NAUFRÁGIO DA BALSA COM MÓDULOS DEVE ATRASAR INÍCIO DA PRODUÇÃO DA P-71 EM PELO MENOS UM ANO | Petronotícias




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NAUFRÁGIO DA BALSA COM MÓDULOS DEVE ATRASAR INÍCIO DA PRODUÇÃO DA P-71 EM PELO MENOS UM ANO

WhatsApp Image 2019-05-19 at 20.16.54Pouco mais de 24 horas depois do naufrágio da barcaça Locar V com os módulos de geração da P-71, novas informações apuradas pelo Petronotícias ajudam a desenhar a real dimensão das consequências do acidente. Como se sabe, os módulos caíram da balsa em alto mar a cerca de 120 quilômetros da costa de Santa Catarina, quando estavam sendo transportados para o Espírito Santo. Eles estão, tecnicamente, inutilizáveis e o prejuízo financeiro para a Petrobrás será severo. Além da perda dos equipamentos, orçados em cerca de US$ 45 milhões cada, o naufrágio deve atrasar o início da produção do FPSO em pelo menos um ano,  o que certamente reduzirá a capacidade de geração de caixa da Petrobrás, além de atrapalhar os planos de crescimento da produção da estatal. A Locar venceu a licitação para o transporte, mas foi a própria Jurong quem contratou a Tranship, a empresa dona do rebocador.

Outro fato importante é que o acidente não deve ser coberto pelo chamado “Performance Bond”. As cláusulas do seguro são bastante detalhadas e não dão cobertura para algumas condições de mar, que não foram respeitadas. Havia informes e alertas de ressacas no Sul, e no Sudeste se previa ondas altas.  A lua cheia, que tem influência sobre as marés,  contribuíram decisivamente para o acidente, tornando o cenário ainda mais difícil para realizar esse tipo de operação. Pode ter havido excesso de confiança da empresa transportadora. Além disso, ainda segundo apuração do Petronotícias, a balsa também estaria sem o aval da Diretoria de Portos e Costa da Marinha (DPC). Uma das atribuições deste órgão é a fiscalização das atividades relacionadas com a segurança da navegação e a salvaguarda da vida humana no mar.

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Módulos seriam instalados na P-71

O casco da P-71 ainda está sendo construído na China, mas a integração dos módulos seria feita em Aracruz (ES), pelo Estaleiro Jurong Aracruz. O navio é o último de uma série de  seis FPSOs replicantes contratados pela Petrobrás. Os módulos foram construídos pelo consórcio DM-TKK. Já a operação de colocar os equipamentos em cima da barcaça foi feita pela Locar – que também era dona da balsa. A embarcação foi rebocada pelo navio TS Favorito, da empresa Tranship (que foi contratada pelo Estaleiro Jurong Aracruz).

De acordo com uma fonte, mesmo o transporte e o acoplamento dos módulos sendo terceirizados, a Petrobrás tem um sistema que verifica a qualidade dos fornecedores. Ao que tudo indica, o sistema falhou dessa vez. E agora, a companhia terá de arcar com os custos da construção de novos módulos. Acredita-se que sejam construídos novamente. Mas desta vez, na China. A integração deve mesmo ser feita por lá, onde está o navio. Uma decisão que ser tomada por economia e velocidade.

Em uma conta simples, levando em consideração que o FPSO produzirá 150 mil barris por dia, em um ano a unidade produzirá 54,7 milhões de barris. Multiplicando pelo preço do barril a US$ 70, o resultado é US$ 3,829 bilhões. Os valores do petróleo variam muito, mas essa conta ajuda a ter uma ideia do tamanho do prejuízo de um ano de atraso no início da produção da plataforma.

O acidente com a barcaça sem propulsão Locar V aconteceu na noite de sábado (20), quando estava a cerca de 120 quilômetros da costa de Itajaí (SC). Felizmente, o prejuízo foi apenas material: não houve mortos ou feridos e o meio ambiente também não deve ser afetado com vazamento de resíduos oleosos. Reproduzimos abaixo a íntegra do ofício encaminhado à Capitania dos Portos em Itajaí, informando sobre o acidente:

1. Vimos mui respeitosamente perante à presença de V.Sas., neste ato representando a empresa brasileira de navegação TRANSHIP TRANSPORTES MARÍTIMOS LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita sob o CNPJ n. 31.667.298/0001-11, situada a Rua Manuel Duarte, n. 2291, Gradim, São Gonçalo/RJ – CEP 24.430-500, comunicar de forma inicial o ocorrido com o comboio envolvendo o Rebocador TS Favorito, bandeira brasileira, inscrito na Capitania dos Portos do Rio de Janeiro/RJ sob o n. 381-390155-6, de propriedade da empresa acima citada responsável pela faina de transporte dos módulos, bem como com a balsa Locar V, bandeira brasileira, inscrita na Capitania dos Portos do Rio de Janeiro/RJ sob o n. 381-3871924 de propriedade da empresa LOCAR GUINDASTES E TRANSPORTES INTERMODAIS S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita sob o CNPJ nº. 43.368.422/0026-85, situada a Praça Iaiá Garcia, n. 3, Bairro da Ribeira / Ilha do Governador, Rio de Janeiro/RJ – CEP 21.930-040, cujo comboio estava atracado no Terminal da Teporti em Itajaí – Santa Catarina para o carregamento dos módulos da P-71 conforme autorização descrita no ofício nº. 377/DelItajaí-MB emitido em 08 de maio de 2019, tendo o embarque e amarração dos módulos sido realizados sem nenhuma ocorrência aparente; 

2. O referido comboio zarpou do Porto de Itajaí – Santa Catarina em 17 de maio de 2019 às 16:00 com destino ao porto de Aracruz/ES conforme se visualiza no aviso de saída anexo protocolado em 17/05/2019 às 17:45 na Delegacia da Capitania dos Portos em Itajaí – Santa Catarina, bem como, demais liberações constantes no DUV nº. 5387/2019 como despachos, passe de saída e aviso aos navegantes anexo;

Ilustração indica o local exato do acidente

Ilustração indica o local exato do acidente

3. Ocorre que no dia de 18/05/2019 por volta das 19:30 nas proximidades da Lagoa Canal do Linguado em Santa Catarina, nas posições descritas como Lat: 26° 1’52.40″S e Long: 47°34’45.30″O, ocorreu o naufrágio parcial da Balsa Locar V com os módulos M-15 e M-16 da P-71 indo a pique de forma parcial, tendo ficado com uma parte boiando de forma submersa em conjunto com a sua carga por causas ainda indefinidas;

4. Declara que não houveram (sic) feridos no ocorrido acima, bem como, participamos que a tripulação do Rebocador TS Favorito se encontra estável e realizando manobra para que possa permanecer em observação da Balsa Locar V e sua carga em decorrência do mau tempo; 

5. Informa ainda que no momento a Tranship Transportes Marítimos Ltda está tomando todas as medidas cabíveis frente ao ocorrido, onde se coloca totalmente à disposição desta autoridade através de seu representante legal nos números abaixo elencados, conforme segue: 

[Nomes e contatos telefônicos suprimidos]

6. Sem mais para o momento, subscrevemos com votos de altíssimo respeito e admiração por Vossas Senhorias ao passo que nos colocamos à inteira disposição desta respeitável organização militar.

LEIA TAMBÉM: PETROBRÁS INSTAURA COMISSÃO PARA APURAR NAUFRÁGIO DOS MÓDULOS DA P-71 E REALIZA SOBREVOO NO LOCAL

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VICTORJOÃO BATISTA DE ASSIS PEREIRAAlvaro OliveiraJoão LabaredaVillar Recent comment authors
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jose
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jose

HOUVERAM? Falem potugues corretamente

Villar
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Villar

Potugues? Que idioma é esse? Kkkkk

JOÃO BATISTA DE ASSIS PEREIRA
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JOÃO BATISTA DE ASSIS PEREIRA

A PETROBRAS CONTINUA COMETENDO SUCESSIVOS ERROS NAS CONTRATAÇÕES CRÍTICAS LEVANDO A ABSORVER OS PREJUÍZOS DE IMPERÍCIA DE SUAS CONTRATADAS POR CONTA DE CONTRATOS MAL FORMULADOS: Assim como ocorreu nos colapsos prematuros dos ríser’s do pré-sal, estamos diante do naufrágio parcial da Balsa Locar V com os módulos M-15 e M-16 da P-71 indo a pique nas proximidades da Lagoa Canal do Linguado em Santa Catarina observaremos severos prejuízos para a Petrobras, sem que a estatal possa acionar clausulas contratuais e repassá-los as contratadas ou acionar as seguradoras por conta da inexistência de Clausulas de Garantias, Seguros de Risco do Construtor… Read more »

JOÃO BATISTA DE ASSIS PEREIRA
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João Labareda
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João Labareda

Seu Jose;
Ou seria José do patrocínio?
Acho que não!!
Você só pode ser o famoso José Mané! Kkkkk
Que grande contribuição você deu na matéria hein???
Quer aparecer? Bota um módulo deste que afundou nas suas nádegas!!!!!
Mas que babaquice essa sua!!!
Tu Não tem o que falar; não entende porra nenhuma do assunto? Vai na farmácia comprar um Viagra porra!
Mas que ridículo!!!!
Tu deve ser separado e chato pra cacete!
Tu deve ficar de pijama mijado o dia todo!
Não é possível!!!!

João Labareda
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João Labareda

Quem paga a conta? Se eu sou o seguro não pago nada!!! A Marinha do Brasil não inspecionou e liberou para navegação? Então não vai culpar ninguém e se não tem culpado não há sinistro! Como fica! Qual a posição da Petrobras? Quem fez o load out? Quem fez o apeamento? Quem aprovou o plano de rigging ! Quem fez o cálculo de estabilidade da balsa? E aí? Que segura este prejuízo ? Cadê os especialistas é os tão famosos técnicos competente da Petrobras; da Emgahenria e do Cenpes? Aí, vem o juizeco Sérgio Moro, o MP e dizem que… Read more »

JOÃO BATISTA DE ASSIS PEREIRA
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JOÃO BATISTA DE ASSIS PEREIRA

Meu caro João Labareda: A resposta a seu questionamentos é simples: Os picaretas da estatal simplesmente não fizeram o seguro. São todos uns imbecis e arrogantes. Alem de não terem contratado seguros, o contrato, muito provavelmente eram deficientes de importantes cláusulas: Responsabilidades das partes, seguro e garantias. Se tivesse feito o seguro e contratado com sólidas condições de segurança e responsabilidade inexistiriam os pontos críticos que relatou em seus comentários e questionamento.
Segue artigo pertinente:
https://www.linkedin.com/pulse/petrobras-continua-cometendo-erros-nas-contrata%C3%A7%C3%B5es-cr%C3%ADticas-pereira/

VICTOR
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VICTOR

Não deu pra ver ao certo, mas parece-me que a Borda Livre da Balsa estava pequena…mas acretido que respeitando as regras de linhas de Carga. Contudo, pouca BL representa pequena reserva de flutuabilidade.
Outro fator que pode ser considerado é a carga ser alta, elevando-se o CG do conjunto. CG alto significa GM baixa, e GM baixa significa que a estabilidade da embarcação pode ser comprometida caso as condições de navegação sejam desfavoráveis.