcionada para atender nossos clientes globais. Definimos algumas contas globais que são importantes para nós, como por exemplo a Exxon, a Chevron e a Braskem. São clientes importantes que atendemos no Brasil e no exterior. 

O nosso foco geográfico, no Brasil, está em São Paulo. Temos uma boa participação no Rio de Janeiro, mas estamos cada vez mais nos posicionando em São Paulo, para atender bastante a Bacia de Santos. Aqui no Rio, em óleo e gás, queremos continuar com esse trabalho de sustentação de capital.

Além disso, estamos esperando a definição de como será o mercado de construção de novas plataformas. Ainda não está muito claro como esses projetos serão desenvolvidos. Muitos deles estão migrando para a Ásia. Estamos estudando ter algum apoio na Ásia também. Não para ter alguma operação na Ásia, mas para fazer o diálogo desses projetos que estão sendo executados fora. Tivemos já algumas experiência em que a engenharia foi feita aqui no Brasil e a construção foi feita no exterior. E sabemos que [nestas circunstâncias] o apoio local é fundamental. Estamos nos estruturando para isso.

Por fim, estamos tentando ser o parceiro de soluções digitais para as novas plataformas. Estamos nos aproximando dos operadores e das empresas de petróleo para influenciá-los ainda na etapa de BID, para que os projetos já saiam com esse arcabouço digital.

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