LIDERROLL CRIA NOVO MÉTODO PARA CONSTRUÇÃO DE SPOOL BASE QUE VAI REVOLUCIONAR O MERCADO
Depois da inovação da empresa brasileira Liderroll para a construção de um Spool Base, todas as bases de lançamentos de tubos em carretéis embarcados do mundo inteiro vão parecer da época medieval. O novo método de construção utiliza uma tecnologia que é capaz de reduzir o tempo de soldagem dos tubos, acelera o lançamento para os carretéis dos navios e diminui consideravelmente o tempo que a embarcação fica ancorada no porto, que é uma das partes que mais encarecem o processo. O projeto também prevê a utilização de painéis solares para geração própria de energia. Além disso, este novo método reduz a presença de homens e de máquinas no campo, eliminando os riscos de acidentes e danos na tubulação. As formas de construção conhecidas atualmente, utilizam três, às vezes quatro guindastes que precisam atuar em sincronia carregando a tubulação, que sempre sofre danos. Em alguns casos, precisam ter suas soldas refeitas, gerando um retrabalho penoso e encarecedor. O projeto de construção da Liderroll pode armazenar de 8 até 24 quilômetros de dutos 100% acabados, o equivalente para preencher um carretel inteiro dos navios lançadores.
OBSERVAÇÃO – O leitor do Petronotícias pode conhecer agora como é este método através do Vídeo em Destaque, que já está postado em nosso website. Abaixo, algumas peças desenhadas pela equipe de desenvolvimento da empresa.
A criação da Liderroll já foi patenteada em diversos países e poderá ser apresentada na Rio Pipeline ou mesmo em um evento especial em Calgary, no Canadá, com a participação da ASME – America Society Mechanical Engineer. A Liderroll é a única empresa brasileira premiada pela ASME pela criação de um método revolucionário de lançamento de dutos em ambientes confinados (veja o prêmio na foto à direita). Uma tecnologia que será usada no lançamento de gasodutos e oleodutos dentro túneis que estão em construção em vários países. Este método já está aprovado pelas empresas responsáveis pelos projetos de gasodutos que estão em construção no Canadá e no Turcomenistão.
O Presidente da Liderroll, Paulo Fernandes, falou com o Petronotícias sobre a criação desta nova tecnologia:
– Nós recebemos consultas de clientes, mas sempre trabalhamos querendo superar as expectativas, criando um produto, sempre acima do que o cliente solicita. Quando vemos que o negócio merece uma quebra de paradigma, a Liderroll continua estudando por conta e risco próprio, como é o caso da metodologia arcaica e altamente perigosa das atuais spool base aqui no Brasil e pelo mundo. Neste caso, acabamos revolucionando a construção e a metodologia. Tudo automatizado, sem a presença humana, independente de intempérie, independente de tudo. E ainda usando uma geração própria de energia através de painéis solares. Os métodos de hoje parecem do tempo dos Vikings.
– Como é método utilizado atualmente?
– Todas as spool bases no mundo usam um método rudimentar para movimentar os stalkes, as colunas com escavadeiras, aumentado o nível de stress da tubulação, aumentando o risco de fadiga das soldas nas juntas, danificando o revestimento, com risco de acidentes, etc. Quando eu era funcionário da Petrobrás, já tivemos um acidente com morte aqui no Brasil em uma spool base. Um tramo de tubo foi arriado sobre o abdômen de um colaborador, que morreu asfixiado. Ele não conseguia respirar pelo tudo em cima dele. A instabilidade do solo por onde passava a escavadeira puxando os tramos contribuiu e muito. Hoje, com o rigor dos órgãos de fiscalização de QSMS, muito provavelmente quem opera spool base no Brasil terá que apresentar uma operação mais segura. E a que é usada atualmente eleva o risco de acidentes e pelo próprio material utilizado, tubos de aço, pode causar risco de morte. Na operação que a Liderroll idealizou, tudo é automatizado. Tira o ser humano do canteiro. São pontes rolantes operadas em uma sala de controle, independente de chuva, raio, vento, estocagem de combustível. Tudo isso, sai fora. A energia é gerada por células de energia solar.
– E em relação ao custo de uma embarcação daquelas que são capazes de lançar esses tubos?
– Isso é uma das partes que mais elevam os custos. Muitas vezes o navio encosta (foto à esquerda), leva sete, oito dias carregando. Nesse espaço de tempo o mar pode virar. A condição de mar, o swell mudou, vento mudou e ele não pode sair para lançar, perde uma janela. E tudo isso é custo. O nosso método exige uma mudança de consciência, de produtividade. Óbvio que o custo inicial pode ser um pouco maior, mas na ponta do lápis, a economia que proporciona se paga tranquilamente. Tudo automatizado. O seu planejamento pode ser seguido sem riscos de prejuízos. Tudo limpo e funcional.
– São muitas empresas no mundo que possuem spool base?
– Na verdade, não. Não são muitas, mas eu acredito que uma dessas empresas vai tomar conhecimento do nosso método e se perguntar: devo avançar na tecnologia para fazer isso? Claro que sim. São empresas acostumadas com isso, com o avanço técnico. Com inovações, com automação. Obviamente, somente as grandes e boas que agem com seriedade civil e primam pela responsabilidade técnica, social e ambiental. Poderia citar empresas como a Saipem, a Subsea 7, a McDermott e outras, que fatalmente ficarão para trás quando verem a coisa decolar. Empresas norueguesas, holandesas, escocesas. Só quem não consegue enxergar o futuro, a tecnologia, ficará de fora. E eu tenho a certeza que empresas com estas características terão interesses em economia com a nossa tecnologia, como a nossa tecnologia de lançamento de dutos em túneis.
– Há muita procura por esta tecnologia de túneis?
– Eu comecei com ela em 2009 e hoje, dez anos depois, o mundo já sabe, descobriu. Viu o que mostramos aqui no Brasil que é possível economizar tempo no lançamento desses tubos em túneis e foi um sucesso. É uma realidade internacional, participando de projetos internacionais de grande porte. Estamos presentes em 19 países. Sete projetos em forte estudo e quatro obras prestes a fechar, nos Estados Unidos, Amã, Arábia Saudita e Emirados Árabes.
– Foi assim no caso da spool base?
– O que eu posso dizer é que a Liderroll recebeu uma consulta para um rolete simples e, como temos a visão de atender os clientes da melhor forma possível, avançamos além da expectativa dele. Esse é o nosso perfil. Investimentos, gastando dinheiro, tempo, nos envolvemos de paixão nos projetos para superarmos sempre. Veja, seguindo a nossa filosofia, chegamos a uma nova patente que vai surpreender o mercado de subsea, até porque estávamos presos a parte de dutos terrestres, e fizemos uma nova patente para filosofia construtiva de spool bases, que tende a ganhar muito espaço, inclusive no mercado internacional.
Aumentando a qualidade, diminuindo o tempo de execução, dando mais tranquilidade, se houver reparo de junta. O tempo de carregamento do navio vai diminuir significativamente, com as viagens desses navios sendo feitas com um tempo mais curto, aproveitando uma condição de mar melhor, uma janela de mar boa, indo e voltando mais vezes, podendo ter um estique de carregamento de 8 a 24 quilômetros no mínimo em stand by. Fazer uma reserva. Pode trabalhar com diâmetros diferentes dentro desses 24 quilômetros. É uma revolução nos métodos construtivos de base. De trechos de tubos sendo carregados para o navio, Jay Lay, Wheel Lay, o que for.
– Como a Liderroll está enfrentando essa fase da indústria de óleo e gás no Brasil?
– Mesmo nessa fase ruim, nós continuamos firmes aos nossos propósitos. Mesmo depois de toda essa turbulência que nós passamos, que o mercado está passando, continuamos criando. Tendo capacidade e paixão pelo desenvolvimento da engenharia. Esta nova patente é um exemplo disso. Vamos revolucionar. A partir do segundo semestre, em agosto, vamos começar o processo internacional de sua demonstração. Estamos fazendo uma agenda. Já temos visita marcada na Europa para os grandes players. A minha expectativa é que em três anos, a mentalidade construtiva será outra. Não há como as grandes e sérias empresas não enxergarem esses avanços e os benefícios. E como dizem os antigos: as pessoas passam e as empresas ficam. Tudo que fazemos, fazemos para o país, para a nossa comunidade de petróleo, para as grandes e sérias empresas e não para os gestores carreiristas que só olham o momento e seus bônus.
VEJA AS FOTOS DE ALGUMAS PEÇAS PROJETADAS PELA LIDERROLL:
[…] LEIA A ENTREVISTA COMPLETA NO NOSSO SITE. […]