ENAUTA BUSCA PARTICIPAR DA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA E AMPLIAR PRESENÇA NO PRÉ-SAL
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
Um novo capítulo começou a ser escrito pela Enauta no ano de 2019. A mudança de nome da empresa, qua antes se chamava Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP), marca o início de um planejamento estratégico, conforme afirma o presidente da companhia, Lincoln Guardado. “Entendemos também que o futuro do setor é indissociável de novas matrizes energéticas – tendência que nos influenciou a adotar o novo nome”, explicou. Neste sentido, a aposta da empresa é no gás natural como combustível de transição para um horizonte onde as fontes de energia limpa terão maior destaque. “Queremos ter um papel nessa mudança e reforçamos que temos a convicção de que crescimento econômico e preservação do meio ambiente podem andar juntos”, acrescentou Guardado. A Enauta também buscará a expansão de seu portfólio de ativos no pré-sal, participando da 6ª Rodada de Partilha, prevista para este ano. Em outras frentes, a companhia planeja, em 2019, investir US$ 43 milhões no campo de Atlanta (um dos seus principais ativos); avançar no licenciamento do bloco FZA-M-90, na Bacia da Foz do Amazonas; e prevê concluir a venda de dois ativos na Bacia do Pará-Maranhão.
Qual a estratégia da empresa ao reformular sua marca e trocar seu nome para Enauta? O que motivou essa decisão?
Primeiro, explicando o novo nome: Enauta significa aquele que navega e explora os caminhos da energia. A decisão para a mudança de marca partiu do pressuposto de que atuamos no setor energético, explorando e produzindo petróleo e gás, que são hoje as matrizes energéticas mais utilizadas do mundo. Por meio desse reposicionamento, reforçamos que vamos buscar as melhores formas de aplicar nossa expertise no que temos feito nos últimos 20 anos com óleo e gás: encontrar a energia que o mundo precisa de forma eficiente e segura. Essa mudança reitera também que a Enauta é uma companhia que anda junto com o setor, sempre atenta às tendências e movimentos de negócio na indústria energética.
O novo nome tem como objetivo, também, reforçar as características que sempre marcaram a história da Enauta: pioneirismo, coragem e tomada de novos desafios. Isso vem desde o início da nossa empresa. Começamos operando no mar, algo que companhias do porte que tínhamos não faziam, já que todas começavam em terra, focando em atividades menos complexas. Acreditamos no gás e junto com nossos parceiros em Manati, construímos toda a infraestrutura para viabilizar sua produção para prover gás no Nordeste. Como consequência da ousadia de nossas decisões, ampliamos nossos horizontes no mar: expandimos para outras áreas de operação, fizemos nosso IPO em 2011 e fomos a primeira companhia brasileira a operar em águas profundas (onde nos concentramos hoje).
Nossa marca simboliza os quatro elementos da natureza geradores de energia (a terra, o fogo, a água e o ar), reunidos no triângulo que nos identifica. Que pode ainda ser remetido a uma bandeira náutica, ou ponteiro de bússola. Enauta sintetiza o nosso espírito desbravador e o compromisso com entregas consistentes e a transparência em todo o processo.
Para nós, realizar significa cuidar das pessoas, do meio ambiente e dos negócios. Segurança é inegociável em tudo o que fazemos. Nossa atuação gera impactos positivos em todo o ecossistema de energia e potencializa as parcerias com ganhos para todos os envolvidos.
Sabemos a direção a seguir, porque conhecemos o Brasil e as oportunidades e riscos do mercado em que estamos presentes. A inovação e a experiência nos direcionam para encontrar a rota certa e alcançar os melhores resultados.
É com responsabilidade e coragem que trabalhamos para encontrar a energia que o mundo precisa.
O senhor já declarou que a empresa pretende participar dos próximos leilões do pré-sal. Ao que se deve a estratégia?
A entrada no pré-sal é um movimento que consideramos ser importante para os negócios da Companhia e para a diversificação do nosso portfólio. É uma estratégia que também conversa com o DNA pioneiro da empresa que, cabe lembrar, foi a primeira operadora independente brasileira a entrar em uma área nobre do pré-sal, no Campo de Atlanta. O ativo, no qual operamos no pós-sal, nos apresentou características únicas e desafiadoras, a partir das quais empregamos esforços para inovar, gerar expertise e, consequentemente, nos qualificar para novos desafios na geração de energia no Brasil.
Quais serão os principais investimentos da companhia para este ano de 2019?
Neste ano, a maior parte de nossos investimentos deverá se concentrar em Atlanta. O Campo receberá US$ 43 milhões, dentro do total de US$ 65 milhões que serão investidos em 2019 pela Enauta.
A empresa teve um bom resultado financeiro anual em 2018. Como vocês vão atuar para repetir o feito em 2019?
Projetamos que Atlanta deve, em 2019, repetir seu feito do ano passado, quando começamos a operar no campo – a receita líquida de 2018 foi impulsionada pelo início das atividades na Bacia de Santos. Para este ano, esperamos um movimento semelhante, em função do aumento das operações no campo. Em fevereiro, foi iniciada a perfuração do terceiro poço produtor e, em seguida, teremos a intervenção nos dois poços produtores já existentes para a troca das bombas. Com isso, a produção média do Campo de Atlanta deve atingir entre 25 mil e 27 mil barris de óleo por dia no final do terceiro trimestre de 2019. Outro movimento importante na gestão de nosso portfólio, relevante para os resultados de 2019, é o processo de farmout dos blocos que detemos na Bacia de Pará Maranhão que está em andamento.
Quais são as perspectivas com o mercado de óleo e gás para o ano de 2019?
A indústria de petróleo e gás brasileira está passando por um período de mudanças políticas que não é visto desde o final dos anos 90, quando houve a abertura no setor. Com as mudanças no ambiente regulatório e a retomada dos leilões da ANP, muitos investimentos foram destravados. Estamos otimistas com os caminhos que o setor vem delineando. Além dos recursos que beneficiarão o país neste momento importante de retomada, foi criado um ambiente mais propício para concorrência e parceria entre grandes players de todo o mundo.
Entendemos também que o futuro do setor é indissociável de novas matrizes energéticas – tendência que nos influenciou a adotar o novo nome. O petróleo e o gás natural seguirão essenciais para o crescimento contínuo e continuarão a desempenhar um papel importante nas próximas décadas. Paralelamente, o desenvolvimento e barateamento de tecnologia deve fazer com que a participação de energias renováveis cresça ao longo dos anos, com diferentes matrizes coexistindo. Nesse sentido, acreditamos que o gás, por se tratar de uma fonte de energia mais limpa, desempenhará um papel-chave nas próximas décadas de transição. A exemplo de nossa atuação no Campo de Manati, já mostramos nossa expertise na produção desta matriz, abrindo caminho para a produção de mais de 20% do gás que hoje abastece a Região Nordeste.
Mais do que nunca, nos identificando como Enauta, como especialistas em energia e experts em Brasil, reforçamos que é importante que as companhias que sempre foram especializadas em petróleo e gás devem também fazer parte dessa transição. Queremos ter um papel nessa mudança e reforçamos que temos a convicção de que crescimento econômico e preservação do meio ambiente podem andar juntos – visão corroborada pelos programas de pesquisa e desenvolvimento com foco na geração de conhecimento sobre o ambiente marinho e costeiro, principalmente os manguezais, além de proporcionarem dados inéditos, disponibilizados a todos os públicos, também fortalecem nossa capacidade de resposta e segurança das atividades.
Há uma estimativa para receber as licenças na Foz do Amazonas? Quais são os planos da empresa para os blocos dessa área?
Estamos trabalhando para dimensionar o tempo necessário para obtermos a licença ambiental, um importante elemento a ser considerado na Margem Equatorial.
Nessa região, a Enauta possui 100% de participação no Bloco FZA-M-90 na Bacia da Foz do Amazonas e nos blocos PAMA-M-265 e PAMA-M-337 na Bacia do Pará-Maranhão. O sistema petrolífero interpretado para as regiões de águas ultraprofundas dessas bacias é semelhante ao testado com sucesso em Sergipe-Alagoas, Guiana e Margem Oeste africana, com reservatórios e seções geradoras contemporâneas.
As últimas atualizações nesta região são referentes à aquisição e o processamento dos dados sísmicos 3D, concluídos para os três blocos. A companhia finalizou sua avaliação dessas áreas em 2018. A primeira fase do processo de farm-out dos blocos da Bacia do Pará-Maranhão foi concluída, e atraiu interesse de possíveis parceiros. A Enauta espera que o processo de farm-out seja concluído ainda em 2019.
No médio e longo prazos, quais são os planos de expansão do portfólio de ativos?
Estamos interessados no 6º Leilão do Pré-Sal e na 16ª Rodada de Concessões da ANP, seguindo nossa estratégia de diversificação de portfólio e entrada no pré-sal.
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