METASA NEGOCIA COM PETROBRÁS A ENTREGA DE ESTRUTURAS METÁLICAS PARA OS MÓDULOS DA P-71
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
O naufrágio dos módulos de geração do FPSO P-71 está perto de completar um mês. Desde então, a Petrobrás ainda não declarou oficialmente como pretende contornar o problema. Mas, no mercado, já existem empresas se movimentando para oferecer soluções à estatal. É o caso da Metasa, que dispõe dos chamados “pancakes”. Essas estruturas são os níveis (pisos) onde são posicionados os equipamentos principais que compõem os módulos. Eles já estão prontos, pois restaram disponíveis nas fábricas da Metasa de outro projeto similar da Petrobrás. “A vantagem é que por já estarem praticamente prontos, permitiriam ao construtor iniciar de imediato a montagem dos equipamentos, o que representaria uma redução de até 6 meses no prazo, caso seja necessária a fabricação de novos pancakes”, detalha a executiva Mara Mognon, do departamento comercial da Metasa. Enquanto a realiza conversas para participar deste projeto da P-71, a companhia também se movimenta em outros empreendimentos. “Já conseguimos conquistar contratos importantes como UPGN do COMPERJ junto a KM e os módulos do [FPSO] MV31 – que estão sendo construídos pelo EBR. Além destes contratos, concluímos há alguns meses um fornecimento importante para a Andrade Gutierrez para a Refinaria da Axion na Argentina”, detalhou Mara.
Para introduzir o assunto aos nossos leitores, poderia nos contar quando os pancakes foram produzidos, onde estão armazenados e qual seria o destino inicial deles?
Passados mais de 20 dias do acidente ocorrido com os módulos de geração da P-71, não existe uma indicação de como poderá ser contornada esta situação. Mediante o ocorrido, os fornecedores brasileiros que tradicionalmente atuam na construção de módulos offshore tem apresentado alternativas à Petrobrás de modo a mitigar os impactos no prazo de conclusão da Plataforma.
A Metasa conta com as estruturas metálicas como pancakes e demais estruturas como colunas de sustentação do módulo (patas de elefante) que restaram disponíveis nas fábricas da Metasa de outro projeto similar da Petrobrás.
Dispõe hoje de pancakes, superestruturas, estruturas terciarias e colunas de sustentação dos módulos praticamente prontas, com todas as inspeções, certificações e rastreabilidade necessária, que pode ser utilizada de imediato para reduzir o prazo de fabricação dos módulos de geração da P-71. Eventualmente, haveria necessidade de alguns ajustes e fabricação de novas estruturas, mas com os pancakes à disposição o construtor teria a possibilidade de iniciar o posicionamento e montagem dos equipamentos.
Qual seria a vantagem para a Petrobrás ao adquirir os pancakes da Metasa?
A vantagem é que por já estarem praticamente prontos, permitiriam ao construtor iniciar de imediato a montagem dos equipamentos, o que representaria uma redução de até 6 meses no prazo, caso seja necessária a fabricação de novos pancakes.
Quanto tempo é necessário para construir este tipo de estrutura?
O prazo pode variar em função da prontidão do projeto, tipo de matéria-prima e tipologia da estrutura, mas para estes módulos o prazo fica em torno de 6 a 7 meses. Temos bastante conhecimento dos detalhes do projeto destes módulos de Geração, pois a Metasa forneceu a estrutura do módulo de Geração da P-66, ou seja, inclusive dispomos do projeto detalhado.
Acha que a escolha pelos pancakes da Metasa pode diminuir eventuais atrasos na entrada em operação da P-71?
Sim, se atrelados a antecipação de entrega dos equipamentos, pode representar uma redução interessante para a Petrobrás.
A Metasa já entrou em contato com a Petrobrás para oferecer esta alternativa?
Sim, já entramos em contato e estamos buscando entender quais as necessidades e possíveis oportunidades de aproveitamento destes pancakes.
Caso a Petrobrás decida não ficar com os pancakes da Metasa, existem outros potenciais projetos que podem receber estas estruturas?
Esta resposta não pode ser definitiva, mas de forma momentânea esta é a melhor oportunidade de aproveitamento destes pancakes. Existem outras possibilidades e estamos negociando, mas com maior nível de alteração e adaptação.
Para fechar, quais são as perspectivas e planos da empresa para o mercado de óleo e gás?
O mercado de óleo e gás no Brasil tem demonstrado sinais de aquecimento e a perspectiva de novos projetos é interessante. Perceptível também é a cautela com que as empresas fornecedoras deste mercado tem tomado frente a euforia dos últimos anos pré-crise. Atualmente, a diversificação de mercados é fundamental para mitigação dos riscos. Da mesma forma, os projetos que estão sendo retomados tem praticado menores índices de conteúdo local, e tem priorizado a concorrência internacional, mesmo sob pagamento de multa. Frente a este cenário se o Brasil pretende novamente “surfar esta onda” precisa definir medidas estruturantes que permitam as empresas brasileiras competirem a nível global, principalmente após uma crise tão profunda que dizimou o parque fabril brasileiro.
A Metasa, por atuar em diversos mercados, manteve durante a crise toda a sua estrutura de engenharia, qualidade, fábricas e estamos prontos para a retomada tanto do mercado de óleo e gás. Contamos com duas fábricas, Marau/RS e Charqueadas/RS, sendo que em Charqueadas temos cais próprio para load out de pancakes e módulos.
Todos somos sabedores de que a retomada é lenta, mas mesmo assim já conseguimos conquistar contratos importantes como UPGN do COMPERJ junto a KM e os módulos do MV31 que estão sendo construídos pelo EBR. Além destes contratos, concluímos a alguns meses um fornecimento importante para a Andrade Gutierrez para a Refinaria da Axion na Argentina. Todos estes projetos recolocam a Metasa como líder no fornecimento de estruturas para o mercado de Óleo e Gás. Queremos aproveitar toda esta estrutura, know how e estamos prontos para os futuros projetos.
A BANDALHEIRA AINDA NÃO ACABOU NA PETROBRAS. Por mais que solicitamos informações a Petrobras a estatal não informa se os Módulos da P-71 que foram a pique com perda total de centenas de milhões de dólares estava segurados. Não compreendo os motivos pelos quais a mídia que acompanha a PETROBRAS não questiona a estatal acerca dessa questão. A Petrobras deve explicação ao acionista minoritário e ao povo brasileiro. Que esse comentário e crítica que faço seja extensivo como denúncia ao Ouvidor Geral da Petrobras, Sr Clausen Spinelli, TCU e Ministério Público Federal. Quanto a mídia, estou a inteira disposição para… Read more »
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A BANDALHEIRA NA PETROBRAS AINDA NÃO ACABOU. Por mais que solicitamos informações a Petrobras acerca do sinistro ocorridos com os Módulos da P-71 que foram recentemente a pique durante transporte marítimo, não obtemos retorno, no que diz respeito a recuperação de prejuízos, ou se declarou perda total de centenas de milhões de dólares por falta de contratação de segurados Risco do Construtor ou equivalente. Não compreendo os motivos pelos quais a mídia que acompanha a PETROBRAS não questiona a estatal acerca dessa questão. A Petrobras deve explicação ao acionista minoritário e ao povo brasileiro. Que esse comentário e crítica seja… Read more »