EM REUNIÃO COM A ABDAN, ELETRONUCLEAR DIZ QUE DEVE CONCLUIR CONSULTA SOBRE MODELO DE ANGRA 3 NA PRÓXIMA SEMANA
A Eletronuclear está bem perto de concluir uma etapa importante na retomada das obras de Angra 3. A empresa está com a expectativa de concluir, na próxima semana, a pesquisa de mercado (market sounding) sobre o melhor modelo de negócio para o projeto. A companhia realizou uma apresentação, em sua sede, sobre o andamento dessa etapa para as empresas que integram a Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN). Como se sabe, o market sounding começou neste mês, com o objetivo de ouvir as opiniões do mercado sobre qual modelo de negócio é mais adequado e atrativo para a retomada da construção da usina, paralisada desde 2015.
“Foi feita uma apresentação para os sócios da Abdan. A Eletronuclear apresentou tudo o que está fazendo, todos os procedimentos realizados para que a empresa chegue à fase de licitação [que irá escolher o parceiro privado]. A Eletronucluear está com a expectativa de encerrar o market sounding na semana que vem”, afirmou o presidente da ABDAN, Celso Cunha, que esteve presente no encontro. Segundo o executivo, o processo de sondagem do mercado está indo muito bem. “A Eletronuclear está cumprindo os prazos que prometeu até agora. O próximo passo agora é definir o modelo, efetivamente”, acrescentou.
A abertura do evento foi feita pelo presidente da Eletronuclear, Leonam Guimarães. O chefe do Departamento de Desenvolvimento de Novos Empreendimentos da empresa, Marcelo Gomes, também participou da apresentação. O plano da estatal é decidir sobre o modelo de negócio até o mês de junho e lançar o edital para escolha do parceiro privado ainda no segundo semestre deste ano.
Questionado sobre como as potenciais parceiras estão reagindo aos modelos propostos pela Eletronuclear, Celso Cunha disse que “existe um processo que está sendo feito com as empresas de conscientização e de retirada de dúvidas. A partir daí, a ideia é bater o martelo do modelo que será adotado”. A Eletronuclear trabalha com, pelo menos, três tipos de modelos.
O primeiro deles é a finalização do Angra 3 no modo de Sociedade de Propósito Específico (SPE). Nessa possibilidade, o investidor privado concluiria a construção e seria um dos sócios minoritários da SPE, se restringindo à Angra 3. Um segundo modelo é o de formar parceira na Eletronuclear como um todo, se tornando acionista minoritário na empresa. E o último é a contratação de empresa para terminar Angra 3 sem ser acionista da Eletronuclear.
O retorno das obras está programado para o segundo semestre de 2020, conforme já declarou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. Assim, a expectativa é de que a usina comece a operar em 2026. Empresas de diversas partes do mundo estão interessadas em participar da retomada das obras, como a americana Westinghouse; a russa Rosatom, as francesas EDF/Framatome; as chinesas CNNC, SPIC e CGN; além da japonesa MHI e a coreana Kepco. A construção está com 67% de avanço físico e serão necessários ainda R$ 15 bilhões em investimentos para concluir a planta.
Deixe seu comentário