FURTOS DE COMBUSTÍVEIS EM DUTOS NO MÉXICO SE TORNOU MAIS RENTÁVEL DO QUE VENDER COCAÍNA
Os cuidados que se deve ter para se evitar furtos na malha dutoviária foi um dos destaques no encerramento da Rio Pipeline deste ano. A necessidade de um diálogo coordenado entre indústria, governo e agentes econômicos para evitar as derivações clandestinas foi a tônica da plenária “A percepção da sociedade sobre a atividade dutoviária.” “A comunicação com a sociedade deve ser tratada como uma agenda constante e não deve ser vista apenas como um problema da indústria de dutos. Essa é uma questão de segurança nacional, pois envolve, na maior parte dos casos, organizações criminosas.” O alerta é da jornalista mexicana Ana Lilia Perez, famosa em seu país pelo combate aos cartéis de drogas e as quadrilhas especializadas em roubos de dutos, durante sua apresentação na sessão. Ana Perez investigou durante anos o cartel de roubo de combustíveis em seu país, publicando diversos livros que mostram como este tipo de crime se tornou mais rentável que o tráfico de drogas no México.
A jornalista apresentou vários exemplos que ilustram como as organizações criminosas se utilizavam da falta de perspectiva financeiras de regiões pobres e, até mesmo da religião, para aliciar moradores e até funcionários da própria estatal de petróleo mexicana, a Pemex, para fazer roubos. “As perdas da estatal chegavam a US$ 10 milhões por dia”, acrescentou.
Com base em um dos seus livros, o governo mexicano de Andrés Manuel Obrador colocou em prática ações para acabar com o problema. Entre elas a identificação de postos da própria bandeira Pemex, que fazia a revenda de combustível roubado. Caminho similar vem sendo perseguido pelo governo do Estado do Rio de Janeiro, segundo a subsecretária de Óleo, Gás, Energia e Indústria, Cristina Pinho. “Na região do Comperj, por exemplo, estamos levando caminhões com diversos serviços como emissão de carteira de trabalho, recebimento de currículos e outras iniciativas com o objetivo de demonstrar o potencial dessa atividade na geração de emprego e renda para a comunidade. O tráfico de drogas vê hoje no roubo de combustível uma forma mais barata e rápida de ganhar dinheiro e, por isso, vem aliciando pessoas”, comentou ela.
Cristina defendeu que a comunicação com as comunidades deva ser permanente para deixar claro os riscos que todos correm durante uma ação de roubo de combustível. Em alguns casos estes moradores e, até proprietários de postos, são ameaçados: “ Por isso é tão importante incentivar o recebimento de denúncias”, acrescentou.
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