RIO PIPELINE DISCUTIRÁ EXPANSÃO DA MALHA E NOVOS MÉTODOS DE CONSTRUÇÃO DE DUTOS NO BRASIL
Um dos principais eventos deste ano do setor de óleo e gás é a feira Rio Pipeline, que será realizada em setembro com a promessa de jogar luz sobre a questão da necessidade de expansão da malha de dutos no Brasil. Para se ter ideia, conforme tem sido divulgado com ênfase pelo governo, o país conta hoje com apenas 9,4 mil quilômetros de dutos de transporte de gás. Em outros países, como a Argentina, por exemplo, a malha chega a 29 mil quilômetros. Outro tema que deve entrar em pauta na mesa de debates são os novos métodos de construção de linhas, como os dutos aparentes – que são mais baratos e que possibilitam mais facilidade na fiscalização.
“Nós teremos um seminário inteiro [se referindo ao Rio Pipeline] sobre gasodutos e pipelines como um todo, que é uma área de conhecimento específico. Vamos dar um zoom no negócio chamado pipeline. Todas as discussões sobre segurança, tendências, além de malhas que estão sendo discutidas e que vão ser expandidas”, afirmou o secretário executivo de exploração e produção do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), Antonio Guimarães (foto), durante um curso realizado pela instituição na manhã desta segunda-feira (5). “[Na Rio Pipeline] se falará sobre oleoduto, gasodutos, transporte de duto refinado em tubos… todo um negócio. Aqui estamos falando do macro. Lá, se falará especificamente”, complementou.
A expansão da malha existente de gasodutos deve se concretizar de fato daqui a alguns anos, com a futura necessidade que haverá para atender a maior demanda pelo combustível, conforme explicou o secretário executivo de gás natural do IBP, Luiz Carlos Costamilan. “Com o sistema existente, podemos movimentar gás envolvendo as novas produções até 2023. A partir de 2023, você tem companhias privadas que devem se interessar em fazer a extensão desses sistemas, em função de interesses de consumidores – como novas termelétricas e consumos industriais”, declarou.
Sobre o novo momento da indústria de gás, o IBP considera positivas as iniciativas propostas pelo programa Novo Mercado de Gás Natural, lançado neste ano pelo governo federal. A previsão é que a Petrobrás deve reduzir seu papel no segmento, ao mesmo tempo em que haverá maior competição no setor.
No entanto, a entidade destaca uma série de questões como prioritárias para que o setor de óleo e gás como um todo receba novos investimentos. O processo de licenciamento ambiental é um dos temas que ganha atenção especial neste sentido. “Este não é um problema exclusivo do setor do petróleo, mas do Brasil. Precisamos discutir licenciamento ambiental. No nosso setor, prezamos que tudo seja feito nos mais altos padrões de licenciamento. O que necessitamos é ter previsibilidade”, disse Guimarães .
O executivo ressaltou que no México, uma empresa espera por 18 meses para obter uma licença ambiental. Já no Brasil, ainda há incertezas sobre quanto tempo vai levar o processo de licenciamento. “O problema é a falta de previsibilidade. Ninguém é contra um processo de licenciamento de qualidade. O que precisamos é de transparência e previsibilidade”, complementou.
A Rio Pipeline 2019 acontecerá entre os dias 3 e 5 de setembro, no Centro de Convenções Sulamérica, na capital fluminense. Na edição anterior, o evento reuniu mais de 8 mil visitantes, 1.427 palestrantes, além de 200 trabalhos técnicos apresentados.
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