AUMENTO DE ROUBOS AOS OLEODUTOS DA TRANSPETRO OBRIGA A PETROBRÁS AUMENTAR NÍVEL DE SEGURANÇA PARA EVITAR TRAGÉDIAS
O agravamento da situação dos crimes contra os oleodutos da Transpetro, obrigou a Petrobrás a tomar medidas mais concretas para o problema. A morte da menina Ana Cristina Pacheco Luciano, de 9 anos, que teve 80% do corpo queimado no vazamento de gasolina de um duto da Transpetro, que foi roubado por uma quadrilha especializada no Parque Amapá, em Duque de Caxias, foi a gota d’água. Ao dar entrada no hospital, na madrugada de 26 de abril, o estado de saúde dela já era gravíssimo, segundo o boletim médico daquele dia. Ela teve queimaduras provocadas por uma gasolina que alta octanagem, que ainda não estava misturada com álcool. Ela caiu numa poça de gasolina e aspirou o produto, tendo sequelas internas e externas.
Por isso, a Petrobrás realizará nesta sexta-feira (7) às 10h, o lançamento do Programa Integrado Petrobrás de Proteção de Dutos (Pró-Dutos). A cerimônia, terá a presença do presidente da companhia, Roberto Castello Branco, ocorrerá no auditório central do Edifício Sede da Petrobrás (Edise), no Centro do Rio de Janeiro. Durante o evento, serão assinados protocolos de intenções com governos estaduais para a cooperação nos campos da inteligência e da segurança para minimizar os riscos e impactos dos furtos dos produtos transportados pelos dutos.
Pode ser uma boa oportunidade para que a Petrobrás aproveite este momento para iniciar um movimento também para estudar uma mudança no sistema de construtibilidade dos novos gasodutos e oleodutos. No Brasil, segundo o CTDUT – Centro de Tecnologia de Dutos – com sede em Caxias, ainda não há no Brasil nenhum estudo sobre os comparativos entre os dutos aparentes e enterrados. Um estudo da ASME – American Society Mechanical Engenieers, com sede em Houston, nos Estados Unidos, mostra que há uma diferença nos orçamentos na construção dos dois modelos. Nos Estados Unidos e no Canadá, em alguns lugares não se enterra dutos, em função do frio e do atrito da tubulação com o gelo.
No Brasil, há quem defenda a construção desses dutos aparentes, pelo preço e pela segurança, como empresário Paulo Fernandes, Presidente da Liderroll, empresa especializada no setor: A minha proposta de construção de dutos aparentes é a saída mais rápida e mais barata, convergindo com as necessidades financeiras atuais do sistema Petrobrás ou mesmo de empresas privadas que pensam em investir em expandir a nossa malha de dutos. Esta minha posição inclusive foi a base e o tema até mesmo de uma monografia de pós-graduação, aprovada com grau “A”, da primeira turma de especialistas em regulação da defesa da concorrência em petróleo, gás e biocombustível que a ANP contratou junto à UFRJ. Há tecnologias capazes de monitorar uma dutovia permanentemente, online, evitando qualquer tipo de risco. O monitoramento pode ser feito por satélite, por sistemas acústicos de detecção de vazamentos que indicam com precisão de metros qualquer pequeno vazamento ocasional ou intencional, por imagens ao vivo, com drones. Os benefícios do controle de corrosão e manutenção das linhas são uma vantagem a mais. O duto enterrado fica em constante contato com o substrato dos solos, químicos ou não, e a umidade. Quando estão aparentes eliminam a necessidades de sistemas de proteção e a corrosão por correntes impressas e outras técnicas. Só aí já se auto justificaria.
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